A Metade Sombria – Stephen King | Resenha
Após anos esgotado no Brasil, A metade sombria volta às livrarias como parte da Biblioteca Stephen King, coleção de clássicos do mestre do terror em edição especial com capa dura e conteúdo extra.
Nome do Livro: A Metade Sombria
Autor(a): Stephen King
Editora: Suma
Ano: 2019
Páginas: 464
Resenhista: Suzzy Chiu
Criar George Stark foi fácil. Se livrar dele, nem tanto.
Há anos, Thad Beaumont vem escrevendo, sob o pseudônimo George Stark, thrillers violentos que pagam as contas da família, mas não são considerados “livros sérios” pelo escritor. Quando um jornalista ameaça expor o segredo, Thad decide abrir o jogo primeiro, e dá um fim público ao pseudônimo.
Beaumont volta a escrever sob o próprio nome, e seu alter ego ameaçador está definitivamente enterrado. Tudo vai bem. Até que uma série de assassinatos tem início, e todas as pistas apontam para Thad. Ele gostaria de poder dizer que é inocente, que não participou dos atos monstruosos acontecendo ao seu redor. Mas a verdade é que George Stark não ficou feliz de ser dispensado tão facilmente, e está de volta para perseguir os responsáveis por sua morte.
Antes de falar do livro, quero contar uma história que vai ajudar a entender melhor.
Quando iniciou a sua carreira de autor, Stephen King precisou usar um pseudônimo, pois as editoras achavam que não iriam vender os livros de um mesmo autor em pouco espaço de tempo e King é conhecido por escrever incrivelmente rápido, você já deve ter percebido pela quantidade de livros existente, kkkk.
Assim, nasceu Richard Bachman, pseudônimo de King, que inclusive tinha uma foto na contra capas de “seus livros”, mas era um modelo contratado. Um belo dia, um vendedor de livros chamado Steve Browe começou a reparar nas semelhanças da escrita de King e de Bachman, e entrou em contato para falar do assunto. King não viu outra saída e assumiu usar um pseudônimo e tudo foi resolvido com ele dando entrevista sobre o caso e fiinal feliz. Mas para a mente criativa como de King, ele soube aproveitar a ideia e escreveu A Metade Sombria com base nessa confusão.
Na história conhecemos escritor Thad Beaumont, que não consegue alcançar o sucesso com seus livros. Até que tem a ideia de usar o pseudônimo de George Stark, um cara totalmente oposto de Thad e que escreve histórias cheias de sangue e com personagens violentos, gênero que acaba caindo na graça do público e fazendo um sucesso enorme. Porém, depois de uns problemas, é revelado o segredo que se trata da mesma pessoa, causando um alvoroço e para acabar com essa confusão Thad decide se livrar de Stark, e foi literalmente enterrando, como se tivesse morrido. Ele encena uma cerimônia em um cemitério com uma lápide falsa e muitas fotos, simbolizando a morte de seu pseudônimo.
Thad volta a usar seu nome para escrever e não consegue se concentrar em nada, e ainda tem uma dor de cabeça persistente que não o deixa em paz. E para piorar tudo, vários assassinatos estão acontecendo e tudo indica que Thad é o culpado. Agora ele terá que ir atrás de respostas, mas pistas apontam que Stark está de volta e não está nada feliz de ter sido enterrado.
Ahhhh, nem preciso dizer que eu adorei a história, ainda mais que por traz da trama tem fatos da vida pessoal do King, o que deixa a gente ainda mais intrigado em como ele consegue extrair o melhor de tudo e dando o seu toque de terror. E fica aquela dúvida, será que o Thad não seria mau como o Stark?! Afinal ele foi o criador ou Stark sempre esteve dentro dele?
O ponto alto do livro é o final onde tudo é resolvido, mas acompanhar todo o desenrolar da história me manteve presa e intriga com a trama.
Eu como todo fã de King, sempre quis ter e ler A Metade Sombria, mas ele estava esgotado e que bom que a Cia das Letras ouviu nossas preces e publicou em uma edição belíssima em capa dura com conteúdo extra e que faz parte da coleção Biblioteca Stephen King, amo ver todos os livros juntos. Mais que recomendado essa leitura.