Uma Noite de Crime: A Fronteira
Por Doug Araújo
Se você fizer uma busca rápido no seu buscador de internet e procurar por de zeitgeist vai encontrar a seguinte definição:
Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos tempos. Significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo.
Essa definição de zeitgeist se encaixa com perfeição neste novo filme da franquia “Uma Noite de Crime”, o quinto titulo da série iniciada em 2013 como um exercício imaginativo de conter a onda de violência e desemprego nos Estados Unidos por meio do expurgo. Dessa forma, neste dia, um feriado sancionado pelo governo, por 12 horas é permitido todo tipo de violência de maneira deliberada.
Apesar da ideia bastante original alguns dos filmes são mal conduzidos e entregam resultado filmes que vão do fraco ao regular com exceção do “Uma Noite de Crime 2: Anarquia” (2014) consegue ousar mais mais e entregar um bom filme de ação, ficção e terror. Mas este novo episódio, “Uma Noite de Crime: A Fronteira”, que chega aos cinemas brasileiros dia 2 de setembro, não deixa nada a desejar.
Os desafios de Uma Noite de Crime: Fronteira
Assim, como foi mostrado no trailer, as regras serão quebradas e o tempo estipulado de 12 horas não bastam para o expurgo anual. Como resultado, nesta nova história o foco será nas mazelas da comunidade Latina que residem nos EUA. Um casal de imigrantes, Adela (Ana de la Reguera) e o seu marido Juan (Tenoch Huerta), J, se muda após conseguirem um emprego, pois o homem encontrou trabalho na rancho da família Tucker, como vaqueiro, e a mulher num matadouro. Dessa maneira o casal se estabelece no Texas, reduto de rednecks.
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Em contraponto ao filme “Uma Noite de Crime 2: Anarquia” que foca na comunidade Latina vivendo em uma área urbana, onde culturalmente existe mais diversidade, “Uma Noite de Crime: A Fronteira” se deslocar para um local no qual s contornos racistas são mais bem desenhados. Com toda a certeza, durante todo o filme é visível a tensão entre brancos e latino, de tal é justamente nesse cenário que Adela e Juan vão precisar juntar forças com família Tucker para sobreviver ao expurgo.
Numa América dividida pelo discurso de ódio do ex-presidente Donald Trump. Só para exemplificar, cito uma de suas promessas de campanha: construir um muro para separar o México dos Estados Unidos. Em suma, este novo filme funciona como um documento histórico para entender o zeitgeist do nosso tempo, tempo este em o discurso de ódio contra as minorias pode nos levar a violências infundadas e estimuladas pelo governo.
Nós do Numa Fria desejamos e todas e todas uma boa sessão e não se esqueçam de seguirem a risca o protocolos de segurança.
Utilidade pública: o filme não possuí cenas pós créditos
Ficha Técnica
Título original: The Forever Purge
Ano: 2021
Distribuidora: Universal Pictures Brasil
Direção: Everaldo Gout
Roteiro: James DeMonaco
Produtores: James Blum, Michael Bay, Andrew Forma, James DeMonaco, Bradley Fuller
Elenco: Josh Lucas, Ana de la Reguera, Tenoch Huerta, Will Patton, Leven Rambin