Resenha: A garota na teia de aranha, de David Lagercrantz
Nome do Livro: A garota na teia de aranha
Nome Original: Det som inte dodar oss
Série: Trilogia Millennium
Autor: David Lagercrantz
Tradução: Guilherme Braga e Fernanda Sarmatz Åkesson
Editora: Companhia das letras
ISBN: 9788535926101
Ano: 2015
Páginas: 472
Nota: 2/5
Onde Comprar: Amazon
Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist estão de volta na aguardada e eletrizante continuação da série Millennium. Neste thriller explosivo, a genial hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist precisam juntar forças para enfrentar uma nova e terrível ameaça. É tarde da noite e Blomkvist recebe o telefonema de uma fonte confiável, dizendo que tem informações vitais aos Estados Unidos. A fonte está em contato com uma jovem e brilhante hacker – uma hacker parecida com alguém que Blomkvist conhece. As implicações são assombrosas. Blomkvist, que precisa desesperadamente de um furo para a revista Millennium, pede ajuda a Lisbeth. Ela, como sempre, tem objetivos próprios. Em A garota na teia de aranha, a dupla que já arrebatou mais de 80 milhões de leitores em Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo e A rainha do castelo de ar se encontra de novo neste thriller extraordinário e imensamente atual. David Lagercrantz nasceu na Suécia, em 1962. Jornalista, romancista e biógrafo premiado, Lagercrantz foi escolhido para continuar as aventuras de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.
Se você ainda não leu a resenha da Trilogia Millenium, acesse aqui.
Depois de 4 adaptações para o cinema (três na Suécia e uma nos EUA), milhões de exemplares vendidos em todo o mundo e do sucesso de crítica a trilogia Millenium ganha um novo volume, desta vez pela mão de David Lagercrantz.
O marco inicial dado por Stieg Larsson é dificil de ser igualado, muito menos superado. Decidir continuar uma série que tem tantos fãs e que foi tão bem amarrada para terminar definitivamente em seu último volume é no mínimo arriscado. Escolher o autor então, envolve selecionar alguém não só competente, mas também imune às inevitáveis críticas e comparações.
E assim comecei a leitura dividido entre a emoção de voltar a encontrar personagens tão queridos, a curiosidade sobre a qualidade geral desse livro e o medo de que o legado de Stieg Larsson fosse arruinado. No fim, o saldo foi positivo.
São os mesmos personagens que conhecemos da série original. A cidade ainda é Estocolmo. Mantendo a tradição, o foco da narrativa se amplia , desta vez para além das fronteiras da Suécia, incluindo as conspirações da NSA. Mesmo que as vezes pareça que falta alguma coisa, esse sentimento se deve à ausência do talento ímpar de Stieg Larsson.
Lisbeth Salander está de volta e continua de mau humor. Ela tenta acabar com os remanescentes da quadrilha do pai. Para isso precisará acessar os bancos de dados da NSA, o que seria quase impossível para qualquer outra pessoa.
Michael Blonkvist é atacado por repórteres mais jovens, que o acusam de estar desatualizado e ultrapassado. A Millenium sobrevive apesar das constantes crises financeiras e das intervenções dos grupos econômicos que sustentam a revista.
Mesmo com uma grande quantidade de páginas e poucas cenas do cotidiano dos personagens, o enredo se desenvolve com grande velocidade, há pouca surpresa nas revelações mais importantes e mesmo a grande reviravolta é tão súbita e previsível que não causa o impacto desejado.
A edição lançada pela companhia das letras é de qualidade impecável. Lançada com uma nova identidade visual, adotada também para os livros anteriores, teve tradução a partir do original em sueco (diferente das primeiras edições, que foram traduzidas da edição francesa). O volume de páginas engana um pouco, a leitura flui bem e não há trechos intransponíveis ou excessivamente longos. Não encontrei erros de digitação ou gramática, o que sempre é um bônus. Como sugestão digo apenas que gostaria de ver este livro também com a capa das edições anteriores.
A editora sueca já anunciou que David Lagercrantz escreverá no mínimo mais dois livros, portanto criando uma nova trilogia. Em breve veremos mais Lisbeth Salander nas prateleiras. Espero que os livros de David Lagercrantz sigam o exemplo da série original: que melhorem a cada volume.