Resenha: Doctor Who – Shada, por Gareth Roberts (Terceira opinião)
Nome do livro: Doctor Who: Shada
Nome original: Shada
Tradutor: Juliana Romeiro
Autor (a): Douglas Adams e Gareth Roberts
ISBN: 9788581051994
Páginas: 352
Editora: Suma de Letras
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
Onde Comprar: Compare os preços
Vista e cultuada em mais de 200 países, a série de TV Doctor Who é um ícone cultural britânico que conquistou mais de 70 milhões de fãs em 50 anos de aventura.
O seriado acompanha o Doutor: um viajante misterioso, vindo do planeta Gallifrey, movido pelo desejo de explorar todos os cantos do tempo e do espaço. Um dos Senhores do Tempo, o Doutor é capaz de se regenerar para escapar da morte, mudando de corpo, rosto e personalidade. Com seus companheiros, humanos e alienígenas, ele protege a Terra e o cosmos contra perigos de todos os tipos.
Shada reconta um episódio que nunca foi transposto para as telas de televisão, uma aventura “perdida” de 1979. Escrita pelo então editor de roteiros da série, Douglas Adams, o autor de O guia do mochileiro das galáxias, Shada traz a quarta encarnação do Doutor e sua companheira Romana II.
Shada remonta a um grupo de episódios perdidos de Doctor Who, série Cult que mistura de maneira divertida ficção cientifica com comédia e claro uma boa dose de críticas à sociedade.
Esta história foi inicialmente escrita por Douglas Adams, famoso por ter escrito esquetes para a série de TV Monty Python’s Flying Circus (Os Malucos do Circo), também pela série de rádio e livros do The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (O Guia do Mochileiro das Galáxias).
Shada é notável e apresenta, assim como todos os livros de Adams (neste em especial muito bem terminado e fiel feito por Gareth Roberts) é uma crítica pesada à sociedade de uma maneira muito inteligente, divertida e regrada a muita ficção cientifica.
O livro conta a história de Skagra o vilão da história, que aos 5 anos coloca a existência de Deus em cheque e vê nisso uma oportunidade para se projetar ou se lançar como novo Deus (Qualquer semelhança com alguns Pastores, Apóstolos e Bispos que aparecem na TV hoje é mera coincidência). Não sei se influenciado por Spinoza ou algum outro filósofo das galáxias, mas o fato era que Skagra viu na falta de comprovação da existência divina uma oportunidade para tomar seu lugar.
Além do vilão temos os heróis ou mocinhos de nossa história, não poderia faltar o Doutor, o Doutor quem? (The Doctor, Doctor Who?) Exatamente daí surge o nome da série. Um super inteligente e de certa forma excêntrico viajante do tempo que já salvou e salvará a Terra sempre que necessário. Romana sua companheira (de viagem apenas) e K-9 seu robô cachorro.
Além deles temos aqui na Terra, Cris, Clare e o não terráqueo, mas residente da terra Professor Chronotis. Estes juntamente com o Doutor cruzam o caminho de Skagra para tentar impedir o seu plano.
No meio de toda essa história e confusão temos ainda uma tensão amorosa não correspondida ou não percebida entre Cris e Clare, ele faz todo o papel de geek que não consegue entender ou compreender o que as mulheres querem ou que desejam com suas dicas sutis de que tem algum interesse em nós homens, e é divertido ver o desenrolar da relação dos dois e como ela vai se moldando no enredo do livro.
Vemos neste livro muitas criticas, mas temos que estar abertos para percebê-las ou elas passam despercebidas e o livro não vai passar de uma história de ficção cientifica com um pouco de humor.
E Adams tem o dom de escrever suas criticas de maneira sutil sem querer demonstrar o verdadeiro propósito de suas palavras, ele apenas as escreve e espera que nós possamos captar a sua mensagem.
Ao Garreth Roberts meus sinceros agradecimentos e meus parabéns pelo belíssimo trabalho executado em Shada, foi uma obra digna do grande pensador Douglas Adams, a Suma das Letras nosso reconhecimento por uma obra de tamanha importância seja pelos 50 anos da série, seja pela homenagem ao autor inicial de Shada.
É gratificante pegar um texto que foi escrito há décadas atrás e ver como ele se enquadra na sociedade de hoje e como uma historia simples de ficção cientifica pode conter tantas questões, políticas, históricas e sociais.
Minha recomendação é para que leiam e com muita atenção e zelo às palavras que podem parecer uma simples piada escrita há muito tempo, mas que são imensas criticas a nossa sociedade atual.