Resenha: Juntando os Pedaços – Jennifer Niven
Ficha Técnica
Título original: Holding up the Universe
Páginas: 392
Acabamento: Brochura
Lançamento: 2016
ISBN: 9788555340246
Selo: Seguinte
Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.
Os livros da autora Jennifer Niven apresentam personagens diferentes (incomuns) para o que chamamos de aceitação pela nossa sociedade. Temas como aceitação e o bullying são sempre destacados neste tipo de narrativa. Algo que pode emocionar ou até mesmo assustar uma legião de leitores. A autora ensina, mostra formas de lutar contra certos julgamentos e pré-conceitos. Precisamos ao meu ver, de uma sociedade melhor, mais justa, na qual aceite as pessoas.
Libby Strout considerada uma das garotas mais gordas dos Estados Unidos, desde muito pequena a menina já sofria com a falta de aceitação também por fugir com o padrão de beleza aceito pela sociedade e pelos seus amigos. A morte da mãe aos dez anos foi outro ponto que gerou uma certa dificuldade. A garota encontrou a comida como ponto de escape para chorar as dores da morte da mãe. Em casa, trancada do mundo, Libby chegou quase a 300 kg, precisando de ajuda especial. Mesmo recebendo várias mensagens negativas, perseguida, a garota percebe que deve mudar essa realidade.
Jack Masselin é um dos garotos populares, rico, e namora uma das garotas mais atraentes do colégio. Mesmo pelo seu jeito muitos não sabem que Jack é portador de prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas, até incluindo as de seus familiares. Ele consegue controlar ou disfarçar por assim dizer marcando algumas partes das pessoas como a cor da pele, o tipo do cabelo ou algo que facilite o reconhecimento. Jack vive uma vida cheia de insegurança e incertezas, por não partilhar isso com ninguém vive caminhando como pode, com seus altos e baixos.
Depois de perder muitos anos longe da escola, Libby decide voltar, após perder mais de 100kg, porém, não será uma terefa fácil e ela passará por muitos desafios que envolve também a aceitação de seus colegas. As pessoas são maldosas, ela precisará enfrentar dia-a-dia para conseguir superar tudo. Mesmo em um ambiente difícil, rodeado de piadas, conflitos o problema acaba sendo diminuído quando aproxima de Jack, ali quem sabe as esperanças começam a ter uma nova luz.
Narrado pelo ponto de vista dos dois personagens, a narrativa acaba se alternando na visão dos dois personagens, de um lado um menino rico e de outro uma menina que sofre de bullying. Os problemas, medos que passaram acabaram impedindo que eles pudessem viver aquele momento da vida deles. Confesso para você leitor que eu chorava, porque eu já vivi assim, e já vi muitas pessoas se entregarem para “n” problemas, estes impostos pela sociedade. O colégio, faculdade são locais responsáveis por tudo isso, ficamos presos vivendo pelo outros e esquecendo de viver por nós mesmos. É aqui que geram outros grandes problemas, que para o outro não interfere em nada na vida deles.
Os personagens se unem, acabam derrubando todas as barreiras do inimigo preso na mente deles. O amadurecimento de cada personagem é muito lindo e bem verdadeiro.
Juntando os pedaços me fez perceber o quanto colocamos esse inimigo em nossas mentes, boicotamos nossos próprios sonhos e verdades e somos levados em que o outro fala e quer de nós, retirando nossas qualidade e alimentando o medo.
Leitura bastante recomendada! A editora teve o maior cuidado na tradução, na diagramação e principalmente na capa.
Ai como que faz quando você ja fica emocionada na resenha ? kkk que livro sensível, quantos aprendizados esses personagens podem nos trazer. Essa autora me lembrou bastante a Colleen Hoover abordando temas tão importantes
Menino, fiquei tocada por sua resenha. Quem não se identifica com isso de se anular por medo do que os outros vão pensar, especialmente em ambiente escolar e tal. Acho que iria me emocionar muito com essa história pois me identifico. Fui assim em todo ensino médio e na faculdade também. Enfim, muito obrigada pela dica.