Resenha:Selvagens, por Don Winslow

Livro: Selvagens
Nome Original: Savages
Autor (a): Don Winslow
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580572292
Ano de Lançamento: 2012
Páginas: 285
Avaliação: 5/5
Onde Comprar: Compare Preços

Ambientalista e filantropo nas horas vagas, Ben comanda um negócio de venda de maconha em Laguna Beach. Ao lado de seu parceiro, o ex-mercenário Chon, ele fatura lucros consideráveis e mantém uma clientela fiel. No passado, quando seu território foi invadido, Chon tratou de eliminar a ameaça. Agora, porém, eles parecem estar diante de uma força da qual não podem dar conta: o Cartel de Baja, do México quer tomar a região e avisa que não irá aceitar uma negativa como resposta. Quando os dois amigos se recusam a recuar, o cartel reforça a advertência sequestrando Ophelia, companheira e confidente dos rapazes. O sequestro deflagra uma gama alucinante de negociações habilidosas e reviravoltas inacreditáveis, que deixarão os leitores ansiosos para descobrir o custo da liberdade e o preço de um grande barato. Uma engenhosa combinação entre o suspense carregado de adrenalina e a reportagem policial, Selvagens é um thriller alucinante, escrito por um mestre do gênero no auge de sua carreira.

Aviso aos navegantes que este livro é impróprio para menores, porém, a resenha não! Fiquem despreocupados  e sintam o gostinho do livro conhecendo-o um pouco mais.

Em Selvagens conhecemos a história de Ben Ophelia e Chon, três amigos que moram na Califórnia e agora desfrutam os louros do que ganharam com a venda e distribuição de um tipo de maconha especial desenvolvida por Ben. A hidro é um tipo de maconha que sob a combinação certa pode gerar diversos “baratos” diferentes, a depender do gosto do cliente e, se tornou negócio em Laguna Beach despertou o interesse do Cartel de Baja no México, que agora quer que eles distribuam a droga apenas para o cartel, para que eles assim possam repassá-las aos clientes.

 Porém, os três amigos já haviam resolvido que não iam dar continuidade com os trabalhos ilícitos, Ben que além de botânico é filantropo e ambientalista, decidiu que agora se dedicaria à vida humanitária, ajudando os habitantes de países do submundo. Chon, já estava cansado da vida que levava e como ex- mercenário e ex-integrante do SEAL (força de elite da marinha americana), seu papel na B & C era distribuir a hidro e subornar policiais usando a força e armas se fosse necessário, mas também achou que já estava na hora de parar.

“O amanhecer os encontra…

                                             Corrigindo…

O amanhecer não nos “encontra” porra nenhuma; o amanhecer não está procurando. (A única qualidade redentora do universo é sua indiferença, acredita Chon.)” (p. 166)

Ophelia, a O. Como gostava de ser chamada, é uma menina de seus 20 e poucos anos que gosta dos dois, é descolada, gosta de roupas caras, bons lugares e da vida que os trabalhos de Bem e Chon pode lhe oferecer, gosta da hidro que os meninos fazem e de muito, muito sexo. Quando eles são procurados pelo Cartel de Baja com a proposta de produzir só para eles, o trio imediatamente recusa, porém o Cartel de Baja não se conforma em não comandar o negócio da Califórnia e sequestra O. para obrigar que os meninos façam o que eles querem.

 Eletrizante é a narrativa de Selvagens! Tudo no livro te remete para o mundo descrito pelo autor. A forma como ele usa as palavras, a diagramação do livro, algumas partes inclusive são narradas como cenas de um roteiro de filme. Sexo, drogas, violência e muito sangue são elementos presentes na narrativa do Don Winslow do início até o fim, sem contar com um leve toque de humor que deixa a leitura muito mais gostosa.

 É possível ver os personagens durante a narrativa, eles são muito bem descritos pelo autor e muito reais. Eu me apaixonei pelos meninos e pela O. e, com a possibilidade que a leitura de traz, é fácil torcer para que tudo dê certo para esses contraventores carismáticos. O que o final de “Selvagens” nos reserva é de tirar o fôlego e me deixou com vontade de ver o filme logo em seguida, quero saber muito como vai ficar essa história no cinema. Leiam, sem moderação.

 “Fizemos da riqueza e da saúde duas deusas.

Uma religião do narcisismo.

No final, idolatramos apenas a nós mesmos.

No final, não foi o bastante.” (p. 275)