Resenha: Graça e Fúria – Tracy Banghart

Livro: Graça e Fúria
Série: Graça e Fúria #1
Autora: Tracy Banghart
Editora: Seguinte
Páginas: 304

Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro.
Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes.
Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar.

Vamos conhecer um mundo que as mulheres não tem direito a nada, nem mesmo podem ler e são instruídas a serem obedientes e pacíficas. Caso alguma mulher infrinja a lei, ela pode ser executada ou enviada para uma prisão e nunca mais sair. No reino de Viridia existem as Graças, que são as mulheres escolhidas para servir o Superior (equivalente ao Rei) e as demais são as criadas ou aias, como são chamadas.

Serina e Nomi são irmãs e apesar de morarem na mesma casa, cada uma foi criada de forma bem diferente. Desde pequena a mãe delas decidiu que Serina seria uma Graça e a outra deveria ser aia. Então dentro de casa Serina sempre dormiu na melhor cama, comia mais que todos, tinha aulas de etiqueta e de como ser obediente e educada. Já a Nomi era responsável pelos afazeres da casa, como limpar, passar, cozinhas e por aí vai.

A cada três anos, o Superior escolhe três graças, que com o tempo acaba formando uma espécie de “harém” de mulheres criadas e educadas para servi-lo de todas as maneiras. Esse ano, o herdeiro do trono que irá escolher suas primeiras graças e Serina parte para o castelo para participar da seleção com Nomi como sua criada pessoal.

Nomi nunca gostou de chamar atenção, e como criada ela era invisível, conseguia entrar sair sem ninguém notar. Mas ao acompanhar a irmã na seleção nunca imaginou que sua vida mudaria drasticamente quando por uma peça do destino ela acabou sendo escolhida no lugar da irmã, se tornando uma graça! Ela não tinha treinamento, odiava as obrigações de uma graça e principalmente iria perder a sua liberdade para sempre. E agora Serina era sua criada e as duas vão ter que aprender a viver esses papeis trocados.

Adoro livros em que a protagonista é forte e determinada, e quando soube que seriam duas mulheres, fiquei muito animada e louca para ler logo Graça e Fúria e saber tudo sobre essa inversão de papeis e de como cada uma se sairia no lugar da outra e as complicações disso tudo.

Graça e Fúria é uma obra fantástica que trata do empoderamento feminino, as situações que somos apresentadas em Viridia são totalmente revoltantes e ainda bem a autora desenvolveu uma história para o mundo ser assim e para as mulheres aceitarem essas condições repressoras.

O livro é narrado em terceira pessoa por cada irmã, em capítulos intercalados, e acompanhamos a saga de cada uma em um papel que nunca pensaram em assumir. Confesso que no início considerei a história de Nomi mais interessante, ela se tornando uma graça e de como tudo aconteceu, mas até o fim da leitura, Serina era a minha preferida! O que ela teve que enfrentar para sobreviver é algo que poucas pessoas encarariam e a cada dia a trama só melhora, o crescimento da personagem é espetacular.

No livro encontramos muita ação, jogo político e poder, há um pouco de romance, mas que não é o foco da trama. O mais interessante é ver que apesar do rancor entre Serina e Nomi pela troca de papeis, as duas ainda se amam e tentam a todo custo se ajudarem, mesmo com risco de morte. Além das protagonistas, conhecemos outras personagens femininas fortes, cuja história mexeu comigo e fiquei revoltada com as injustiças que elas sofreram.

A história é muito bem escrita pela Tracy Banghart, terminei em poucas horas de tanto que me viciou. Apenas as reviravoltas não me surpreenderam tanto, eu já imaginava o que ia acontecer com os personagens, achei muito parecido com a história de Rainha Vermelha, não quero dar spoilers, mas quem já leu acho que vai sacar na hora o que eu estou falando.

A edição da Seguinte está perfeita, a ideia da capa ficou maravilhosa com uma irmã de cada lado e nem preciso falar que quero o próximo para já.