Resenhas

Resenha: Azar o Seu!, por Carol Sabar

AZAR_O_SEU_1366811952PNome do Livro: Azar o Seu!
Autor(a): Carol Sabar
ISBN: 9788564850361
Páginas:368
Editora: Jangada
Ano: 2013
Avaliação: 5/5
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Bia está parada num engarrafamento no Rio de Janeiro, pensando em sua vida azarada. Sem emprego, atolada em dívidas, ela não imagina que está prestes a viver a grande coincidência da sua vida. O motorista do carro ao lado está buzinando, tentando se comunicar com ela, como se fosse um velho conhecido… E ele é! Mas Bia não o reconhece. E como poderia? Ele é um homem, não mais o garoto de dez anos atrás. Está mais encorpado, cortou o cabelo, livrou-se do aparelho nos dentes e das espinhas do rosto, está tão diferente, tão lindo… O motorista sai do carro, mas não tem tempo de se explicar, pois começa um violento tiroteio e eles têm que se jogar lado a lado no asfalto. Certa de que está prestes a morrer, Bia entra em desespero e se prepara para dizer suas últimas palavras, na esperança de que o suposto desconhecido deitado ao seu lado possa levar um recado a Guga, seu amor da adolescência, sem perceber que é ele próprio que está ali, ouvindo a inesperada declaração de amor! Os dois escapam juntos do tiroteio e, a partir daí, começam a se envolver, dia após dia… Guga, sem coragem de assumir sua verdadeira identidade. Bia, fascinada por ele e feliz consigo mesma por finalmente estar se apaixonando por alguém que não é Guga… Azar o seu! vai além de uma comédia romântica. É uma reflexão sobre a importância da amizade verdadeira, do perdão e do autoconhecimento, que nos resgata o poder de decidir sem medo e de reverter escolhas que nos impedem de ser feliz.

Confesso que nunca li um chick lit, para quem não conhece: “é uma literatura voltada para o público feminino, no qual nós homens sempre chamamos de “leitura para mulheres”. São leituras leves, envolvidos por uma mulher que narra os fatos em um mundo moderno, independente, cujo o principal objetivo é o da diversão. É o que vemos por aí quando uma pessoa aborda que riu demais com um livro x, y, ou z. Um exemplo são os livros da Paula Pimenta, Tammy Luciano, Laura Conrado e outros autores nacionais, temos também a conhecida Meg Cabot na literatura internacional.  Fiquei muito impressionado por já manter contato com a autora em recebê-lo da editora uma cópia para resenha.  Melhor, fomos convidados para mediação de um evento em BH do lançamento deste livro. Na mesma hora fiquei preocupado, como que “eu” que nunca li um livro feminino iria pegar e ler em tão pouco tempo? Em cima da hora, não iria dar tempo em enviar para uma editora do blog e logo me surpreendi, o livro aborda um conhecimento incrível em cima do personagem masculino que me identifiquei em minha rotina diária que abordo abaixo.

Ana Beatriz Guimarães (Bia, para os amigos) é uma garota de 25 anos, mediana, pele clara, cabelos castanhos com reflexos dourados e olhos muito azuis. Graduada em administração de empresas pela Universidade Federal de Juiz de Fora, ainda é pós graduada em logística empresarial e em métodos estatísticos e computacionais. Fluente em inglês e em minicursos. Fez intercâmbio nos EUA, além disso é/era especialista em ferroviária recém-enxotada da empresa FB Logística empresa situada no Rio de Janeiro, onde morava.  Ufa!Pronto. É a partir daqui que a trama se inicia, ou melhor, a protagonista conta um pouco de como envolveu com seu primo Jair no enterro da tia. O que ela fica nervosa, é quando ela faz algo que não devia com o primo de segundo grau (imaginem!) e nunca mais a procurou. Mas voltando, ela se encontra em um engarrafamento retornando do velório para Juiz de Fora, quando um cara ao  lado, compra a última garrafa de água deixando- a com sede. O que ela não viu, foi quando ele começa a acenar e a buzinar chamando atenção dela.

Quando ele salta do carro, começa um tiroteio entre bandidos e policiais na Linha Vermelha e Bia achando que ia morrer, começa a falar para o desconhecido sobre sua vida, como suas últimas palavras, pede para dar um recado para o Guga, achando que o cara ao lado fosse um amparador Espiritual, deitada ao lado da Kombi no asfalto, que sempre foi apaixonada por ele!  Que nunca esqueceu seus beijos! Só que, ela não imaginaria, seja a força do destino, que o cara ao lado era o próprio Guga, só que dez anos mais velho, sem aparelhos e espinha.

“- Presta atenção – eu disse, tentando ser paciente. – Estou dizendo que sempre fui apaixonada pelo Gustavo Vitorazzi, meu amigo de infância. O Guga irmão da Raíssa. O Guga que não vejo há dez anos. Aí, minha cabeça! Aaaaiii!” (p.28)

Como o carro do rapaz, que ele até então pedi para ela chamar de “o Cara” , saem dirigindo a Kombi a caminho de Juiz de Fora, uma vez que seu carro foi todo destruído. Mesmo pela coincidência dos dois estarem indo para o mesmo local, ainda não faz que Bia se lembre quem é o rapaz. Ele para piorar, acaba não revelando, sentindo meio injustiçado de como ela não pode se lembrar de quem é ele. Depois de ter ido morar em Londres, Gustavo Vitorazzi, amigo de infância, desapareceu sem explicações por todos esses anos, hoje com 27 anos, sem dar notícias, meio sem saber como poderá explicar para a garota ao lado quem era ele.

Como o destino unem o casal, Bia começa a se apaixonar pelo novo cara, mesmo sem saber quem realmente era ele. Os dois passam muitos momentos juntos, ele tentando mostrar para a garota a sua capacidade e tentando fazê-la lembrar de quem seria ele, repassando várias dicas que ela infelizmente não absorve. Ao contrário dele, que é rico e possui uma carreira promissora por ser cantor internacional e ter seguido o sonho que tinha pretendido para Bia na infância, ela agora possui uma divida de 21 mil reais, desempregada injustamente pela armação de uma das funcionárias da FB Logística que armou junto a seu estagiário a sua demissão por justa causa, se ver constrangida e desinteressada pelos rumos de sua vida ou capacidade de como levá-la. Mesmo que tenha interesse em  arranjar um novo emprego se ver presa a floricultura de seu pai, a “Quatro Estações”. Ela não aceita ajuda de seu pai, e pretende com a ajuda de Cabral batalhar para contornar toda situação e provar sua lealdade.

Tudo começa a mudar quando Guga, já não conseguindo esconder o sentimento pela garota. Afinal, ele também sempre foi apaixonado por ela! A leva para uma viagem quando ele a faz se lembrar pelo seu beijo quem é realmente ele. Como nossa protagonista é nervosa e orgulhosa, não vai aceitar a mentira que ele ocasionou novamente. Mesmo depois deles fazerem amor, ela o rejeita de tal forma que as vezes pude ficar pensando em como as mulheres são realmente difíceis. Até que chega o casamento de sua melhor amiga, Raíssa Vitorazzi, irmã do Guga. Para piorar, Bia não havia sido convidada, até que pela ajuda do Guga, chega os convites no outro dia (uma nova armação dele). Pelo acontecimentos, as duas retomam novamente a amizade esquecida e rejeitada por problemas bobos de infância e logo o destino as amarram quando se une ao trabalho da floricultura do pai, salvando da falência. O casamento acontece com seus momentos incríveis, desde a chegada de Bia, até os finalmente, quando ficamos “putos” com a falta de resposta da garota. O que nos repassa posteriormente tudo o que a autora pretendeu passar quando fecha com chave de ouro a trama.

“- A Raíssa vai entrar com a Marcha Nupcial.- Mas por que? – Você sempre sonhou com essa musica dos Beatles, Bia… A Raíssa achou melhor deixá- la para você. – Deixá-la para mim? – Você vai entrar duas vezes com essa musica – explicou. – Hoje, como madrinha. E dia do meu casamento, quando você for a noiva. – Apertou meu corpo junto ao dele, obrigando-me a andar. – Agora sorria.”

Carol Sabar é uma escritora nacional, moradora de Juiz de Fora e já publicou o livro Como (quase) Namorei Robert Pattinson conquistando seu público leitor. Agora veio apresentar seu segundo livro, que está entre os mais vendidos do Brasil pela Saraiva, Leitura comparando com os grandes best-sellers internacionais. A trama pode ser lida por todas as idades e até mesmo pela classe masculina, como ela deixa claro, quando em suas entrevistas expõe que: “ a classe masculina vai se identificar com o personagem do Gustavo”. E foi como eu me identifiquei! Fiquei surpreso no modo que a autora abordou o personagem e como pareci com ele em certos momentos. O Guga é um personagem que acredita em crescimento e quer que a Bia retome o que ela sempre sonhou: formar no Conservatório. Entre outras qualidades que cada leitor vai levar consigo mesmo.

A editora Jangada fez um grande trabalho com o acabamento da Carolina Mylius, e uma diagramação em folhas amarelas deixando o leitor afoito pelo final. O livro finaliza tão bem, que logo perguntei  para a autora se haveria uma sequência. Os personagens são cativantes e repassam um conhecimento de superação e acreditar sempre em nosso futuro e onde pretendemos alcançar.  As lições de amizade, registros familiares e o perdão são quesitos essenciais na trama. Mesmo pelo azar, Bia começa a mudar ao longo da trama, tornando-se mais madura como qualquer pessoa. A ambientação com Juiz de Fora, MG, foi outro fator que chamou atenção. Como foi aberto o cenário da cidade, real, para que os leitores pudessem conhecer.

Muito difícil falar mais deste livro sem apresentar spoilers ou citar a mentalidade de cada personagem e como tudo se findou. Quem sabe a Carol Sabar possa usar os personagens para a sua próxima trama, não é mesmo? Leitura mais do que indicada para todos os sexos. Azar o Seu! é uma leitura rápida, ágil e que te fará rir do início ao fim. E ainda se prender aos personagens!

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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