Resenha | Não confie em ninguém

Livro: Não Confie em Ninguém

Série: –
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense
Páginas: 352

Grace Sebold é estudante de medicina e está na cidade de Santa Lúcia, no Caribe, para celebrar o casamento de um casal de amigos do namorado. Entre eles estão seus amigos, famílias dos noivos. Tudo parecia ser lindo e ideal, até que Julian, o namorado de Grace é morto e ela se torna a principal suspeita.
Onde o casamento foi celebrado, na pequena ilha de Sugar Beach foi transformado em um cenário de filme de policial. Muitos policiais, detetives, fitas amarelas para afastar os curiosos, e principalmente a mídia para fazer cobertura do caso. Após horas de depoimentos e o desespero por afirmar ser inocente, Grace foi condenada por ter assassinato o namorado. A noite que Julian pediria em casamento, e Grace afirma não ter se encontrado com o ele no local, tudo aponta que ela esteve e provas indicam que ela é a responsável.
Após dez anos da sentença, o caso de Grace ainda perpetua na mídia, e ainda assim, ela jura ser inocente. Ela recorre à Sidney Ryan ao enviar cartas. Sidney é uma cineasta que trabalha na produção de documentários de TV, cujo o intuito é reavaliar crimes reais, onde pessoas que foram presas alegam ser inocentes. Portanto, o programa é construído por talvez, quem sabe, revelar novas informações do caso e provar que o condenado é realmente inocente. Sidney já tem um currículo com três casos que conseguiram desvendar os casos, fazendo com que a caixa de correios se tornou uma grande montanha, semelhante aos que a produção da Xuxa recebia. As cartas de Grace chamou atenção de Ryan, pois ela se lembra do grande bafafá que gerou na mídia. Ela decide então aceitar e irá pesquisar o caso minuciosamente.
Dez anos depois da sentença condenatória, o caso Sebold ainda ganhava a mídia e Grace continuava jurando sua inocência e mandando inúmeras cartas para Sidney. Com o documentário chamado A Garota de Sugar Beach, sendo transmitido simultaneamente de acordo com as revelações. Revelações essas que mostram que todo o caso de Grace foi encaminhado com mentiras, provas com furos e falta de técnica das autoridades do local, que na época atuou. Então, Sidney recebe uma carta do detetive Gus, afirmando que a cineasta está cometendo um erro. E tudo que construiu ali pode estar saindo do seu controle e ter o caso concluído drasticamente.

Tive o meu primeiro contato com a escrita de Charlie Donlea em Deixada para Trás. Livro que fiquei abismado com a forma que ele construiu a trama, de forma viciante e jogando no ar diversas possibilidades e teorias. E mesmo assim, conseguindo enganar o leitor até a última página. Em Não Confie em ninguém, é da mesma forma. A técnica de jogar para o leitor pistas e fazer com que ele se apegue a uma e no final ser surpreendido, ainda está presente.

Trazendo um toque realista, por inserir na trama programas envolvendo crimes e tudo aquilo que rodeia os crimes, podemos observar o nível de crueldade onde o ser humano pode chegar carregado de frieza.

Entre os dois livros que li do autor, meu preferido se tornou esse, sem dúvidas. Apesar de Deixada para Trás prender a atenção, em alguns momentos a leitura se tornou um tanto enfadonha. Porém, em Confie em Ninguém não consegui parar de ler para descobrir o desfecho da história. Nesse novo livro podemos encontrar uma personagem que está em Deixada para trás, que colaborou no caso estudado anterior.

A escrita de Donlea permanece fascinante. É incrível a forma que ele costura a trama sem deixar pontas soltas, com personagens bem construídos e momentos de clímax desenvolvidos na medida certa e no momento propicio. Fiquei mais fã do autor, após ler esse livro e estou ansioso para conferir seu próximo livro.

Para os fãs de suspense, Não Confie me Ninguém é uma ótima indicação. Donlea capitura a atenção do leitor do início ao fim, mostrando o pior lado do ser humano, e com isso conduzindo a nós em um caminho recheado de intrigas, mentiras e um crime a ser desvendado.

Jornalista como profissão e bookaholic por prazer. Amo livros, especialmente os New Adults. Sou viciado em séries, mas sempre paro pela metade para começar outras. Aerosmith, Bom Jovi e todas essas bandas antigas são minhas preferidas. Aliás, sou extremamente nostálgico.

Resenha também postada no blog Eu Conto Depois.