Resenha: A Terra Inteira e O Céu Infinito, por Ruth Ozeki
Nome do Livro: A Terra Inteira e O Céu Infinito
Nome Original: A Tale For The Time Being
Autor: Ruth Ozeki
Tradução: Debora Landsberg e Daniela Dias
Editora: Casa da palavra
ISBN: 9788577344413
Nota: 4/5
Páginas: 462
Ano: 2014
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O que acontece quando um diário perdida encontra o leitor certo? Numa remota ilha do Canadá, a escritora Ruth cata mariscos com o marido na praia quando se depara com um saco plástico coberto de cracas que envolve uma lancheira da Hello Kitty. Dentro, encontra um livro de Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido, e se surpreende ao descobrir que o miolo, na verdade, é o diário de uma menina japonesa, Nao. A sacola misteriosa, segundo os rumores dos habitantes, é mais um dos destroços do último tsunami que devastou o Japão e foi levado pelas correntezas até a ilha.
Desde então, Ruth é tragada pela história do diário de Nao, uma menina que, para escapar de uma realidade de sofrimento – de bullying dos colegas e de um pai desempregado e suicida –, resolve passar seus últimos dias lendo as cartas do bisavô, um falecido piloto camicase da Segunda Guerra Mundial, e contando sobre a vida da avó, uma monja budista de 104 anos.
O que Ruth não esperava era que o diário iria levá-la a uma viagem onde ela e Nao podem finalmente se encontrar fora do tempo e do espaço.
Quem não gosta de ser transportado para uma viagem quando está lendo um livro? Bom este livro nos proporciona não só uma viagem, mas, duas distintas. Inicialmente conhecemos Nao, uma adolescente japonesa de 16 anos que nos diz ser um ser-tempo “alguém que existe no tempo, isso quer dizer, você, e eu, e todos nós que estamos aqui, ou já estivemos, ou que um dia estarão”.
Temos também, Ruth, uma escritora que vive com o marido entre NY e uma remota ilha Canadense. Enquanto procurava conchinhas numa praia algo lhe chama atenção, é quando ela encontra uma lancheira da Hello Kitty, e dentre os seus pertences está o diário de Nao.
Então somos arrastados para uma história onde, presente e passado encontram-se emaranhados. Pois o principal motivo de Nao escrever seu diário é preservar a memória de sua bisavó que ela trata por Jiko, então somos arrastados para o passado de Jiko, o presente (relativo) de Nao e o presente de Ruth.
É interessante conhecer estas historias como elas vão se ligando, ou melhor, se emaranhando como um novelo de lã, ver como as historias de Ruth e Nao vão se aproximando, ler como sua avó gosta de saber sobre o que acontece no mundo fora de sua casa.
Este livro é um daqueles em que temos de ler uma, duas, três vezes e cada vez a historia nos surpreende e descobrimos algo novo, pois este é um livro com imenso significado e com profundos aprendizados.
A capa da versão brasileira assim como o titulo não seguem o original, mas, a capa brasileira para mim foi muito mais coerente e atrativa do que a original e foi escolhida pelos leitores brasileiros em uma escolha dada pela editora a época de seu lançamento.
Quanto ao titulo que no original é “A Tale For The Time Being” ou algo como O Conto/A historia de um Ser-tempo, já o titulo brasileiro é tirado de um trecho de um poema que é apresentado no inicio do livro e que é bastante interessante confira abaixo.
“Para o ser-tempo, parado no cume da montanha mais alta,
Para o ser-tempo, nadando no leito mais fundo do mar,
Para o ser-tempo, um demônio com três cabeças e oito braços,
Para o ser-tempo, os cinco metros de ouro do corpo de um Buda,
Para o ser-tempo, o bastão de um monge ou o espanta-moscas de um mestre,
Para o ser-tempo, um pilar ou um farol,
Para o ser-tempo, qualquer José ou Maria,
Para o ser-tempo,a terra inteira e o céu infinito.”
Com temas que nos fazem refletir, algo que também é interessante neste livro é que podemos conhecer um pouco da cultura oriental pela visão de Nao, e eu como particularmente gosto muito da cultura oriental é um livro que li, vou ler, reler e indicar para que todos meus amigos leiam.
Olá, Filipe.
Vou começar a ler esse livro nessa semana e é sempre bom saber o que esperar!!
Beijos
Camis