Resenha: Veneno, por Sarah Pinborough

Nome do livro: Veneno
Nome Original: Poison
Tradução: Edmundo Barreiros
Série: Encantadas #1
Autor(a): Sarah Pinborough
ISBN: 9788567028002
Páginas: 224
Editora: Única
Ano: 2013
Avaliação: 3/5
Onde Comprar: Compare Preços

Sexy, sarcástico e de prender a respiração! Para os fãs de Once Upon a Time e Grimm, Veneno é a prova de que contos de fadas são para adultos! Não existe “Felizes para sempre”! Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos! Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia! Palavra da editora: Veneno é um livro tenro como uma maçã envenenada. Belo como os vilões costumam ser. Sarcástico como príncipes mimados. E sem finais felizes porque já estamos bastante crescidinhos! (E, ainda assim, é um dos finais mais chocantes da ficção atual!) Para fãs de séries de TV e histórias picantes e divertidas, Veneno é puro entretenimento! – Mariana Rolier

Para os fãs da série Once Upon a Time, do filme Branca de Neve e o Caçador e dos quadrinhos de Fábulas, Veneno vai parecer só mais do mesmo. A sinopse do livro é dirigida para quem não teve contato com uma releitura de conto de fadas, porque as demais afirmações já foram representadas nas três releituras citadas.

A história da Branca de Neve já é conhecida por todos e no livro ela é recontada inicialmente com um foco maior na madrasta da moça. Conhecemos uma jovem rainha que casou por interesse com um homem muito mais velho e vive em um reino afastado de sua terra natal. Todos os súditos amam o seu rei, sua princesa e idolatram a rainha morta, mãe de Branca de Neve. Porém ninguém ama a madrasta.

“(…)Tudo era tão fácil para a bela, adorável e perfeita Branca de Neve.”

Temos assim um background que explica o porquê de Lilith (sim, aqui a Rainha má tem nome) ser má e invejar Branca de Neve, que além de ter tudo o que ela não teve, é mais bela. Mas, inicialmente a rainha não sabe que isso é inveja. Nesse caso temos o Espelho Mágico que fica repetindo em momentos importunos à rainha que Branca de Neve é a mais bela de todos, como se fosse sua própria consciência querendo lhe incitar. A rainha é jovem, só cerca de quatro anos mais velha que a princesa, e quer afirmar o seu lugar perante seus súditos e escolhe fazer isso através do medo. Sente um desejo de fazer com que Branca de Neve comporte-se como uma dama, da mesma maneira que ensinaram a rainha a se comportar antes de vir para este reino casar com o rei. Impõe a princesa que use espartilho apertado, que não cavalgue, que não se relacione com os empregados e etc. Porém a menina não é como a madrasta e não se conforma em perder a sua liberdade. Lilith também tem parentes muito peculiares, como sua avó, que é a bruxa da casa de doces da história de João e Maria e acaba lhe ajudando com a história da maçã.

” Você tem ciúme de mim – disse Branca de Neve. – Não de meu pai me amar, mas de todas as outras pessoas. Não é tão difícil, sabia, fazer com que as pessoas gostem de você… Basta ser simpática.”

Quando a rainha má acaba quase matando Branca de Neve sem querer, ela tem uma crise de consciência e corre para se desculpar, deixando claro que matar não havia lhe passado pela cabeça, ela só queria que a enteada ficasse longe, que não fosse feliz livremente assim como ela não pode ser. Na segunda vez em que quase mata Branca de Neve, também sem a menor intenção, a preocupação da rainha já muda. Ela teme o que o rei fará se descobrir e não que Branca de Neve perca a vida. Ela passa a se acostumar com a ideia, tanto que no capítulo seguinte já temos o pedido para que o caçador lhe traga o coração da princesa. Achei essa mudança de atitude da rainha para com a princesa muito rápida. Em um capítulo ela preocupa-se em ter quase matado e no seguinte ela manda matar.

“Não era exatamente o que ele esperava. Na verdade, nada tinha a ver com o que ele esperava. (…) Ele se deu conta de que ela não podia apenas montar melhor que ele. Podia beber mais que ele também.”

Em seguida o foco da narrativa muda para a Branca de Neve e o príncipe. Este, vale dizer, lembra muito o Príncipe Encantado dos quadrinhos de Fábulas e não é nada parecido com o príncipe de Once Upon a Time. Porém branca de Neve não é a princesa de contos de fada sonhada por qualquer príncipe. Ela é forte, gosta de beber, festejar, cavalgar, não é recatada e gosta de sua liberdade (Onde Upon a Time). Ela não é a mocinha indefesa que precisa ser salva e isso desencadeia um final que me surpreendeu. Durante o livro os fatos se assemelham a história original de Branca de Neve, mesclando algumas outras histórias. O final, porém, destoa de tudo o que eu já vi de releituras até então.

A Editora Única fez um trabalho excelente na diagramação do livro. Ficou lindo. Capa início e final de capítulo é decorado, a margem é bem grande, o espaçamento e o tamanho da fonte são confortáveis. A capa também ficou muito bonita. Não encontrei erros de digitação no texto. No final do livro tem o primeiro capítulo do segundo livro da Saga Encantadas: Feitiço.

Recomendado para quem gosta de releitura de conto de fadas – principalmente da Branca de Neve e leituras adultas, pois existem algumas cenas mais picantes no livro.