Sonic 2 | Crítica
Seguindo a surpresa que foi o sucesso de “Sonic” em 2020, a sequência do ouriço azul aposta em um clima ainda mais infantil. Bem, isso para bem e para mal.
Atravessando gerações
Dessa vez, Sonic está vivendo no subúrbio de Green Hills, dividindo seu tempo com o combate ao crime atrapalhando e a vida em família. Já de início, o filme estabelece que o tom de sátira e de hiperatividade da geração Z é levado ao máximo.
Existe até mesmo um certo tom de dilema introspectivo, num dos primeiros retcons que tentam trazer certa emoção ao passado do protagonista nesse início. Logo tudo isso acaba, no entanto. Assim que a trama começa a andar, com o retorno de Robotnik e as adições de Knuckles e Tails, o filme acelera na diversão.
Sempre que a trama aposta nos seus carismáticos personagens animados, o filme cresce. A atitude centrada, inocente e obstinada de Knuckles é muito bem-vinda. Acima de tudo, por fornecer uma ameaça e oposição temática muito mais física para Sonic aqui do que qualquer coisa encontrada no filme original.
Como adversário, o equidna é uma rocha contra a qual a energia implacável de Sonic nem sempre funciona. Idris Elba traz um verdadeiro senso de gravidade para o que poderia ter sido um papel excessivamente formulaico. Já o brilho infantil de Tails encanta e faz avançar o arco do protagonista. Ainda que com uma trama de rpé escola, tudo isso funciona como deveria.
Eu paguei para ver Sonic, sabia?
Infelizmente, o maior inimigo de Sonic segue sendo o roteiro. Em dado momento, aA aventura alegre é da forma mais decepcionante para dar lugar uma subtrama desconcertante, quando Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter) vão para o Havaí para o casamento da irmã de Maddie, Rachel (Natasha Rothwell).
De certa forma, parece que só precisam cumprir uma duração mínimoa e escreveram qualquer coisa. Apenas quando trama finalmente deixa de lado esse trecho vergonhoso, ela volta a brilhar.
É quando Tom e companhia são deixados de lado que encontramos mais espaço para Jim Carrey retomar seu humor fisico – que era mais competente no anos 90, é preciso dizer. Aqui, não comprometem. Porém, é com as sequências de CGI entre Sonic e Knuckles que encontramos o olho mais afiado do diretor Jeff Fowler para a ação desta vez.
Dessa forma, mesmo que não agrade a todos e seja levemente inferior ao original, Sonic 2 deve agradar. Acima de tudo, deve ser um bom entretenimento em família. Por isso, podemos relevar o que tem de pior e aceitar a diversão desmiolada.