Resenhas

Resenha: Atormentada, por Jeannine Garsee.

atormentadaTítulo: Atormentada (The Unquiet)
Autora: Jeannine Garsee
ISBN: 978-85-64850-39-2 
Tradução: Denise de C. Rocha Delela

Editora: Jangada
Número de páginas: 368
Nota:3/5

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Rinn é uma garota bipolar, que mantém o transtorno sob controle com a ajuda de medicação. Ela mora com a mãe e estuda no Colégio River Hills, onde dizem que a piscina é assombrada por Annaliese, uma adolescente que se afogou ali vinte anos antes. Quando coisas terríveis começam a acontecer aos seus colegas e não a ela, Rinn promete descobrir por que não pode ser “atingida” pelo espírito de Annaliese. Ela consegue fazer contato com o fantasma, que não se mostra nada pacífico. Ao descobrir o motivo, Rinn pede ajuda para seu namorado Nate, e elabora um perigoso plano para descobrir a verdade. Logo realidade e fantasia se confundem, até Rinn perceber que é quase impossível diferenciá-las. Diante de uma força malévola que ameaça a vida de todos de quem ela gosta, Rinn se pergunta se de fato pode confiar no que sente ou se está novamente perdendo o contato com a realidade.

Espíritos ou apenas mais uma alucinação? Você acreditaria numa pessoa com transtorno bipolar e, talvez, um tanto esquizofrênica? Se ela te dissesse que existe um espírito atormentando a todos, o que você pensaria? Bem, não sei vocês… Oh, está na hora dos meus medicamentos, só um minuto, por favor.

Brincadeiras à parte (risos)… Atormentada é um romance de Jeannine Garsee, que conta a estória do drama pelo qual passa a personagem chamada Corinne Jacobs. A jovem garota sofre de sérios transtornos psicológicos, incluindo aí, bipolaridade e, não sei se estou certo, uma pitada de esquizofrenia.

Ela vive na California com sua mãe Monica Jacobs e seu padrasto Frank, um produtor de sucesso do rock. Rinne, apelido carinhoso de Corinne, estava piorando cada vez mais, até que seus pais decidiram mandá-la para a casa de sua avó Nana, mãe de Frank, uma vez que eram muito próximas. Porém, um sério incidente provoca a morte de Nana, o que acaba abalando a relação entre Frank, Rinne e sua mãe, causando a separação do casal.

Triste com o falecimento da avó, Rinne tenta o suicídio, mas falha. Após a tentativa, Monica decide deixar a Califórnia e passar um tempo longe de Frank que estava muito abalado e rancoroso em relação Rinne. Elas se mudam para a pequena cidade de River Hills.

Monica acaba descobrindo que a casa a qual ela alugou é de um antigo conhecido seu, chamado Luke, por quem ela nutre certa mágoa. Para piorar, algum tempo depois ela descobre que a antiga moradora havia se enforcado ali naquela bendita casa e, ainda por cima, a mulher que morreu era avó de Annelise que morreu afogada na piscina da escola.

Irritada, sua mãe acaba querendo deixar a casa e sair da cidade, todavia, por incrível que pareça Rinne consegue se adaptar e até acaba gostando do lugar. A primeira pessoa por quem se interessa é Nate bonitão da escola, além de conseguir fazer amizade com Meg, Tasha e Lacy, as populares da escola.

Ela faz de tudo para que sua mãe desista de deixar a casa e a cidade, pois pela primeira vez havia conseguido se enturmar e fazer amigos. Relutante, sua mãe decide ficar. Tudo parece bem, até que, após entrar com as amigas na piscina isolada onde Annaliese havia morrido, as coisas começam a ficar estranhas. Suas amigas passam a agir de modo diferente. Mas a situação fica pior ainda quando elas decidem fazer uma sessão espírita para invocar a alma de Anneliese e, após a sessão, todos ao seu redor começam a mudar completamente de personalidade.

“Se aprendi alguma coisa quando estava numa ala psiquiátrica foi isto: quando as pessoas dizem que você está delirando, a melhor coisa a fazer é ficar de boca fechada com relação aos seus delírios. Do contrário vão manter você no isolamento pelo dobro do tempo.” (Pág. 312)

A estória é narrada pela própria Rinne. Acredito que a autora conseguiu ser bem fiel em relação a como agiria e pensaria uma adolescente com transtorno bipolar, como é o caso da personagem Corinne. Os diálogos são bem elaborados e os personagens foram fidedignos as suas características. Inclusive, a mudança pelas quais eles começam a passar é muito tênue e só perceptível ao avançar do romance.

No início, confesso, pensei que fosse mais um clichê “Sessão da Tarde”, porém ao avançar na leitura a autora conseguiu me cativar. Claro, existem alguns clichês… Líderes de torcida populares que fazem bullying, o bonitão da escola que se apaixona pela novata estranha, etc… Todavia, isso não estraga, de modo algum, o romance, pois acredito que o lugar comum sempre existirá e, em alguns casos, é até necessário.

Pelo fato de ter trabalhado num hospital psiquiátrico, Jeannine Garsee pôde criar um enredo verossímil e atraente. É possível quase acreditar que toda a trama pudesse ser verdadeira. Só o  que me desagradou um pouco foi o final, no entanto isso vocês vão descobrir ao ler o livro.

O livro foi muito bem elaborado, não encontrei nenhum defeito que tenha atrapalhado na leitura. Pode ter havido um ou outro erro de impressão, mas quase imperceptível. A capa ficou ótima, inclusive, tem a mesma capa que a edição dos Estados Unidos. O fato de o papel ser o pólen tornou a leitura ainda mais fácil e gostosa. A editora Jangada fez um ótimo trabalho.

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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