Resenha: O Doador de Memórias, por Lois Lowry
Nome do livro: O Doador de Memórias
Nome original: The Giver
Autor(a): Lois Lowry
Tradução: Maria Luiza Newlands
ISBN: 9788580412994
Editora: Arqueiro – 2ª edição
Ano: 2014
Páginas: 190
Nota: 5/5
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Em O doador de memórias, a premiada autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína. | Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente. | Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. | Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. | Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.
Um livro que pode te surpreender somente pela capa! Lançado inicialmente pelo selo Sextante em 2009 com o título de “O Doador”, não apresentou grandes destaques no meio literário. Somente no ano de 2014, quando saiu sua adaptação aos cinemas, a editora Arqueiro resolveu alterar o nome do livro para bater com o nome do filme. O que achei sem uma grande e importante necessidade, mas, por questões de marketing, podemos relevar.
Jonas sempre viveu em uma sociedade perfeita, nunca nutriu sentimentos intensos, nunca presenciou desigualdades com muitas dores ou por cor. Em seu lado, tudo se encontra na mais perfeita ordem e sem problemas. Na sociedade que ele vive, todos possui suas funções e vivem em harmonia. Ao completar seus 12 anos, todas as crianças são indicadas para uma cerimônia, para que possa escolher seu posto e assumir sua vida adulta, e passando por treinamentos para se tornar eficiente ao meio do núcleo que vive.
Seu pai cuida de crianças novas para serem distribuídas por outras famílias (somente quem possui seleção, podem dar a luz em novas crianças) e sua mãe trabalha com a lei. Sem esperar do que viria, o garoto precisa se isolar completamente para que seu treinamento possa ser aprofundado, quando descobre que será o próximo Doador de Memórias.
Ele ficará no encargo de receber todo o conhecimento, lembranças passadas que o seu povo não possui – enquanto o seu povo vive comente o presente, Jonas sentirá todas as dores e descobertas do passado. O garoto passará por diversos encontros com o Recebedor, o responsável que nutre o conhecimento do passado (e único) que pode estar passando e aos poucos Jonas começa a entender o dom que é passado percebendo que toda recordação possui feridas e dores. O que pode ser o seu maior desafio!
Ao longo do enredo, vemos os encontros entre Jonas e o Recebedor e como ele vai recebendo todas as memórias. Tudo desconhecido passa a fazer parte de sua realidade e aos poucos ele começa a afastar de seu mundo antes recatado. O rapaz faz questionamentos se realmente seu povo precisa mesmo não receber ou lembrar das dores, mudando aquela sociedade perfeita.
Lois Lowry envolve o enredo ao leitor de um jeito contagiante. Eu mesmo fiquei me perguntando: “Como um livro poderia ficar tão esquecido?”. Mesmo que personagens secundários como a antiga Recebedora e outros sejam pequenos, possui a flexibilidade da coerência necessária em sua obra. A história envolvendo o Doador é simples e incrível, fazendo-me querer e ansiar sempre por mais. Mesmo que alguns pontos fiquei sem explicação e os motivos para que todos sejam jogados naquele mundo, o livro acaba ganhando pelo desenrolar dos fatos.
A nova edição da editora Arqueiro não alterou muito a escrita da edição anterior. Mesmo que não tenha visto, acredito que a editora não tenha feito grandes mudanças. E por incrível que pareça eu ainda não vi o filme.
Leitura bastante indicada!!! Mas leiam antes do filme.
Oi, Philip.
Eu bem que queria ler esse livro, mas está difícil abrir espaço na minha agenda!! Talvez só me reste ver o filme para aplacar minha curiosidade sobre a história! hehehehe
beijos
Camis