Resenha: Nova ordem, de Chris Weitz
Nome do Livro: Nova Ordem
Nome Original: The New Order
Série: Trilogia Mundo Novo
Autor(a): Chris Weitz
Tradução: Álvaro Hattnher
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765909
Ano: 2015
Páginas: 328
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Jefferson, Donna e seus amigos descobriram que os adolescentes não são os únicos que sobreviveram ao vírus e, em meio ao caos do resgate da Marinha, eles se separam. Jefferson volta para Nova York e tenta levar a Cura para a tribo da Washington Square, enquanto Donna vai parar na Inglaterra, onde se depara com um mundo pós-Ocorrido inimaginável. Mas um desastre ainda maior que a Doença está prestes a acontecer, e Donna e Jefferson só poderão evitá-lo se acharem o caminho de volta um para o outro.
Nova ordem é o segundo volume da trilogia Mundo Novo, leia a resenha do primeiro volume, Mundo Novo.
Após o dramático final do primeiro volume, que nos deixou na expectativa este tempo todo, os eventos de Nova Ordem começam exatamente na mesma cena, retomando a narrativa com a mesma pegada rápida, onde nenhum capítulo é ocioso. Os capítulos desenvolvem bastante cada personagem, tanto que em apenas 264 páginas a história avança muito, terminando com um panorama completamente diferente do início e ainda com brecha para uma conclusão espetacular.
Jefferson, Donna e os outros são “resgatados” e passam um tempo a bordo do navio de guerra Ronald Reagan. Mantidos como prisioneiros e interrogados diariamente, finalmente descobrem o que aconteceu com o mundo fora de Manhattam. A cura para a doença que devastou o país pode dar novo rumo ao caos, mas ainda há muitos obstáculos pela frente.
Este novo volume da série guarda muitas surpresas – nem todas óbvias, e segue por rumos inesperados, inclusive com personagens inusitados. Destaque para os capítulos narrados por Cérebro, em que uma única linha ocupa diversas páginas para mostrar como efetivamente funciona seu fluxo de consciência (da mesma forma os capítulos de Donna são narrados com gírias e os de Jefferson são repletos de dúvida e insegurança). Nova Ordem não sofre do mal comum ao segundo volume de muitas trilogias, não é um mero livro de transição para o final, os eventos narrados são essenciais na trama e realmente mudam a visão do leitor para acompanhar as desventuras dos personagens.
Há citações recorrentes a O senhor das moscas, de William Golding (vencedor do Nobel de Literatura de 1983), clássico moderno em que um grupo de estudantes britânicos é abandonado em uma ilha deserta para sobreviver sem a ajuda dos adultos. Eles não sabem o que está acontecendo fora da ilha, apenas dividem fragmentos de informações que entreouviram, situação muito semelhante à dos personagens de Nova Ordem. “O senhor das moscas” é digno da fama que carrega, mesmo que não seja um livro muito fácil de gostar, é uma das principais referências dos autores de distopias, pois aborda exatamente o regresso ao tribalismo quando se perdem as referências de instituições e valores, além de ser leitura obrigatória em muitas escolas nos países de língua inglesa. Vale a pena pesquisar este título para chegar mais perto da fonte dos autores contemporâneos.
A editora Seguinte mantém o projeto gráfico do primeiro volume usando cores berrantes na capa e um desenho em preto-e-branco, dando excelente destaque e tornando a série reconhecível imediatamente em qualquer estante. As imagens na internet não reproduzem corretamente a cor verde limão berrante, assim como acontece com a cor da capa do primeiro volume da série, mas encontrá-lo na livraria para conferir de perto é muito fácil. Outro ponto positivo é que não há erros de digitação. A única coisa que está boa mas poderia melhorar é o marcador de páginas embutido na orelha da última página: ele é recortável, mas seria melhor se fosse destacável.
Até agora a trilogia é altamente recomendada, o autor está explorando muito bem os limites do que pode ser feito na categoria YA de ficção científica, uma excelente leitura de entretenimento.