Resenha: Joana d’Arc – Helen Castor
Nome do Livro: Joana d’Arc
Nome Original: Joan of Arc: a history
Autor(a): Helen Castor
Tradução: Cristina Antunes
ISBN: 9788582355091
Editora: Gutenberg
Páginas: 368
Ano: 2018
Nota: 4/5
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A história de uma das mulheres mais notáveis do mundo medieval.
Ao contrário das tradicionais narrativas, com relatos já moldados pelo que conhecemos a respeito de quem Joana d´Arc se tornaria, a aclamada historiadora Helen Castor nos leva de volta à França do século XV, em plena Idade Média. Em vez da personagem icônica, ela nos apresenta uma jovem vibrante, que confronta os desafios da fé e da dúvida, e que, ao lutar contra os ingleses, toma partido em uma sangrenta guerra civil.
Por essa rica e intensa narrativa, conhecemos uma extraordinária jovem em meio aos eventos tumultuados de seu tempo, onde ninguém – nem ela e nem as pessoas ao seu redor, como príncipes, bispos, soldados ou camponeses – imaginava o que aconteceria a seguir.
“Transitando com elegante ousadia por diferentes relatos, Helen Castor retrata com sangue e energia uma figura que era mais atrevida do que o mostrado nas lendas sagradas.”
Daily Telegraph, “Books of the Year”
Normalmente começamos acompanhar uma história de algum personagem a partir do seu nascimento ou no ponto que o motivou a fazer algo importante, no intuito de contextualizar suas ações e comportamentos. Nesse livro, a autora conta a história quatorze anos antes de D’Arc se tornar protagonista. A perspectiva que Castro opta é contar a história da família de Joana, em 1415, e fazer com que o leitor compreenda o ambiente no que Joana D’Arc nasceu e viveu.
Nas primeiras páginas nos é apresentada a árvore genealógica de Joana d’Arc. Na introdução um leque já é aberto para o leitor, mostrando como o machismo era impregnado desde aquela época, por exemplo, as mulheres não podiam assumir o poder mesmo que estivesse na linha de sucessão. O homem mais próximo da família teria essa oportunidade.
A obra é dividida em três partes. A primeira contextualiza a guerra dos Cem Anos, que foi ambientada na Idade Média envolvendo a Inglaterra e a França. Na segunda, a autora nos apresenta a guerreira Joana, que teve uma vida dolorosa, rodeada de morte e experiências divinas, que recebia mensagens dos santos guiando-a inserir no exército francês para participar da Guerra dos Cem anos, contra os ingleses. A terceira foi o que ocorreu após a morte da heroína francesa, que jamais foi esquecida.
A autora nos conta que no julgamento de Joana tiveram diversas distorções com os depoimentos das testemunhos, que a inocentavam e mesmo assim os ingleses conseguiam aumentar um ponto para incriminá-la. A heroína quando interrogada foi ignorada em muitas respostas e questões que iriam livrá-la da morte. Os ingleses conseguiram o que queriam e a levaram para fogueira com veredito, segundo eles, que Joana praticava bruxaria.
Uma história que evidencia como conseguiram silenciar uma mulher, mas não imaginavam que o poder do seu nome, de sua coragem e determinação fariam ecoar em todo mundo. Os ingleses não cogitariam que a história daquela mulher ultrapassaria séculos e a elevaria com muitos elogios e referência.
Eu tenho dificuldade com livros bibliográficos e ainda mais quando se trata de algo história, que ocorreu há muitos anos. Porque tem toda contextualização e eventos que são importantes ficar atentos. Nessa obra achei mediano essa compreensão, pois o leitor deve esperar um pouco mais de informações como ocorreu às guerras e motivações de acontecimentos desde o princípio. A escrita da autora é envolvente nesse ponto, e conseguiu trazer mais leveza, apesar da trama trazer uma trajetória de lutas e mortes.
Também deve ser destacado a pesquisa primorosa que Castor fez para nos apresentar essa história fascinante, que é a de Joana d’Arc. No final do livro possui notas e referências das pesquisas que ela buscou para construir a narrativa.
Jornalista como profissão e bookaholic por prazer. Amo livros, especialmente os New Adults. Sou viciado em séries, mas sempre paro pela metade para começar outras. Aerosmith, Bom Jovi e todas essas bandas antigas são minhas preferidas. Aliás, sou extremamente nostálgico.