Resenha: Eleonor & Park, por Rainbow Rowell
Nome do Livro: Eleonor & Park
Nome Original: Eleonor & Park
Autor(a): Rainbow Rowell
Tradutor: Caio Pereira
ISBN: 9788542801255
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 328
Nota: 4/5
Onde Comprar: Compare Preços
Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.
Encontrar meios de escrever uma resenha em cima de um livro que não sei por onde começar ou assimilar o que senti ao terminar minha leitura, é uma grande prova do sucesso que a obra fez em minha cabeça. Ler logo na capa um comentário de John Green é poder reforçar todas as minhas conclusões. Logo quando o livro começou a ser comentado pelos blogueiros e após a notícia de publicação pela editora Novo Século, não pensei duas vezes: paralisar todas as minhas leituras e me dedicar na obra de Rainbow Rowell.
Diferente de tudo que já tinha lido, em Eleonor & Park você precisa ter alguns conceitos em mente. Primeiro; o livro não é um new adult! Segundo; todo o caminhar do enredo é diferente de tudo que lemos de outros autores. Terceiro; o final é quase esperado pelos detalhes do autor. Quarto; a relação entre os dois protagonistas transforma os olhos do leitor deixando pensativo aos detalhes ao longo. Quinto; o livro precisa ser degustado com muito cuidado apenso aos detalhes.
Park é um “mestiço” por uma herança coreana que não agrada muitos, como o seu pai que não suporta o seu jeito mais rock de se vestir. É mais velho e muito decidido em alguns atos e possui uma família perfeita. Eleonor é uma ruiva, decabelos encaracolados, usa roupas remendadas o que acha ser normal. A garota foi expulsa por oito meses por seu padrasto, entregue para viver por caridade na casa dos amigos. Até que ela retorna ao lar junto de sua mãe, seus irmãos. Ainda, sofre de bullying dentro do colégio por ser um pouco fora de forma. Entenderam? Não? Um detalhe: O ano é 1986 e na época acontecia essa exclusão social em cima da mulher pela aparência física.
No primeiro dia quando Eleonor entra no ônibus, os olhos de Park começam a mudar, o que aos poucos um grande sentimento nasce e ele se torna protetor passando por cima de qualquer um de seus amigos. E é o que acontece quando tentam diminuir ela. Para ele a beleza interior é o que mais importa. É um dos pontos importantes do livro, ver dia após dia dentro daquele ônibus à fluência do sentimentalismo de um primeiro amor. Fiquei impressionado como a rejeição se tornou algo tão forte de ambos de não conseguirem viver afastados. Mesmo em segredo, escondendo a verdade de sua mãe, Eleonor mente para encontrar com Park visitando em sua casa.
Rainbow Rowell conseguiu construir um livro diferente, entre dois personagens e uma relação de primeiro amor. Eleonor por ser gorda sofre com rejeições já mencionadas o que de certa forma deixa Park meio encabulado em algumas passagens quando a mãe do garoto tenta mudá-la e ele acaba não aceitando, meio que aceitando. Entendem? A relação entre os dois é meio difícil de explicar, mas somente pode ser compreendida ao ler. O fator tangível na obra é ainda o amor que ambos sentem pela leitura, gibis e a referência da música. Sim! Você pode montar uma playlist somente com as citações dos personagens como: The Smiths, The Cure, Beatles, U2 e outros da época. A autora deixou uma grande obra para milhares de fãs e acredito que o ponto do grande sucesso é como a obra pode ser espécie de destaque para muitas famílias ainda por apresentar um final diferente que poderá alegrar ou chatear muitos leitores. O livro me deixou meio surpreso, em dúvida tentando absorver tudo levando em consideração os limites da escrita pela autora.
A editora Nova Século manteve a capa original. A diagramação ficou perfeita, detalhada o que pecou foram alguns erros de português. Acredito que serão corrigidos nas edições seguintes. Ainda para as surpresas dos fãs, Fangirl da autora, chega a terras brasileiras ainda este ano.
Leitura obrigatória para você leitor que procura um livro diferente, Enfim, fora o que mencionei você sofrerá com os personagens, entenderá seus silêncios e concordará com alguns detalhes dentro da obra. Muitas vezes briguei com a autora o que aos poucos tive que aceitar e compreender todos os motivos, qualidades e defeitos dos personagens. Leiam!!!