Resenha: O pior dos crimes por Rogério Pagnan
O pior dos crimes
Autor: Rogério Pagnan
Páginas: 335
Gênero: jornalismo
ISBN:9788501112972
Editora: Record
Nota: 3,5/5
A história completa do assassinato que chocou o Brasil Construído em ritmo de thriller, O pior dos crimes esmiúça o trágico caso que conseguiu estarrecer a opinião pública de um país rotineiramente violento. Em 29 de março de 2008, Isabella, de 5 anos, foi atirada ainda com vida pela janela do sexto andar do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte da capital paulista, e morreu pouco depois de chegar ao hospital. O que se seguiu foi uma investigação e um processo repletos de pistas mal perseguidas, depoimentos de suspeitos com “pegadinhas”, uso de informações falsas, pressões indevidas para a obtenção de confissões, perícias criminais deficientes e um Ministério Público empolgado com os holofotes. Se o caso Nardoni representou ou não um erro judicial, se houve elementos suficientes para uma condenação “acima de qualquer dúvida razoável”, o leitor será capaz de dizer a partir da leitura deste instigante livro-reportagem.
O livro é organizado de forma a nos mostrar como Alexandre Nardoni, Ana Carolina Oliveira e Anna Carolina Jatobá são, desde a adolescência. Talvez, para buscar uma explicação plausível para o que aconteceu na noite de 29 de março de 2008. Mas não creio que tenha explicado grande coisa.
O livro foi dividido em parte que falam sobre o dia do acontecimento, para depois remeter à origem dos envolvidos, como dito acima. Depois temos contato com a investigação, a perícia, o julgamento e a condenação.
É uma história não só nacionalmente conhecida. À época, o mundo inteiro teve notícia da morte de uma garotinha de 5 anos que foi atirada pela janela do apartamento do pai.
Fica claro pelos depoimentos extraídos do processo e das entrevistas dadas pelas partes envolvidas e pelos parentes destes exclusivamente ao repórter autor do livro que muitos erros foram cometidos a partir da primeira ligação feita para a polícia após o vizinho avistar o corpo de Isabella caído no jardim do prédio até a condenação.
Nada ficou esclarecido, no final das contas, acerca de se realmente alguém entrou no apartamento que sequer foi arrombado. Qual objeto provocou o ferimento na testa de Isabella. Tudo aquilo que se cogitou que poderia ter provocado a pequena ferida (treta chave do apartamento, quina da mesa, um anel) sequer foi periciado.
O laudo do IML, por sua vez, que concluiu por uma causa de morte indeterminada, haja vista que não se pode precisar o que teria provocado as marcas no pescoço da criança, ou até mesmo a dúvida em torno da falta de fraturas graves em um corpo que caiu a mais de 20 metros, como se o corpo tivesse sido colocado de propósito no jardim pra simular a queda.
São muitos absurdos, mas estão todos ali no livro de uma forma muito bem contada pelo autor. O único defeito é que, por se tratar de depoimentos e entrevistas repassadas para o livro em forma de um thriller ficou um pouco repetitivo, o que cansou um pouco. Mas nada se compara a relembrar o que aconteceu com Isabella Nardoni. Sem dúvida o livro me fez reviver aquilo que senti ao acompanhar as reportagens nos jornais, que por dias seguidos não falaram de outra coisa.
Indico para quem gosta de livros jornalísticos. Preparem o estômago e o espírito e boa leitura!
Ai com certeza esse é um livro que não pretendo ler nunca, me sinto muito mal e triste só de relembrar esse caso. Como o ser humano pode ser tão cruel a esse nível ? E que tristeza saber de todos esses erros em cima desse caso, eu lembro que os acusados até demoraram para serem de fato presos. Realmente é algo que nem buscando no passado dos dois tem explicação.
Lembro como se fosse hoje esse crime, ele e o do sequestro de Eloá. São tantos absurdos desse crime que fico passada. É tanto que até hoje eles dizem que são inocentes né? Acho que esse livro dá um ponto bem interessante pra quem tem a curiosidade de acompanhar e saber os por menores desse crime que chocou o Brasil.
Beijos