Resenha: Entre o Agora e o Nunca

Nome do livro: Entre o Agora e o Nunca
Nome Original: The Edge of Never
Série: Entre o Agora e o Nunca #1
Tradução:  Michele Vartuli
Autor(a): J. A. Redmerski
ISBN: 9788581051406
Páginas: 368
Editora: Suma de Letras
Ano: 2013
Avaliação: 3,5/5
Onde Comprar: Compare Preços

Camryn Bennett é uma jovem de 20 anos que desistiu do amor desde que Ian, seu namorado, morreu num acidente de carro há um ano. Sua melhor amiga, Natalie, é a única capaz de animá-la. Mas a relação entre as duas fica abalada quando o namorado de Nat revela à Camryn que está apaixonado por ela. Perdida, sem saber o que fazer, Camryn vai para rodoviária e pega o primeiro ônibus interestadual, sem se importar com o destino.

Com uma carteira, um celular e uma pequena bolsa com alguns itens indispensáveis, Camryn embarca para Idaho. Mas o que ela não esperava era conhecer Andrew Parrish, um jovem sedutor e misterioso, a caminho para visitar o pai, que está morrendo de câncer. Andrew se aproxima da companheira de viagem, primeiro para protegê-la, mas logo uma conexão irresistível se forma entre os dois.

Camryn tenta lutar contra o sentimento, já que jurou nunca mais se apaixonar desde a morte de Ian. Andrew também tenta resistir, motivado pelos próprios segredos. Narrado em capítulos que alternam as vozes de Andrew e Camryn, Entre O Agora e O Nunca é uma história de amor e sexo, na qual os personagens testam seus limites, exploram seus desejos e buscam o caminho que os levará à felicidade.

“(…)Ficar se prendendo e planejando é besteira – ele diz. – Se você fica se prendendo no passado, não consegue seguir em frente. Se passa muito tempo planejando o futuro, você se empurra pra trás ou fica estagnada no mesmo lugar a vida toda. (…) Viva o momento (…).”

Entre o Agora e o Nunca é um livro que poderia ter virado filme da “Sessão da Tarde” se tivesse as partes mais eróticas omitidas. Isso não quer dizer que seja um livro ruim, é um livro bom que poderia ter sido melhor.

Este foi o meu primeiro contato com um livro do gênero New Adult. É interessante a visão de mundo que é apresentada, que ao contrário dos Yang Adults é muito mais próxima da realidade. Aqui os jovens vão para a balada, ficam bêbados, usam ou conhecem alguém que usa drogas, fazem sexo por aí e não são inseguros quanto a gostar ou não de alguém ou se essa pessoa sente o mesmo. Os personagens não são mais adolescentes, tem por volta de 20 anos, e por consequência o erotismo faz parte de seu dia a dia – ou pelos menos as piadas sobre o assunto fazem – e seu vocabulário é recheado de palavrões.

Camryn Bennett é a personagem principal e narradora da história. Ela tem uma amiga bissexual que a atormenta para que vá a festas e assim tire seus problemas da cabeça. Ela tem depressão e está em tratamento. A doença se desenvolveu devido a várias coisas, entre elas a morte do namorado e a separação dos pais. Já de início dá para perceber que muitas meninas poderiam se colocar no lugar da personagem, pois ter os pais separados ou alguma tragédia na vida não é raro. Assim a empatia com a personagem principal – que está longe de ser “mimizenta”, apesar de seus problemas – acontece de maneira fácil e natural.

“Não é só questão de tristeza. Na verdade, a tristeza tem bem pouco a ver. Depressão é dor em sua forma mais pura, e eu faria qualquer coisa para conseguir sentir alguma emoção de novo. Qualquer emoção. A dor machuca, mas com uma dor tão poderosa que você não consegue sentir mais nada, é aí que você começa a achar que está enlouquecendo.”

A narrativa é feita pela Camryn e pelo Andrew, intercalando os capítulos, cada um contando seus pensamentos em primeira pessoa. Andrew e Cam se conhecem durante a viagem de ônibus que estão fazendo e acabam conversando. O romance não parece forçado e se desenvolve muito bem e de maneira natural. Não é estranho que eles se aproximem e que queiram conviver. A única coisa estranha foi a Cam não se importar com a agressividade do Andrew com as outras pessoas. Ele tem dificuldades em se controlar e acaba arrebentando várias pessoas durante o livro mas ninguém parece se importar com isso.

Outras questões importantes para os jovens são abordadas como o fato de não saber o que se quer fazer da vida, o que se quer estudar, no que se quer trabalhar. Todos passam por essa fase e é muito difícil decidir com toda a pressão vinda dos pais, conhecidos, amigos, sociedade. Você precisa escolher. Mas quando se escolhe algo fora do convencional também é criticado. Cam ainda não faz faculdade porque não sabe o que quer e Andrew largou a sua por não ser aquilo o que estava procurando (nem ele sabe o que está procurando) e nem aceitou um trabalho que pagaria bem por ter certeza de que dinheiro não cobriria o seu desgosto realizando aquilo. Ou seja, são jovens perfeitamente normais e poderiam ser qualquer pessoa que estivesse lendo. Essa facilidade com que os personagens são mostrados no decorrer da trama nos aproxima de suas vidas que são muito parecidas com a de qualquer pessoa.

A editora Suma de Letras preparou uma bela capa para o livro com a personagem principal estampada nela. A simplicidade fez dela uma ótima escolha. As páginas são amareladas e o tamanho da letra é aquele um pouco menor que geralmente é utilizado pela editora, mas como tem um bom espaçamento entre as linhas, não incomoda. Localizei somente um erro que passou despercebido pela revisão mas que não compromete nem mesmo a frase em que se encontra.

O livro aborda vários temas importantes mas não se aprofunda em nenhum deles. Não existe só um grande drama na história e sim vários pequenos e acredito que isso tenha contribuído para eu classificá-lo como um livro “Sessão da Tarde”, inclusive o seu desfecho que poderia ter dado uma grande lição de vida, mas que ficou só sendo mais um pequeno tema abordado mesmo. Recomendo a leitura para as pessoas que estão na faixa etária recomendada pelo livro (os 20 e poucos), para queles que costumam reclamar que nos livros YAs os jovens não se comportam como na realidade e para todos que são fãs de um belo romance com muito erotismo.

A continuação Entre o Agora e o Sempre que será lançada em abril terá resenha aqui no ENF também, então aguardem!