Resenha: O Sonho de Eva, por Chico Anes
Nome do Livro: O Sonho de Eva
Nome Original: O Sonho de Eva
Autor(a): Chico Anes
ISBN: 9788581630069
Páginas: 304
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Avaliação: 3/5
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Dra. Eva Abelar, autoridade mundial em sonhos lúcidos, é informada de que seu filho, Joachim, uma criança autista, desaparece na mesma noite em que sua irmã, Anna, pula do 20º andar de um edifício em São Paulo. Anna era a principal cientista do projeto DreamGame, invento revolucionário que permite à pessoa jogar enquanto dorme. Eva é convidada por Yume a assumir o lugar da irmã e, à procura de respostas, se envolve em uma trama perigosa, que alcança os limites dos desejos inconscientes do homem. Enquanto usa seus conhecimentos para desvendar a morte de Anna e reencontrar Joachim, Eva descobre o quanto a sociedade está vulnerável à tecnologia e aos estímulos subliminares, e como esses estímulos podem sequestrar a liberdade e extinguir o livre-arbítrio.
Uma mistura da narrativa de Dan Brown e da história do filme A Origem (Inception), o livro conta com uma narrativa fluída, a história se desenrola de maneira bem fantasiosa com sociedades secretas perdidas que guardam segredos inestimáveis envolvidas em uma guerra secular. O mistério é bem conduzido, de forma que somente no final alguns eventos do início da narrativa fazem sentido.
Dra Eva é uma pesquisadora/psicóloga, autoridade em sonhos lúcidos que apresenta uma tese sobre superconsciência, onde as pessoas conseguiriam se aproximar de grandes gênios através dos sonhos lúcidos, promovendo uma expansão mental. Conhecemos a personagem logo quando esta toma conhecimento da tragédia que se abateu sobre sua vida: a irmã suicidou-se e o filho autista de Eva que estava a seus cuidados desapareceu.
Eva é uma mulher forte, acostumada a se virar sozinha e enfrentar a descrença que seu estudo sobre sonhos lúcidos causa no meio acadêmico. Mesmo assim as atitudes tomadas por ela em determinados momentos do livro – as mais radicais, digamos – não são algo que uma mulher pensaria em primeiro lugar, o que causa certo desconforto na leitura. Esse tipo de atitude seria mais compatível com alguém de pouca escolaridade, incapaz de pensar em outra maneira de agir ou de alguém realmente desesperado – algo que Eva jamais parece estar, mesmo com o desaparecimento do filho. Mesmo após descrever as emoções da personagem e de passarmos a conhecê-la melhor, com o final do livro algumas atitudes de Eva e das pessoas envolvidas com ela permanecem um mistério e achei que faltou explorar essa parte (como por exemplo a mãe de Eva). Somos apresentados a vários personagens, mas sabemos pouco sobre eles e sobre a grande trama na qual gira a história.
A narrativa acontece em clima cinematográfico sendo possível ter uma visão clara dos acontecimentos, mesmo com o livro sendo pouco descritivo, de maneira que ele não se torna chato. O autor consegue nos conduzir através de vários sonhos de Eva que deixam o leitor intrigado, tanto quanto a própria personagem, já que ela explica que todo sonho é importante e pode ser algo que seu subconsciente está tentando dizer a você mesmo. O livro funciona como uma lembrança da influência das mídias em nossas vidas e de como elas podem manipular as pessoas facilmente.
A revisão do livro está boa, mas encontrei alguns erros. A qualidade da diagramação, tipo de papel, tamanho da letra, é a mesma de todos os livros da editora Novo Conceito com os quais tive contato: impecável. A capa é linda e combina muito bem com a trama.
Recomendo a leitura aos interessados em uma narrativa diferente, que tenha os sonhos como tema, de um autor nacional e também para aqueles que sempre temeram o domínio da tecnologia.