Resenha: Confúcio, as lições do Mestre, de Confúcio
Nome do Livro: Confúcio – As lições do Mestre
Nome Original: Lunyu
Autor(a): Confúcio
Tradução: André Bueno
ISBN: 9788563420336
Editora: Jardim dos Livros
Ano: 2016
Páginas: 96
Nota: 5/5
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Esta é uma seleção de ensinamentos de Confúcio (551-479 a.C.), um dos maiores vultos da filosofia e da religião. Confúcio ensinava que a sobrevivência da civilização depende do exercício correto de uma cultura racional, da prática de uma moral eficaz em inibir o mal e ensejar o altruísmo e a bondade. Os preceitos confucionistas defendem uma base humanística na educação, cujo cerne é o aspecto humano e moral. Para o Mestre, o tipo ideal de indivíduo é o Junzi, o “educado”, uma pessoa de bons modos, instrução e qualidades morais elevadas. Traduzidos direto do chinês, estes pensamentos compõem um guia indispensável para nos aconselhar em tempos confusos e de relativismo moral como os de hoje.
Milhões de pessoas ainda vivem seguindo os ensinamentos de Confúcio, que continua muito popular no Oriente, na China e demais países do leste asiático. Equiparado com A arte da Guerra, de Sun Tzu, O livro dos cinco anéis, de Miyamoto Musashi e I-Ching – O livro das mutações, esta coletânea dos ensinamentos tem a grande vantagem de ser muito mais acessível ao leitor. Todos os trechos são claros, francos e diretos, não apresentam a linguagem poética comum na época que poderia tornar o entendimento dúbio. Confúcio adotava uma filosofia semelhante ao que depois foi lapidado por Sócrates, assumindo sua ignorância e colocando a busca do conhecimento como um dos mais elevados objetivos, tomava com humildade seu papel de mestre e também era discípulo de qualquer um disposto a ensinar.
A herança desse mestre atravessou milênios, incontáveis gerações, é reverenciada como um conjunto flexível de normas para atingir altos valores morais. Dentro dessas regras existem as brechas necessárias para que este conhecimento seja adaptado a qualquer época, sem a distorção que ocorre com regulamentos rígidos e totalitários.
“O mestre ensina: estudar sem pensar é inútil. Pensar sem estudar é perigoso”. (Pág. 29)
O livro é bem curto, tem apenas 96 páginas, sendo que a introdução ocupa até a página 14 e há ainda muitas ilustrações de página inteira. Entretanto, você pode e deve demorar alguns dias para terminar o livro. A leitura apressada e sem reflexão dos ensinamentos fica comprometida pela superficialidade. Um curto período para reflexão ao ler cada trecho é essencial para a compreensão total da mensagem, nenhuma página é inútil. Alguns trechos entre colchetes adicionados pelo tradutor ajudam muito na compreensão do texto, inclusive para justificar a inclusão do trecho referido quando a passagem fica estranha fora de contexto.
Com tradução a partir do original em chinês, a leitura da introdução complementa o entendimento, apresentando justificativas para a escolha do vocabulário em português. Como se sabe, cada um dos símbolos usados no idioma chinês tem diversos significados, coube ao tradutor escolher a palavra que melhor se adequava a cada contexto, além de incluir nesta coletânea os principais ensinamentos de Confúcio sem prejudicar o entendimento e usando o mínimo de páginas.
A edição da Jardim dos livros (selo da Geração Editorial) está linda, representando bem a arte chinesa, com detalhes plastificados, moldura em todas as páginas com texto e também não encontrei erros de digitação. Se tivesse “orelhas” o livro estaria completo.
Confúcio – As lições do Meste deve ocupar um lugar de destaque na estante dos livros de sabedoria oriental. Ao leitor que se empenhar em seguir esses simples ensinamentos, o reconhecimento será uma mera consequência do valor de suas ações.
