Resenha: Os Três, por Sarah Lotz
Nome do Livro: Os Três
Nome Original: The Three
Autor(a): Sarah Lotz
Tradução: Alves Calado
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412697
Páginas: 391
Ano: 2014
Nota: 2/5
Onde Comprar: Compare Preços
Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas… Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele… Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.
Quando a editora Arqueiro anunciou Os Três como um dos próximos lançamentos, logo estava adicionando à lista de “próximas leituras”. Este livro possui uma premissa extremamente interessante e as resenhas positivas aumentam a cada dia, mas se tudo isso não bastasse, o autor Stephen King, mestre do terror, classifica este livro como “maravilhoso” e “instigante” e disse também que é “impossível parar de ler”. Então me diga, caro leitor, como não aguardar um livro que fizesse com que cada linha trouxe aquele arrepio na espinha? Mas talvez esperar muito tenha sido meu primeiro erro…
Em uma quinta-feira, quatro aviões caem em lugares diferentes mas quase ao mesmo tempo. Se isso já não fosse estranho o bastante, três crianças sobrevivem ao acidente de uma maneira milagrosa. Desde este episódio, o mundo vai entrar em colapso. São lançadas alguns teorias sobre conspirações alienígenas, que é o início do tão temido Apocalipse ou até mesmo cogitam a hipótese de um ataque terrorista. Mas o que de fato aconteceu com essas crianças?
Não tem começar a falar um pouco sobre este livro sem ao menos descrever um pouco sobre a narrativa. Elspeth Martins é uma jornalista que está reunindo diversas informações sobre a Quinta-Feira Negra e Os Três, como conversas pelo Skype, gravações, recortes de jornais e revistas, trechos de livros, entrevistas de TV, conversas em chat, etc. Ou seja, o livro não é narrado de uma forma convencional, mas isso impressiona de fato o leitor. Quando uma história é narrada por um personagem, acabamos conhecendo a fundo o protagonista de uma forma incrível, desde seus instintos e desejos até seus piores medos. Mas neste livro temos o vislumbre de fatos, verdadeiros ou não, mas fatos.
O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas… Estão vindo me pegar agora. (Página 17)
Personagens são o que não faltam neste livro. Conheceremos a vida de jornalistas, homossexuais, pilotos, fanáticos religiosos, empresários, androides, nerds, soldados, suicidas, escritores, pessoas carentes, enfim, uma porção deles e muitas vezes você terá que se esforçar para se lembrar de quem é quem e qual o contexto que ele faz parte. Não há personagens principais, claro que a história gira em torno das três crianças sobreviventes, mas vemos claramente que elas são apenas mais um ponto no caos que o mundo se tornou.
Com uma narrativa fora do comum e bastante detalhada, a autora consegue prender o leitor desde o começo. A escrita da autora consegue atingir uma narrativa altamente rica em detalhes e também dotada de um suspense descrito de uma maneira sutil porém bastante intensa. Ela faz descrições de chats com abreviações e linguagem utilizada nesse meio, um relatório de autópsia, relatório da empresa aérea, etc, certamente a autora recorreu à uma grande pesquisa.
Mas se tudo parece uma maravilha, por que classifiquei o livro com nota dois? Porque a autora consegue estragar com o final, tudo aquilo que ela construiu anteriormente. Na minha opinião, ela deixou alguns pontos em aberto e não esclareceu dúvidas sobre a história e alguns mistérios que envolviam Os Três. Isso definitivamente foi um problema para mim, li o mais rápido que pude para ter minhas dúvidas sanadas, mas isso não aconteceu.
Aquilo me apavorou, Elspeth. Morri de medo. (Página 130)
Assim que esse livro chegou, a edição me encantou! Por fora, o livro é TOTALMENTE preto. Isso mesmo, a capa com alguns detalhes em vermelho e branco, na contracapa capa também, mas até o miolo do livro é preto. Por dentro, as folhas são amareladas, com uma fonte de um tamanho bom e dependendo se for um e-mail, ou uma conversa por chat ou até mesmo um recorte de jornal, a fonte às vezes muda. Mesmo que em alguns momentos sejam encontrados alguns erros, foi deixado bem claro pelo próprio enredo que era devido a situação de pavor ou de desleixo do personagem, porque a editora fez um trabalho excelente na tradução e também na revisão.
Como já foi dito acima, adorei a forma inovadora de narrar os fatos e a escrita altamente detalhada e cheia de informações, sendo que ela também criou uma premissa instigante — me apropriando das palavras do King — e conseguiu criar e manter o suspense durante toda a leitura, mas no final achei que tudo se tornou muito confuso. Talvez para mim, o livro não tenha sido a melhor escolha, mas talvez ele funcione com você.