Godzilla e Kong: O Novo Império | Crítica

Quem gostou do primeiro round de ação em “Godzilla Vs Kong” durante a pandemia tem agora a chance de conferir a continuação que chegou aos cinemas, explorando ainda mais os dois titãs. Temos uma aventura em um novo mundo totalmente alternativo. Dirigido por Adam Wingard e com um elenco que inclui nomes como Rebecca Hall, Brian Tyree Henry, Dan Stevens, Kaylee Hottle, Alex Ferns, Rachel House, o filme ajuda a contar essa história.

Nessa continuação a humanidade está prestes a descobrir da pior forma possível que está sob uma ameaça colossal, até então escondida no interior do planeta Terra. Para a surpresa de Ilene Andrews (Rebecca Hall), Trapper (Dan Stevens) e Bernie (Brian Tyree Henry), a Ilha da Caveira e a história que forjou os dois conhecidos Titãs ainda reservam mais mistérios. Agora eles serão revelados e o mal que representam resultará na união de duas forças míticas. Afinal, o todo-poderoso Kong e o temível Godzilla estarão lado a lado numa batalha épica para salvar o destino da raça humana.

Visualmente o filme é deslumbrante, principalmente nos aspectos técnicos como fotografia e design de produção, lembrando quase “Avatar” ao mostrar a Terra Oca e essa nova ameaça, que são bem introduzidos.

Os personagens humanos também são destaque, principalmente Ilene e sua filha adotiva Jia, que tem uma relação de amizade com Kong e defende suas razões, mostrando como o animal precisa estar bem para viver em paz, sem ameaças. Bernie consegue ser o alívio cômico, em uma jornada para provar que suas teorias sobre os titãs estavam certas, além de fazer um documentário como registro disso tudo; seu humor é ótimo e suas piadas funcionam.

Jia é uma personagem que ganha bastante protagonismo nessa continuação. Ela precisa ir para a Terra Oca para se comunicar com Kong e ajudar com a nova ameaça. A garota expressa constantemente que não se sente pertencente a lugar nenhum e tem a necessidade de pertencer a alguém. Existe até uma população na Terra Oca que tem uma forte ligação com a menina. Ela poderia ter sido mais explorada e as questões místicas poderiam ter sido mais amarradas.

Temos boas cenas de ação, um rápido embate entre Kong e Godzilla, mas principalmente agora eles como aliados, são importantes para deter essa nova ameaça. Kong também consegue trazer mais momentos divertidos, enquanto Godzilla é o bicho nervoso da parada, só quer matar por matar e ninguém pode atrapalhar isso. Em uma das cenas de ação, até o Brasil é mostrado, chegando a ser cômica a cena e como isso é apresentado.

A tecnologia é outro fator que chama a atenção nos nossos gigantes: Kong ganha quase um mão de ferro e Godzilla consegue recarregar e aumentar ainda mais sua radiação, causando um estrago ainda maior. Muitas vezes parece que o longa quase vai até um “Transformers”, devido à forma como se adapta aos animais e como essa arma é usada em favor da população e da Terra Oca.

O que deixa a desejar é que o filme demora a mostrar essa ameaça e como ela é perigosa para a Terra, apesar de ser bem construído todo esse universo e as regras de como funciona. Vemos praticamente do ponto de vista de Kong, o que acaba deixando Godzilla em segundo plano. Outra coisa é que o motivo que une os titãs é meio sem graça, mas por se tratar de um blockbuster e continuação, acaba não atrapalhando.

“Godzilla e Kong: Novo Império” cumpre bem o seu papel como blockbuster. Não se pode esperar uma história amarradinha e sem defeitos. No fim cumpre seu objetivo: divertir o público em meio à pancadaria de titãs. Pensando por esse lado, super vale a pena conferir, e digo que é possível ter ainda um terceiro filme pela forma como este se encerra.