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Resenha: Digam a Satã que o Recado foi Entendido, por Daniel Pellizzari

DIGAM_A_SATA_QUE_O_RECADO_FOI_ENTENDIDO_1375909907PNome do Livro:Digam a Satã que o recado foi Entendido
Autor(a): Daniel Pellizzari
ISBN: 9788535922899
Páginas: 178
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2013
Avaliação: 5/5
Onde comprar: Compare Preços

Difícil dizer o motivo que levou Magnus Factor a prolongar sua curta estadia em Dublin, Irlanda, para uma residência fixa e negócio próprio na capital mundial da cerveja escura e da briga de rua. Fácil é precisar o momento embaraçoso em que tudo aquilo havia acontecido. Um milk-shake e duas palavras erradas de uma eslava, às vezes é tudo que basta para o sujeito ficar onde está. Numa encruzilhada de turistas e imigrantes, Magnus abre uma agência de passeios por locais mal-assombrados de Dublin, todos inventados por ele. Seus sócios vêm da Polônia e das ilhas Maurício, e mesmo o único irlandês do grupo, contratado para dar autenticidade à iniciativa, se diz nascido na “República de Cork”. É o pretexto para Daniel Pellizzari, de volta à ficção após oito anos, criar em torno de Magnus um espiral de loucura e desespero que vai envolver terrorismo poético, cultos obscuros, traficantes gregos, um antigo deus cobra irlandês e um pouco do velho e bom amor itinerante. Em Digam a Satã que o recado foi entendido, Pellizzari dá voz aos profetas e perdedores de Dublin, captando com humor e empatia seus discursos ora atropelados, ora ternos, em meio a sequestros de tesouros nacionais, virgens suicidas, videogames e o eventual assassinato. Narrados numa prosa que lembra Irvine Welsh, Junot Díaz e Roberto Bolaño, os encontros improváveis desses idiotas extraordinários conduzirão o leitor rumo à inevitável conclusão de que, como diz a placa no pub favorito de Magnus, HOJE É O AMANHÃ QUE ONTEM NOS PREOCUPAVA, E TUDO VAI BEM. Isso e um milk-shake. Às vezes é tudo que o cara precisa.

Pra começo de conversa, eu nunca imaginei que eu fosse rir tanto lendo este livro! Não li a sinopse e ele me conquistou pelo título e capa, igualmente curiosos. Estão vamos fazer o caminho inverso e começar falando da capa e título do livro! Digam a Satã que o Recado foi Entendido, é o nome mais genial que poderia existir pra esta história que vai falar de perdedores e é como se eles nos dissessem o tempo todo: – Tá ok, eu já entendi, o que mais de ruim pode me acontecer? Mas como nos ensinou a lei de Murphy, tudo pode piorar e pra Magnus Factor, Bartholomew O’Shaugnessy e Demtrius Vindaloo tudo fica pior! A capa também é bem curiosa, além do título em espiral que é basicamente como a história se desenvolve, tem a imagem de uma cobra engolindo a própria calda, uma ouroboros, que no livro faz referência a um antigo deus-serpente que é adorado por uma seita que sacrifica virgens!

 ” – Mas deixa de ser idjota, parcêro. Eu cresci jogando Game Boy, porra. Pokémon me ensinou tudo que alguém precisa saber sobre esse negócio de criar bicho estranho.”(p.33)

A história se passa em Dublin, Irlanda, onde Magnus Factor tem uma agência de passeios por locais mal assombrados da cidade, o que é uma tremenda falcatrua, todos os sócios da empresa são estrangeiros e apenas um deles é realmente irlandês, porém faz questão de dizer que não é! Toda a história de locais mal-assombrados e histórias de terror e fantasmas, não passam de uma bela armação dos caras!

 O livro é dividido em partes e dentro delas são contadas as histórias de alguns personagens, em capítulos individuais para cada um! É uma história mais incrível que a outras. A narrativa do Daniel é completamente envolvente, ele vai narrando às vezes em terceira e outras em primeira pessoa e só no final do capítulo é que sabemos de quem se trata, gostei muito disso! As temáticas são variadas, algumas pendem para o drama, outras para o romance, mas todas têm em comum um grande toque de humor e derrotismo! O Daniel muita a forma com que narra cada história, o tom de cada personagem e ele transita muito bem entre eles.

 “É tão complicado existir e seguir em frente, tão difícil fazer a coisa certa, tão doloroso aceitar que talvez não exista a coisa certa e que, ainda que isso mais pareça uma capitulação, a melhor atitude talvez seja deixar a onipotência de lado e  permitir que as coisas se façam por si mesmas.”(p117)

Ele não poderia ter criado perdedores mais cativantes, não tem como não se apaixonar pelos personagens e, o melhor de todos é o Bartolomew, o Barry! Apesar de ser um usuário de drogas, sem noção, e criar besouros, ele é muito desastrados e as situações em que ele estava me fizeram gargalhar durante a leitura. O final do livro é muito bom, todo o livro é muito bom e tudo se encaixa como engrenagens perfeitas.Se você quer se divertir, leia Digam a Satã que o Recado foi Entendido que ele vai te render boas horas de ótimo divertimento e ainda algumas coisas bacanas pra pensar!

3 comentários sobre “Resenha: Digam a Satã que o Recado foi Entendido, por Daniel Pellizzari

  • capa bem diferente, achei boa a sinopse e a nota esta de acordo

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  • Eu estou morrendo de vontade de ler esse livro! Coloquei já no Kobo, mas ainda não tive tempo. Só li coisas boas a respeito, e me surpreendeu você dizer que ele é engraçado – esperava algo estranho, mas não engraçado! Curti.

    Renata
    http://mardemarmore.blogspot.com.br/

    Resposta

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