Resenha: Eu sou Malala, por Malala Yousafzai com Christina Lamb
Nome do Livro: Eu sou Malala
Autor(a): Malala Yousafzai com Christina Lamb
ISBN: 9788535923438
Páginas: 342
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2013
Avaliação: 5/5
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Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.
Eu ainda estava lendo este livro quando, no dia 12 de Dezembro de 2014, um grupo armado invadiu uma escola no Paquistão e matou 145 pessoas, entre elas crianças, meninos e meninas que só queriam, assim como Malala, o direito de estudar.
Malala Yousafzai já nasceu discriminada, um lugar onde os meninos são mais desejados, ter uma filha mulher é até maldição, mas não para a família de Malala. Seu pai um homem sonhador, dono de uma escola, sua mãe, uma mulher analfabeta, submissa ao marido como manda a religião. Malala foi criada acreditando em seus sonhos e no direito de tê-los. É de uma forma bem simples que conhecemos a sua história, de quando nasceu até um pouco depois do atentado, quando teve que ser exilada para receber tratamento adequado. Ler Eu sou Mala é ter a visão singela e forte de uma criança que acredita que tudo é possível, em meio à guerra, asperezas e dificuldades que é viver sob o regime Talibã.
Os problemas maiores de Malala, e de todos os moradores do vale do Swat começaram quando o Talibã começou a proibir que as meninas estudassem, então houve um decreto de que, todas as escolas para deveriam ser fechadas. Eles foram ameaçados várias vezes, o pai de Malala, que é militante pela igualdade na edução, e que havia ajudado amigos a fundarem suas próprias escolas, cedia várias bolsas de estudos, o que dificultava até o rendimento da escola, visto que muitas pessoas não pagavam pela educação que recebiam lá, foi várias vezes ameaçado de morte. Até que, em 2012, Malala foi vítima de uma tentado, o ônibus em que ela estava foi parado por um grupo e um rapaz entrou no ônibus e perguntou quem era Malala. Ela foi atingida na cabeça. Duas amigas suas também foram feridas, mas sem gravidade. Malala ficou um tempo no Paquistão, em tratamento, mas a situação estava muito grave,foi então transferida para a Inglaterra, onde recebeu todo suporte médico de que precisava, ela ainda vive lá.
Malala continua engajada na militância pela igualdade na educação, ela fez um discurso na ONU e recentemente ganhou o Nobel da paz. O livro é bem gostoso de ser lido, é narrado em primeira pessoa, e é um relato bem pessoal mesmo, eu gosto muito disso. Como já disse anteriormente, e não podemos esquecer, é a visão de uma criança, então, às vezes, ele vai soar um pouco infantil demais, o que não deveria causar surpresa, afinal, ela é uma criança, uma adolescente agora, enfim. A força da bandeira que ela carrega, a força da sua voz, faz com que ela nos pareça um gigante, uma adulta, madura, mas em muitos momentos do livro somos lembrados de que ela é apenas uma criança.