Sem máscara: o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos | Resenha

30 de março de 2023 Yasmine Evaristo

É impressionante como um livro consegue ser não apenas informativo. – neste momento em que foi lançado -, como também ser um documento histórico sobre o que o Brasil viveu no período da pandemia da covid-19. “Sem máscara: o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” merece ser lido por todos que passaram por esses anos de isolamento social, caos e mudanças proporcionadas pela pandemia.

Apesar de ser focado em todo o período de gestão Bolsonaro no governo federal, há uma grande parte do livro que se debruça no ano de 2021, pois é o período mais complexo da pandemia em nosso país. Ainda que rememoremos as péssimas notícias da crise sanitária, a linha do tempo traçada por Guilherme Amado situa o leitor em todo o contexto.

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O autor fala de questões pessoais enquanto traz informações sobre as ações governamentais. Dessa forma, o livro consegue ser imparcial por ser um registro jornalístico ao mesmo tempo que torna algumas partes bem pessoais. Isto contradiz o que cito acima, mas se insere de forma justificável no contexto, pois o autor se expõe e assume o lugar de mais um cidadão que sofreu as consequências das escolhas governamentais.

Em suma, um texto linear, de fácil absorção, informativo a partir de registros jornalísticos e de informações de bastidores. Pela qualidade do texto, seria ótimo poder ver todo o conteúdo da investigação de Guilherme Amado em um podcast. Afinal, essas informações deveriam ser altamente difundidas.

Sem dúvidas uma leitura instigante que pode agradar aos leitores mais diversos. Até a próxima leitura.

GUILHERME AMADO é jornalista investigativo. Colaborou para os periódicos O Globo, Época, Veja e Extra. É John S. Knight Journalism Fellow na Universidade Stanford e integra o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Em 2014, recebeu os prêmios Esso e Tim Lopes com a reportagem “Os embaixadores do Narcosul”. Atualmente é colunista no Metrópoles e diretor na Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Fonte: Companhia das Letras