Resenha: O Lado mais Sombrio, por A. G. Howard
Nome do Livro: O Lado mais Sombrio
Nome Original: Splintered
Trilogia: Splintered #01
Autor(a): A. G. Howard
Tradução: Denise Tavares Gonçalves
ISBN: 9788581633381
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
Páginas: 368
Nota: 2.5/5
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Alyssa Gardner ouve os pensamentos das plantas e animais. Por enquanto ela consegue esconder as alucinações, mas já conhece o seu destino: terminará num sanatório como sua mãe. A insanidade faz parte da família desde que a sua tataravó, Alice Liddell, falava a Lewis Carroll sobre os seus estranhos sonhos, inspirando-o a escrever o clássico Alice no País das Maravilhas. Mas talvez ela não seja louca. E talvez as histórias de Carroll não sejam tão fantasiosas quanto possam parecer. Para quebrar a maldição da loucura na família, Alyssa precisa entrar na toca do coelho e consertar alguns erros cometidos no País das Maravilhas, um lugar repleto de seres estranhos com intenções não reveladas. Alyssa leva consigo o seu amigo da vida real – o superprotetor Jeb –, mas, assim que a jornada começa, ela se vê dividida entre a sensatez deste e a magia perigosa e encantadora de Morfeu, o seu guia no País das Maravilhas. Ninguém é o que parece no País das Maravilhas. Nem mesmo Alyssa…
A editora Novo Conceito fez um grande marketing acima deste livro em suas redes sociais algumas semanas atrás. A editora colocou a personagem Alyssa para conversar com os leitores enquanto aguardavam o lançamento oficial do livro em todo o Brasil. Muitos ficaram se perguntando se o livro era uma nova história de Alice no País das Maravilhas escrito por Lewis Carroll. E na realidade é o contrário, é uma ambientação da autora que é muito fã do autor dentro do País das Maravilhas. É como se o enredo continuasse com a tataraneta da Alice que veio para consertar os erros dela dentro do país encantado. Você leitor vai entender ao longo de minha avaliação. Lembrando que gostei da adaptação de Tim Burton e li o livro do Carroll, nada contra. Cuidado com spoilers!
Alyssa Gardner é uma garota meio diferente das outras que convive em seu mundo. Pelo contrário do que muitos pensam, seu mundo é como o nosso. Ela mora com o seu pai e convive com o fardo de sua mãe Alison viver internada em um sanatório por algum motivo desconhecido. Ela ouve insetos, plantas e usa sua única forma de calar esses seres capturando-os e transformando em quadros. Um dos maiores problemas de Alyssa é conviver com o fardo de ser tataraneta de Alice Liddell ( a famosa Alice do País das Maravilhas que conhecemos). Carregar o fardo de uma história que muitos acreditam ser invenção de sua cabeça, não é nada fácil do que possa se imaginar. Todos já leram o enredo de Lewis Carroll e nunca acreditaram no destino de sua família. Uma grande maluquice em sua cabeça, não? Ainda por cima, é apaixonada pelo seu melhor amigo de infância- Jebediah Holt ou Jeb como ela o chama. O problema é que o cara a vê como uma irmã, não como uma mulher. Até que ela descobre ser vítima de uma maldição que acerca sua família – a maldição dos Liddell. E se ela não descobrir um meio de mudar a realidade, ela pode ser a próxima vítima como a sua mãe.
Até que em uma visita ao lado de seu pai ao sanatório onde está internada sua mãe, descobre que há um meio de reverter toda a maldição, ou seja, este lado sombrio de sua família, devolvendo a vida. Seu mundo cai quando é apresentada para Morfeu, de início um ser imaginário que conversa com ela ao longo, ela precisará ir para a Inglaterra e entrar no buraco do coelho para encontrar o ser. A garota para piorar não possui nenhum dinheiro, até que em um dia, pelas vozes e pela mariposa ela descobre a luva, o livro e outros materiais escondidos no sofá de sua mãe. E pelo espelho quebrado ela vai parar no local de entrada ao país encantado. O que ela não imaginava é que Jeb iria atrás dela e ambos entram nesta grande aventura juntos. Agora, ela precisa consertar todos os erros cometidos por Alice quando ela entrou no País das Maravilhas quebrando a maldição do lado mais sombrio que leva sua família, pelo menos as mulheres à loucura.
Dentro do mundo encantando, Jeb e Alyssa passam por grandes privações e perigos, até que encontram com Morfeu ( a largata fumante que conhecemos). Ele é um intraterreno como outros e possuem o poder de se transformar. O coelho branco que conhecemos é um ser também intraterreno de óculos, como outros personagens e estão todos os nossos conhecidos juntos: O Gato de Cheshire, a rainha de Copas, o Chapeleiro Maluco, a rainha vermelha, o Coelho Branco entre outros personagens de Carroll. Morfeu fará de tudo para bagunçar a cabeça de AL, e muitas vezes tentar acabar com Jeb, onde ambos nutrem um pequeno ciúme. Tudo aqui é novo, uma ambientação totalmente nova da que conhecemos.
O enredo vai se guiando pela premissa abordada, tentar consertar os erros de Alice, e ao longo a autora vai alterando todas as concepções ligando ao livro das que já conhecemos, como: Alice não voltou para o mundo real, ficou presa por mais de setenta anos. Ao mesmo tempo como que ela conseguiu ter filhos? O que ao longo vamos conhecendo as respostas. Morfeu é um ser astuto, sagaz e muito sacana, o que me deixou entediado em grande parte da leitura. A premissa do livro não alternava, ou melhor, quando não mostrava os objetivos da garota ou alguém tentando atrapalhar, o romance dela com Jeb ganhava mais foco. Nada além disso, até os momentos finais quando há uma batalha. Batalhas, traições, mudanças para que o nosso malvado bondoso, ganha algum crédito. E olha que você leitor vai se surpreender com ele ao longo da trama.
A.G. Howard deixa nítido e intrínseco seu amor pela obra de Lewis Carroll e ainda cita a ambientação cinematográfica de Tim Burton em seus agradecimentos. Em torno da obra, eu até parabenizo pela sua escrita, mas não me agradou. Ter uma ideia em mente e já mostrada por outros seja pela tv, cinema e outros filmes me incomodou. O livro não tinha mais o que falar, ficava enrolando muito, o que perdi dois dias lendo um único livro. A autora mudou mesmo os personagens, o País das Maravilhas que temos em mente, acrescentou mais dose sombria no enredo e em algumas passagens bagunçou mais a cabeça de quem lia sua obra. O romance também me incomodou, ele não fluía, pareceu aqueles filmes de sessão da tarde que precisávamos chegar ao final para quem sabe um “(…)e viveram felizes para sempre”. A personagem Alyssa é muito coerente, detalhista e forte em grande parte. O que deu foco foi a Taelor, que mostrou ser uma vilã ao longo e Jeb que movimentou a aventura. Fora isso nada demais aconteceu ao longo da leitura. Não gostei!
A editora Novo Conceito por outro lado, construiu um grande livro, a diagramação ficou perfeita digna de contos de fadas, como as ilustrações ao longo do livro. A tradução é de Denise Tavares Gonçalves, o que deixo meus parabéns pela constância de palavras dentro da obra. Não posso deixar de falar da capa, como a original enche os olhos de qualquer leitor.
Enfim, para mim não pegou mesmo o livro. Para piorar descubro que o livro faz parte de uma trilogia e que ainda teremos mais dois livros (Unhinged, livro 2), o terceiro ainda em produção e um conto ainda para ser lançado. Desculpe, mas o enredo fecha muito bem nesse livro, não vendo necessidade de mais dois livros . Um grande erro é o autor continuar algo e se frustrar só por pensar nos ganhos. Mas procurando no Goodreads, algo vai fazer nossa protagonista retornar. Fiquei curioso para ver onde vai chegar mesmo não aprovando.
Mesmo não gostando, indico a leitura para que você leitor tome sua nota. Depois me conte, ok?