Resenha: Como Viver Eternamente, por Sally Nicholls
Nome do livro: Como Viver Eternamente
Nome original: Ways To Live Forever
Autor(a): Sally Nicholls
Tradução: Lídia Luther
ISBN: 9788561501006
Editora: Geração
Páginas: 232
Ano: 2014
Nota: 5/5
Onde Comprar:Compare Preços
Sam ama fatos. Ele é curioso sobre óvnis, filmes de terror, fantasmas, ciências e como é beijar uma garota. Como ele tem leucemia, ele quer saber fatos sobre a morte. Sam precisa de respostas das perguntas que ninguém quer responder. ”Como Viver Eternamente”, é o primeiro romance de uma extraordinária e talentosa jovem autora. Engraçado e honesto, este é um livro poderoso e comovente, que você não pode deixar de ler. A autora tem apenas 23 anos e embora seja seu primeiro livro, ele está sendo lançado em 19 países, dirigido a crianças, adolescentes e adultos.
Logo quando recebi este livro direto da editora Geração Editorial, não imaginava a dimensão que o livro me alcançaria. Não tinha lido nenhum livro da autora Sally Nicholls, não conhecia sua escrita e como ela escrevia para o seu leitor. Logo na orelha do livro, acompanhamos as palavras do editor Luiz Fernando Emediato e suas palavras me pegaram de um jeito diferente, ansiando para devorar o livro em poucas horas.
“(…) Ele não fala de morte, mas da vida. Não fala do fim, mas da eternidade. Não fala da tristeza, mas da alegria de viver. Ele fala, sim, do que também é feio, mas é pura beleza.”
Tratar de câncer nem sempre, ou nunca, foi/é fácil para ninguém. Eu mesmo rezo todos os dias para que livre a minha família e todos os meus amigos dessa doença. Preocupo sim, quando não podemos escolher ou não ter freios de parar esse grande mal que vem levando pessoas boas embora. Sempre quando uma temática repercute devemos ter cuidado onde queremos e pretendemos chegar ou qual público iremos alcançar. Sally Nicholls transmite um problema sério na fala de um menino que sabe o seu fim, mas que faz de tudo para que seja intenso seus dias. O mais legal, ele vai anotando tudo e narrando com uma simplicidade de não deixar que a doença o impossibilite ou que outras pessoas o ignorem ou sintam pena.
Sam é um garoto com quase onze anos, ele possui leucemia pela terceira vez e os médicos já dão muito tempo de vida mais para o garoto. Ele sabe que vai morrer, não sabe o momento e nem a hora. Ao lado de Félix, um garoto mais velho que ele conheceu nas suas idas ao hospital acaba fazendo uma grande amizade, ambos se encontram para aulas particulares com a Sra. Willis. Ali mesmo, a professora sugere uma proposta de escrever um livro. Sam, não pensa duas vezes, ele adora fotos, fatos, notícias e logo começa escrever sobre sua vida.
É aqui que você leitor começa a refletir acompanhando a vida desses dois, relatos de Sam durante seu dia a dia. Emocionando, rindo, chorando (não tem como uma lágrima não cair de seus olhos, ok?) e no final, decifrar o que a autora lhe deixou. Todo o caminhar do livro é narrado pela perspectiva de Sam, revelando momentos de sua doença que ninguém jamais revelou. Isso toca, dói, machucam de um menino muito novo apresentando suas aflições, desejos e vivendo da melhor maneira possível antes do seu fim. Ele é muito novo, não viveu nada ainda, mesmo com desejos tudo pode acabar de uma hora para a outra.
Sally Nicholls molda o personagem, ela coloca o leitor para refletir além de suas possibilidades. Mesmo de uma forma tão singela, uma criança tão nova seus relatos são fortes e dolorosos. Fiquei com muita vontade de reler novamente. Mas nunca doeu tanto, me comoveu tanto ler um livro como foi esse. Sua escrita penetra profundamente em nossa alma, você se torna amigo de Sam, briga com sua doença, tentar divertir, distrair o garoto e apostar que o final Serpa diferente. Mas não…. talvez não seja.
A editora Geração reeditou uma obra digna, singela e certeira para qualquer pessoa e idade. A capa é muito chamativa, e bem feita. A diagramação é digna de um livro promissor. Fiquei muito feliz que a editora apostou e trouxe uma obra de tamanho porte para nós leitores do Brasil.
Gostaria de pedir um favor para você leitor: leia. Não espere, mesmo sendo um livro triste o que ele vai te passar ninguém conseguirá repassar por uma resenha escrita. Tentei gravar uma vídeo resenha, mas foi impossível. Na escrita mesmo não encontrei meios de passar todo o conteúdo e talvez não ter conseguido balançar o seu coração. Leia!!!