Resenha: Anna e o Homem das Andorinhas, por Gavriel Savit

Nome do Livro: Anna e o Homem das Andorinhas
Nome Original: Anna and the Swallow Man
Autor: Gavriel Savit
Tradução: Elisa Nazarian
Editora: Rocco – Fábrica231
ISBN: 9788568432464
Ano: 2016
Páginas: 272
Nota:
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Cracóvia, 1939. Anna tem apenas sete anos quando seu pai, professor de linguística, é levado por soldados alemães. Ela então encontra o homem das andorinhas, uma figura misteriosa que, assim como seu pai, é capaz de se comunicar em vários idiomas, até na língua dos pássaros. Sem nada a perder, a garota decide segui-lo. Mas num mundo em guerra, tudo se prova muito perigoso. Até o homem das andorinhas.

Aprender até onde o homem é capaz para alcançar os seus objetivos, são quesitos essenciais dentro dessa trama. A abordagem é o nazismo, uma época de muita opressão para quem viveu quase preso. Em um mix de “ A garota que roubava livros” e “ O menino do pijama listrado” deixando muito evidenciado a trama questões que mexe e transforma o leitor por dentro ao lado do contexto da Segunda Guerra Mundial.

Anna, após o desaparecimento de seu pai, a garota é muito inteligente e conhecida  quase como um prodígio. Entende tudo muito rápido e não precisa de muitas delongas para que o entendimento aconteça. Somente aos seus sete anos, além de alemão sabia a língua russa, francês, inglês entre outras línguas. Também por ter um pai professor em linguística, o resultado não poderia ter sido diferente com o esperado não é mesmo? Para ela as palavras eram como fonte de transformação.

A Polônia 1939 (Cracóvia) é ocupada e Anna acaba ficando com um amigo de seu pai. Sua vida começa a mudar totalmente. Sozinha, ela sabe que seu pai não vai voltar, ele está mesmo desaparecido.  O cara logo deixa ela sozinha e querendo ou não ninguém ia desenvolver uma laço com uma criança quando é pego para morrer. Quando os oficiais alemães pegam, o resultado não é muito mais satisfatório como imaginamos.

Sozinha, ela volta ao local onde o amigo do pai e acaba encontrando com o homem das andorinhas. Um homem que não deixa muitos sinais de quem realmente seja, somente por dominar a língua das andorinhas. Anna não sabe falar a língua, os dois acabam se unindo e trilhando um caminho nada fácil. Rodeado pela guerra e muitas dores.

O enredo é uma grande metáfora, que acaba enriquecendo muito a leitura. Fiquei bastante impressionado como os diálogos eram tomados e os cuidados de uma garota simples e muito inteligente era levada ao mundo rodeado pelo caos.  A pureza de uma criança e o homem explicando com sutileza os momentos da guerra.  Apresentando recursos muito metalinguísticos, a criança acaba aprendendo pela sua inocência tudo que estava acontecendo. Eu não nego, chorava muito pelo cuidado da escrita. A crueldade e a busca dos judeus é muito mostrado dentro da trama.

O Homem das Andorinhas pareceu adotar aquela menina, continuando  sua educação até onde ele realmente poderia caminhar levada ao conflito ocorrendo dentro de todo o enredo.  Ela acaba aprendendo a conviver na rua e com diversas pessoas que acaba encontrando no caminho.

A edição da editora Rocco ficou muito bem feita, sútil e a tradução não deixou nada a perder, fiquei bastante feliz por ter apostado nessa trama e ter pego para completar a minha leitura de final de semana. Quando a editora ofereceu o livro, não sabia que me recordaria de muitos aspectos envolvendo crianças aliada em algum conflito.

Livro bastante indicado para todas as idades. É muito capaz de conquistar o seu coração em um livro dócil e muito envolvente.