Críticas

Transformers: O Despertar das Feras|Crítica

O ano é 2017, Michael Bay já faz filmes “Transformers” há mais de dez anos. Nesse tempo, a série avançou muito pouco e “O Último Cavaleiro” se mostra a parcela mais barulhenta e explosivamente monótona de todos os tempos. Um enredo reciclado contado por meio de um roteiro excessivamente direto, lido por um desfile confuso de personagens e cenas de ação incompreensíveis que não justificavam sua longa duração.

O baque foi tão grande que respingou no próximo filme da franquia, o simpático “Bumblebee”, de 2018. Este que se mostrou o filme me maior sucesso de crítica dos robôs gigantes e também o filme da série de maior bilheteria. Com isso, um impasse se estabeleceu. Como acertar na crítica e ainda assim garantir os milhões que a pancadaria descerebrada exige? Em 2023, após longo hiato, “Transformers: O Despertar das Feras” tem a ingrata missão de encontrar o meio termo ideal entre a uma história cativante e a violência mecânica descerebrada.

De novo, o apelo à nostalgia

Para seguir o dinheiro, o filme volta-se à fórmula de Bay e tem consciência que, diferente de outras vezes, esse é um risco. Dessa forma, para minimizar o risco tem duas âncoras seguras, o carisma do elenco e o apelo à nostalgia do público noventista. O núcleo humano, muito melhor do que arranjos dos primeiros filmes da série, acertam com a composição de Anthony Ramos e Dominique Fishback. No núcleo robótico, temos uma lista enorme: Michelle Yeoh, Ron Perlman, Peter Dinklage são alguns nomes que se juntam aos já conhecidos.

Essa preocupação com elenco funciona, os robôs possuem uma personalidade mais marcante agora e cada um parece ter seus próprios dilemas em tela. Sim, algo tão simples, mas ausente em muitos capítulos dessa franquia. Mas é na nostalgia que o filme faz sua primeira jogada, ambientando todo o primeiro ato em uma pesada dose de anos 90. O texto jogo centenas de referências ao passado ao mesmo tempo que vai construído ferramentas empáticas com os protagonistas humanos. Não será o suficiente para convencer a academia, mas ao menos o diretor Steven Caple Jr. entende os desenhos animados nas manhãs de sábado, e sabe os colocar na tela, apenas em uma escala maior e mais emocionante.

Tudo novo, de novo

E eu ainda não falei da história deste filme. Não se preocupem, ela está lá em algum lugar. A bem da verdade, vale dizer que se você viu qualquer um dos filmes dessa franquia, não precisa trazer nada para a nova experiência. O que temos aqui é uma obra episódica em sua boa forma, soltando-se das amarras do passado. O que, claro, não se pode dizer do futuro.

A tentativa de revival de uma das franquias de maior sucesso do século, ainda que apenas poucos anos após seu maior fracasso e um retorno tímido, não poderia deixar de seguir a tendência Marvel de fazer promessas para o futuro. Se dará certo, ainda é cedo para saber. Mas, além disso, o que importa é que em uma história simples e sem pretensões, é possível se divertir de novo como uma criança.

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