Resenha: Amber House, por Kelly Moore, Tucker Reed, Larkin Reed
Título: Amber House
Título original: Amber House
Série: Amber House #1
Tradutor: Denise de C. Rocha Delela
Autor(a): Kelly Moore, Tucker Reed, Larkin Reed
ISBN: 9788564850408
Páginas: 352
Ano de publicação: 2013
Editora: Jangada
Avaliação: 4/5
Onde comprar: Submarino
Sarah nunca tinha pisado em “Amber House”, a imponente propriedade pertencente à família havia três séculos, onde dizem estar escondidos diamantes entre aquelas paredes. Ao se mudar com seu irmão e sua mãe, a garota logo se sente atraída tanto pelo belo Richard, que lhe apresenta um mundo de riqueza e privilégios, quanto pelo enigmático Jackson, que a desafia a encontrar os diamantes. Sarah começa a ter visões da história da mansão e pouco a pouco, descobre os segredos de Amber House: crimes antigos e traições recentes. Ela precisa descobrir logo as respostas para todos os enigmas existentes, antes que o passado aprisione a todos para sempre.
“Era uma daquelas casas que têm até nome – Amber House. Havia surgido no século XVII como uma casinha de pedra e troncos, e foi crescendo um pouquinho a cada geração, quase como um ser vivo. (…)” (Pág 13)
Amber House é um livro que mostra como as nossas atitudes podem mudar as coisas e como cada parte de nosso passado é importante na formação do que somos hoje. Se nossa casa pudesse falar, o que ela contaria de suas lembranças?
A história é narrada por Sarah, que acaba de perder a avó que mal conhecia, dona de Amber House. Sarah viaja com a mãe e o irmão para o enterro e para cuidar da venda da casa da família. Enquanto tramitam as papeladas legais referentes a casa, Sarah e o irmão, Sammy, passam a gostar do lugar e querem passar mais tempo lá. Ela se vê em um mundo de gente rica, sendo cortejada pelo filho do senador, velejando, andando de BMW e vivendo em meio a objetos históricos de valor inestimável. Conhece Jackson, um primo distante devido a uma conexão indesejada de seus antepassados. Ela e Jackson passam a explorar a casa em busca dos diamantes do Capitão, um tesouro supostamente escondido lá.
Existem vários temas interessantes no livro. Jackson é um garoto negro pobre que vive dentro da propriedade de Amber House, numa região onde a grande maioria das pessoas é caucasiana e rica. Existe um preconceito velado durante o livro, onde ninguém fala a Sarah para não se envolver com o garoto, embora ninguém aprove qualquer tipo de relação que eles tenham. A mãe de Sarah parece uma pessoa amarga que não liga muito para os filhos e geralmente deixa a encargo da filha os cuidados com Sammy, de 5 anos e autista. O autismo de Sammy é muito “leve”, pois se não falasse no texto que ele possui esse transtorno, seria difícil interpretá-lo assim. A mãe de Sarah demonstra pouco sentimento e parece mais interessada em usar as pessoas do que em envolver-se com elas.
“Velejar é uma dança entre o barco e o vento. Deve-se manter a vela em posição para capturar o vento enquanto se navega em ziguezague na direção para a qual se deseja ir. Se for possível conseguir uma vela cheia com a brisa que vem de trás, e navegar com a proa apontada para o destino, então se diz que a embarcaçao está ‘correndo com o vento’, o que é mais ou menos como voar.” (Pág 99)
A narrativa é fácil e dinâmica, existem muitas aventuras pelas quais a personagem principal envereda e vamos descobrindo junto com ela as respostas para algumas das perguntas que vão surgindo ao explorar a casa. Percebemos aos poucos o quanto Sarah é solitária e o quanto isso a torna forte para enfrentar o que precisa quando chega a hora. A descrição de Amber House é muito bem feita, apesar de simples, sendo possível imaginar os cômodos conforme eles são mostrados. Era de se esperar que a escrita ficasse estranha já que temos três autoras no livro, porém o texto é bem homogêneo. A voz da personagem é sempre a mesma e as atitudes combinam com as características que vão sendo percebidas durante a leitura.
A editora Jangada manteve a capa original sem muitas alterações, o que é ótimo já que ela é linda e combina com uma das cenas do livro. As páginas são amareladas e o espaçamento é duplo, deixando a leitura muito confortável. Não encontrei erros na revisão do texto.
Recomendo a leitura para quem gosta de aventuras, histórias antigas, perdidas e onde o passado e o presente se mesclam para que o futuro seja possível.