Resenhas

Resenha: Perdão, Leonard Peacock, por Matthew Quick

PERDAON_LEONARD_PEACOCK_1375464387PNome do livro: Perdão, Leonard Peacock
Nome original: Forgive Me, Leonard Peacock
Tradução: Alexandre Raposo
Autor (a): Matthew Quick
ISBN: 9788580573954
Páginas: 224
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Avaliação: 5/5 + bônus
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Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto.

Desde quando li “O Lado Bom da Vida” primeiro volume do autor publicado no Brasil pela editora Intrínseca, me surpreendi com a escrita do autor Matthew Quick. Ele possui um dom incrível em transformar o interior da pessoa com textos coesos e sentimentalistas que quando terminamos, ficamos horas refletindo em seus personagens e querendo mais.

Leonard Peacock (Leo), está completando dezoito anos, e podem acreditar, é no seu aniversário que iniciamos todo o enredo. Antes da comemoração ele precisa realizar quatro de seus desejos:  uma garota religiosa por quem ele sempre foi atraído, seu professor de História, um vizinho idoso, um colega de escola  que toca violino. Meio confuso, não?  Depois de passar por todos esses deixando uma espécie de presente, o garoto vai atrás de um colega de escola para acabar com a vida dele e depois ele mesmo se suicidar.

Não entendi os motivos de início que levaram ao acontecimento. Sua atitude aos poucos vai sendo revelada e vai demonstrando todos os problemas que Leo tem e o seu grande trauma de infância.  Ainda descobrimos que sua mãe nem sabe de sua existência e seu pai… Bom… Vão ter de ler. Fiquei muito pensativo nos motivos que levam a mãe do garoto afastar dele. O que de alguma forma parei por alguns minutos e fiquei pensando nos atos apresentados pelo garoto.

Matthew Quick construiu um personagem muito inteligente, coeso, incrível. Suas colocações são tão perfeitas que ansiamos por uma continuação ou um novo livro. Seus diálogos são marcantes e sua narrativa é certeira. A contribuição do autor em mostrar atitudes de um professor, foi outro ponto que me emocionou de certa forma. O que diferenciamos de nossa realidade, não é mesmo caro leitor? O personagem cresce de tal forma que o leitor fica chocado em querer diferenciar o livro antecessor com esse mais atual.

Os anseios e a vida diária do personagem é narrado por ele próprio, quando isso não acontece, os personagens secundários contribuem muito. Seu lado psicológico é muito bem abordado como todo o seu pensamento e decisões. As doses sarcásticas não ficaram de fora dentro do enredo, vieram em horas corretas. Cada nova decepção, Leonard vai ficando mais inerente e desmotivado com sua vida.

Quando a editora Intrínseca divulgou o lançamento desse livro, fiquei meio preocupado com a sinopse e como que o autor iria conseguir abordar para o seu público leitor. Confesso que me surpreendi muito em não julgá-lo  antes de ler. O livro proporciona uma releitura importante para pessoas em diversas áreas, até mesmo para passar o tempo.

A editora Intrínseca apresentou uma diagramação limpa e muito caprichada. A capa ficou idêntica com a versão americana. A tradução de Alexandre Raposo é digna de aplausos pelo cuidado na conjugação das palavras.

A leitura é impossível de largar!! A trama e drama do personagem principal é digna de uma leitura, releitura e quem sabe também um filme nas telonas, não é mesmo? Se você ainda não leu o livro, ainda não sei o que anda esperando.

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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