Resenha: Vinte Garotos no Verão, por Sarah Ockler
Nome do Livro: Vinte Garotos no Verão
Autor(a):Sarah Ockler
ISBN: 9788581633657
Páginas: 288
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
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Quando alguém que você ama morre, as pessoas perguntam como você está, mas não querem saber de verdade. Elas buscam a afirmação de que você está bem, de que você aprecia a preocupação delas, de que a vida continua. Em segredo, elas se perguntam quando a obrigação de perguntar terminará (depois de três meses, por sinal. Escrito ou não escrito, é esse o tempo que as pessoas levam para esquecer algo que você jamais esquecerá). As pessoas não querem saber que você jamais comerá bolo de aniversário de novo porque não quer apagar o sabor mágico de cobertura nos lábios beijados por ele. Que você acorda todos os dias se perguntando por que você está viva e ele não. Que na primeira tarde de suas férias de verdade você se senta diante do mar, o rosto quente sob o sol, desejando que ele lhe dê um sinal de que está tudo bem.
Vinte Garotos no Verão é um livro sobre tudo, menos o que eu pensei que fosse! Como vocês sabem, ou eu suponho que saibam eu não costumo ler as resenhas, principalmente de livros de parceria, mas ouvi tanta gente falando que queria tirar a prova e saber a que se destinava este livro! Sarah Ockler ganhou o meu respeito, desde as primeira páginas que li!
Conhecemos neste livro um grupo de amigos formados por dois irmãos Frankiee Matt e sua vizinha Anna! Eles cresceram juntos, se conhecem desde sempre e formam um trio muito fofo! Só que para Anna e Matt, a relação vai muito além de amizade desde o aniversário de 15 anos da moça, quando escondido de tudo e de todos, os dois se beijam, motivados por uma tensão que já acontece há algum tempo! Os dois mantêm essa “relação” escondida, e Anna fica preocupada em contar para a amiga Frankie e saber como vai ser sua reação quando souber do relacionamento amoroso entre ela e seu irmão, Matt garante contar para Frankie assim que eles estiverem de férias na Califórnia, ele acha que vai ser um melhor momento! Infelizmente, poucos dias antes da viajem Matt morre de forma trágica e não tem tempo de contar para a irmã! Um corte na história nos leva para um ano à frente, quando Anna é convidada pela família de Frankie para passar as férias na Califórnia. Frankie já não é mais a mesma garota, agora se preocupa muito com a aparência, e falante a até popular entre os garotos da escola! Anna continua a mesma, tímida, simples e sempre preocupada em cuidar da amiga, principalmente por se sentir traidora e em dívida por causa do segredo gradado! Frankie tem uma ideia para que Anna perca a virgindade no verão de conhecerem 20 garotos para escolher um entre eles, com o qual Anna terá a sua primeira noite de amor, daí vem o nome do livro!
“Quando alguém que você ama morre, as pessoas perguntam como você está, mas não querem saber de verdade. Elas buscam a afirmação de que vocês está bem, de que você aprecia a preocupação delas, de que a vida continua. Em segredo, elas querem saber quanto tempo a obrigação de perguntar terminará (depois de três meses, por sinal. Escrito ou não escrito, é esse o tempo que as pessoas levam para esquecer algo que você jamais esquecerá).” (p. 75)
Eu não esperava tanta delicadeza nesse livro e talvez você também não encontre na minha pequena sinopse! A sutileza da fragilidades das relações não é dita em palavras, ela paira no ar como se fosse uma nuvem carregada prestes a desabar sobre a cabeça de todos aqueles envolvidos! A relação entre Frankie e sua mãe, a forma como ela acha que a mãe só gostava do filho que morreu e não dela por ver o sofrimento da mãe com a ausência do filho morto e por não se preocupar tanto com ela, a filha viva! O sofrimento solitário de Anna que é quem nos conta a história e que está sempre presente para ajudar a todos com seus lutos, ouvir, aconselhar, mas não tem ninguém por si, pois ninguém compartilha do segredo do seu amor por Matt, ela não tem o direito de sofrer como eles, pois ele era apenas o seu melhor amigo-menino, isso é muito sofrido pra ela! Dá uma peninha dela! Durante uma boa parte do livro, essa nuvem de tristeza, tensão e luto paira sobre o livro, de uma forma muito sútil, mas em algum momento ela se dissipa, claro que não completamente, afinal uma perda nunca é esquecida! Em algum momentos os acontecimentos de fato me surpreenderam, e isso deu um ânimo novo à história, como aquele sol que surge por entre as nuvens e o final é bem digno de toda a história, apesar de ser o que eu esperava que acontecesse!
A diagramação está linda, a capa tem tudo a ver com a história e compõe muito bem todo o clima para a gente se envolver com o livro!Vinte Garotos no Verãoé um livro muito bom, muito bem escrito, sensível, tocante, honesto, fala da morte, do amor, do luto, da amizade, do perdão como coisas cíclicas, integradas e parte de um todo,e que fazem parte da vida de todos nós, inclusive na vida de jovem que estão descobrindo o amor e amizade! Não sei se consegui expressar todo o meu sentimento, mas só tenho a dizer, leiam!
” – É, já ouvi isso. Há todo tipo de história como esta por aqui. Mas à vezes você tem que ver as coisas apenas como elas são e admirá-las, sem rotulá-las ou explicá-las. As explicações acabam com o mistério, não é?” (p. 214)
Oi, Renata.
Nunca tinha ouvido falar desse livro, mas depois de ler a sua resenha acho que ele não é para mim. Estou evitando livros com mortes e sofrimento! Acho que é uma fase!!
Beijos
Camis