Resenha: A sutil arte de ligar o f*da-se , Mark Manson
Nome do Livro: A sutil arte de ligar o f*da-se
Nome Original: The Subtle Art of Not Giving a Fuck
Autor(a): Mark Manson
Editora: Intrínseca
Tradutor: Joana Faro
ISBN: 9788551002490
Nota: 4/5
Páginas: 224
Ano: 2017
Chega de tentar buscar um sucesso que só existe na sua cabeça. Chega de se torturar para pensar positivo enquanto sua vida vai ladeira abaixo. Chega de se sentir inferior por não ver o lado bom de estar no fundo do poço. Coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal, mentalização positiva – sem querer desprezar o valor de nada disso, a grande verdade é que às vezes nos sentimos quase sufocados diante da pressão infinita por parecermos otimistas o tempo todo. É um pecado social se deixar abater quando as coisas não vão bem. Ninguém pode fracassar simplesmente, sem aprender nada com isso. Não dá mais. É insuportável. E é aí que entra a revolucionária e sutil arte de ligar o foda-se.Mark Manson usa toda a sua sagacidade de escritor e seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor, mais coerente com a realidade e consciente dos nossos limites. E ele faz isso da melhor maneira. Como um verdadeiro amigo, Mark se senta ao seu lado e diz, olhando nos seus olhos: você não é tão especial. Ele conta umas piadas aqui, dá uns exemplos inusitados ali, joga umas verdades na sua cara e pronto, você já se sente muito mais alerta e capaz de enfrentar esse mundo cão.Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes do gênero, enfim uma abordagem franca e inteligente que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e f*da-se o resto. Livre-se agora da felicidade maquiada e superficial e abrace esta arte verdadeiramente transformadora.
Sabe aquele livro que começa logo de cara quebrando algumas ideias de ser um mero livro de autoajuda? É o que vai aparecer logo no início. Mark acaba apresentando soluções, não mágicas sobre solucionar cada assunto e que ainda não irá incentivar ninguém a ser extraordinário.
O autor nos repassa uma grande certeza, um grande empurrão que vidra do início ao seu fim durante toda leitura e ainda não esconde nada. Mark conversa, interage com seu leitor de uma forma clara e real, compartilhando experiências humanas e reais que logo de cara identificamos. Por aqui não há nada divino, como formas de caminhar em um futuro, o livro em si te dará subsídio de pensar mais sobre o que você elege como importante em sua vida e o que não é tão legal permanecer. Também o livro não vai anular sofrimento caro leitor! O sofrimento como a dor é importante e ele vai nos ensinar a dribla-la de uma forma mais inovadora, encarar o momento e dar a volta por cima. Não há nada errado em ser como uma grande maioria ao nosso redor. O sofrimento é uma forma motivadora para uma mudança.
O autor é verdadeiro, ele não deixa de falar nem mais ou meio mais. Abre todo o jogo, de forma muitas vezes abrupta. O botão da autocrítica e do conhecimento é ligado com tamanha facilidade, desde momentos mais simples como o fato de dirigir, como também o que muitos temem com a morte. Não precisamos em si de inspiração para iniciar algo, é ter o pontapé inicial e correr atrás. O ser humano é acostumado a sempre fazer coisas enormes, e é nesse tentar que acabamos sendo frustrados. Não é sempre o necessário, mas sim a forma de agir para que se sinta motivado, não procurando a motivação para agir. Aos poucos, exercitando dia-a-dia vamos criando vontades e mudanças em nossa rotina. Por aqui não temos tempo para analisar sofrimentos, é como uma noite no bar com um estranho interessante refletindo sobre a vida, motivações, recordando memórias da infância, e acreditar que está tudo bem, até que achávamos que seria estar bem. A conversa flui, mesmo que passa alguns palavrões. Não há problema a normalidade, muitas vezes não chegamos em nossas expectativas que almejamos porque ela muitas vezes é imposta, devemos sempre refletir as nossas ideias.
Ainda achei bem interessante quando ele acusa o modo que usamos a dor como um parâmetro para definir algo bom ou ruim. Talvez, os piores momentos são os que mais nos ensinam a crescer. Usando o que serve para continuar e desprezando o que não tem mais conserto, jeito. Outro momento, é a forma que lidamos com a morte, o comando de nossas decisões, esse momento no texto é o ato encorajador do autor que mais chamou e despertou atenção.
A sutil arte de ligar o f*da-se não é lá o melhor livro, mas acaba deixando um momento grande e reflexivo. Ele serve para aqueles que gostam muito de refletir a vida, um propósito a alcançar. É também uma leitura muito rápida e bastante interessante.
Esse deve ser um dos livros que mais tenho vontade de ler atualmente. Muito interessante ver como nós tentamos a todo momento procurar sempre viver de aparências, mesmo estando em situações difíceis não abrimos mão de querer sair por cima da situação de mostrar pra alguém que somos fortes quando na verdade isso só deveria ter que ser provado a nós mesmos. Creio que os maiores aprendizados são adquiridos quando tudo da errado e acho que o livro mostra que deveríamos prestar mais atenção aos fracassos do que tentar botar uma mascara e fingir exito o tempo todo.
“a dor como um parâmetro para definir algo bom ou ruim”, acho que foi a frase que despertou minha curiosidade pra quem sabe, ler este livro, além de me fazer pensar e tal. Acho que se uma resenha me proporcionou a reflexão, acho que o livro deve fazer o mesmo. E gosto disso.
Beijos