Resenha: Poder, de Sarah Pinborough

Nome do livro: Poder
Nome Original: Beauty
Tradução: Edmundo Barreiros
Série: Saga Encantadas #03
Autor(a): Sarah Pinborough
ISBN: 9788567028149
Páginas: 224
Editora: Única
Ano: 2014
Avaliação: 4/5
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Acordar uma princesa pode ser letal. Para fãs de Once Upon a Time e Grimm, a série Encantadas prova que contos de fadas são para adultos! Quando um príncipe mimado é enviado pelo seu pai para tentar desvendar os mistérios de um reino perdido, ninguém imagina os perigos que ele encontrará pela frente! Acompanhado da figura sóbria e sagaz do Caçador e de Petra, uma jovem valente que possui uma ligação muito forte com a floresta, o príncipe acaba encontrando um reino adormecido por uma estranha magia. Todos os seres vivos foram cercados pela densa mata e estão dormindo, em um sono pesado demais, que só poderia vir da magia. Mas que tipo de bruxaria assolaria uma cidade inteira e seus habitantes? E, principalmente, quem faria mal a uma jovem rainha tão boa e tão bela? A não ser, claro, que os olhos não percebam o que um coração cruel pode esconder… Poder é o terceiro volume da trilogia Encantadas, e traz como história principal o conto da Bela Adormecida. Porém, esqueça os clichês tradicionais e se entregue a uma nova visão dos contos de fadas, em que heróis e anti-heróis precisam se unir para não perecerem à beleza superficial de princesas e rainhas egocêntricas e aos príncipes em busca de aventuras.

“- Às vezes – disse suavemente Bela, bebendo de sua taça de prata – todo mundo precisa liberar a fera interior por algum tempo. (…)”

 Poder fecha a Saga Encantadas com chave de ouro. Contendo várias ideias diferentes dos contos originais, assim como no restante da trilogia, Poder nos permite uma visão menos preconceituosa ao vermos as atitudes tomadas pelos personagens (quando as mulheres agem ao invés de ficarem sentadas esperando que um homem as salve).

Novamente temos mais de um conto de fadas envolvido e a autora leva a trama muito bem contextualizando-os entre si. Este foi o livro mais original da saga, onde o conto da Bela Adormecida e da Bela e a Fera foi agrupado perfeitamente. É possível saber quais foram os pensamentos e intenções de Sarah Pinborough ao escrever, pois no final do livro tem uma entrevista com a autora.

 “(…)Seus namoros anteriores não o incomodavam(…) Ele não tinha tempo para esse tipo de preconceito.(…) Afinal de contas, eles eram todos apenas animais, e por que uma mulher devia se negar ter prazer só porque um homem inseguro poderia pensar mal dela? Se nenhuma mulher cedesse a seus desejos, então a vida dele teria sido muito mais chata. As mulheres eram de longe o sexo mais sensual, mas a maioria dos homens não sabia como manter esses sentimentos vivos nelas. A maioria dos homens as fazia sentir vergonha de seus desejos, em vez de se deitar com eles, e depois se perguntava por que as coisas murchavam e morriam entre o casal.(…)”

 Como já aconteceu nos demais livros da trilogia, as mulheres tem grande destaque na história e nas ideias apresentadas. Existe uma desmistificação da donzela indefesa, pois aqui nenhuma mulher é indefesa e quase sempre não é donzela. A autora mostra que tendo esse pensamento livre com relação à liberdade dos outros, as coisas ficam muito mais fáceis nas relações homem e mulher. Os trechos picantes do livro são bem escritos, apresentados poucas vezes e totalmente dentro do contexto. Também mostra a evolução dos pensamentos de um personagem ao notarem que nem tudo o que é bonito por fora é bonito por dentro e que o equilíbrio é o melhor caminho a seguir.

A narrativa é fácil, rápida e não é necessário ter lido os demais livros para entendê-la. A revisão está muito boa, sem erros que tenham sido percebidos. O espaçamento, margens e o cuidado da editora Única novamente estão impecáveis. A capa é linda, como sempre, e vem com o marcador da saga com a imagem das três capas dos livros, embutido na orelha do livro. No final temos uma entrevista bem interessante com a autora.

Recomendo a todos a leitura desta saga, principalmente aqueles que acham que contos de fadas são coisas de menininhas.