Resenha: Mago Espinho de Prata, por Raymond E. Feist
Título: Mago Espinho de Prata
Série: A Saga do Mago, Livro 3
Título original: Silverthorn
Tradutora: Cristina Correia
Autor: Raymond E. Feist
ISBN: 9788567296173
Páginas: 414
Ano de publicação: 2014
Editora: Saída de Emergência
Avaliação: 2/5 (mais um ponto extra por um livro tão bonito)
Onde comprar: Saraiva, Cultura
Durante quase um ano, a paz reinou nas terras encantadas de Midkemia. Porém, novos desafios aguardam Arutha, o Príncipe de Krondor, quando Jimmy, a Mão – o mais jovem larápio do Zombadores, a Guilda dos Ladrões – surpreende um sinistro Falcão Noturno prestes a assassiná-lo. Que poder maléfico fez com que os mortos se levantassem para combater em nome da Guilda da Morte? E que magia poderosa poderá derrotá-los? Mas primeiro o Príncipe Arutha, na companhia de um mercenário, um bardo e um jovem ladrão, terá que fazer a viagem mais perigosa da sua vida, em busca de um antídoto para o veneno que está prestes a matar a bela Princesa no dia do seu próprio casamento.
Leia também as resenhas de Mago Aprendiz e Mago Mestre.
Voltamos ao fantástico universo de Midkemia e Kelewan para acompanhar mais uma aventura de nossos intrépidos heróis e vilões. Tendo deixado algumas questões pendentes no volume anterior, Raymond E. Feist decidiu (contra a vontade de seu editor na época) escrever essa continuação. Oportunamente a Editora Saída de Emergência sabendo que a série teria 4 volumes colocou letras em cada lombada, que com a coleção completa na estante formarão a palavra MAGO.
Um ano após o final da Guerra do Portal as questões de títulos e casamentos dos personagens que vimos crescer estão se resolvendo quando Jimmy, a mão, impede o assassinato de Arutha quase que por acidente. Essa pequena cena nos telhados de Krondor desencadeia eventos que levam ao envenenamento da Princesa Anita durante a cerimônia de casamento com Arutha. A partir de então Arutha acompanhado de Jimmy e Martin parte em busca de conhecimento nos extremos de seu Reino enquanto Pug/Milamber revira a biblioteca de Macros em meio às obras de sua Academia.
Dessa vez não temos um personagem principal tão evidente ou carismático como Pug tinha sido até então. O destaque é a evolução de Jimmy, que não justifica o crédito que recebe já que obtém resultados mais por sorte do que habilidade. Algumas tentativas superficiais de promovê-lo são mais constrangedoras do que interessantes. Infelizmente a narrativa parece perder o foco e desandar dos acontecimentos importantes ao narrar eventos cotidianos que não são suficientes para aprofundar os personagens.
Arutha é um benevolente Príncipe que distribui ouro e títulos o tempo todo, cheguei a questionar quanto tempo o Reino irá aguentar uma monarquia tão dispendiosa. Martin recebeu o título de Duque de Crydee, mas os conflitos que isso inevitavelmente traria não são explorados – ao contrário, Martin abandona completamente seus domínios e parte em busca de aventura. Apesar dos méritos do romance de cavalaria, me parece estranho que na pragmática obra de Raymond E. Feist quase metade da monarquia de Midkemia se coloque em risco mortal em uma situação desesperançada.
Carente das conspirações e intrigas que marcaram os dois primeiros livros, Mago Espinho de Prata funcionaria melhor se não fosse parte de uma série; se não conhecêssemos os personagens seria mais fácil perdoar os muitos pecados cometidos quando suas identidades ricamente construídas até então são esmagadas em benefício de algumas cenas de ação. Mesmo com os tropeços desse livro, continuo ansioso para ler Mago As Trevas de Sethanon.
A edição da Saída de Emergência apresenta a mesma excelente qualidade dos volumes anteriores. Mesmo que a imagem não siga o padrão dos anteriores (que se repetirá no 4º livro) a ilustração da capa me agradou pelo tom sombrio e cores contrastantes. A revisão está impecável, não encontrei erros de digitação, o que permite uma leitura de imersão e sem distrações.
Esta é a sinopse de Mago As Trevas de Sethanon, lançado pela Saída de Emergência em Portugal:
Os ventos do mal sopram sobre Midkemia. Legiões negras ergueram–se para esmagar O Reino das Ilhas, e escravizá-lo sob o poder de terríveis magias. A batalha final entre a Ordem e o Caos está prestes a começar nas ruínas de uma cidade chamada Sethanon. Agora Pug, o mestre conhecido por Milamber, terá à sua frente a incrível e perigosa demanda de viajar até ao amanhecer do tempo e lidar com um antigo e temível inimigo. Apenas dele dependerá o destino de mil mundos.
Enquanto o Príncipe Arutha e os seus companheiros reúnem as suas hostes para a batalha final contra um ancestral e misterioso demónio, o temido necromante Macros, o Negro, libertou mais uma vez a sua magia negra. O destino dos dois mundos será decidido numa luta titânica sob as muralhas de Sethanon, quando são restaurados os laços entre Kelewan e Midkemia.
