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Resenha: A Faca Sutil – Philip Pullman

Ficha Técnica
Título original: The Subtle Knife
Páginas: 288
Acabamento: Brochura
Lançamento: 2017
ISBN: 9788556510440
Selo: Suma de Letras

Perdida em um mundo novo, Lyra Belacqua encontra Will Parry — um fugitivo que logo se torna um aliado mais que necessário. Pois este novo mundo é povoado por Espectros sugadores de alma, e no céu as feiticeiras disputam espaço com anjos. Will procura pelo pai, um explorador desaparecido há anos, e Lyra busca a origem do Pó. No entanto, o que os dois encontram é um segredo mortal e uma arma de poder absoluto, capaz de decidir o resultado na guerra que se forma ao redor deles. O que nenhum dos dois suspeita é do quanto suas vidas, seus objetivos e seus destinos estão conectados… até que precisam se separar. A faca sutil é a viciante sequência de A bússola de ouro, um clássico da fantasia considerado pela Entertainment Weekly “o melhor livro de todos os tempos”. A fantástica aventura de Lyra continua, levando o leitor a novos mundos, rumo a uma descoberta devastadora.

A continuação de A Bússola de Ouro nos apresenta Will Parry e uma faca capaz de cortar o fino tecido que separa um mundo do outro.

Filho de um explorador que se envolveu com algo que não devia e uma mãe totalmente dependente de seus cuidados, Will vive em uma realidade parecida com a nossa e diferente da de Lyra, pois nela não há daemons. Após um incidente envolvendo agentes que procuravam por seu pai, Will foge para o refúgio da Universidade de Oxford e, lá, encontra uma passagem para Cittàgazze: uma cidade situada em outro universo paralelo e povoada por criaturas conhecidas como espectros.

Os dementad… digo, espectros, são incapazes de fazer mal às crianças, que sequer são capazes de vê-los. Uma vez que elas atingem a puberdade, esses parasitas (que se alimentam da misteriosa substância conhecida como Pó)  passam a ser visíveis e a constituir uma ameaça. Não à toa, Cittàgazze é o lar sombrio de uma multidão de órfãos.

Naturalmente, onde há Pó, há lorde Asriel, a sra. Coulter e também a Igreja e suas ramificações. Neste volume, o ambicioso plano de Asriel fica mais claro e as peças – anjos, humanos, feiticeiras, ursos de armadura – começam a se movimentar no tabuleiro antes da grande guerra que será deflagrada no terceiro livro.

É uma pena que Lyra Belacqua não tenha tanto destaque nesta sequência da aventura, já que foi preciso dar espaço para a caracterização de Will como aquele que se tornará portador de um dos artefatos mais poderosos de que se tem notícia. Trata-se de um personagem muito bem construído e é fácil afeiçoar-se a ele; além disso, é incrível vê-lo tatear no ar as quase imperceptíveis passagens para outros universos e abrir os portais com absoluta precisão.

De qualquer forma, sinto que falta à obra um momento realmente memorável, pois vinte anos se passaram desde a minha primeira leitura e, admito, a ansiedade em retornar à Cittàgazze não era das maiores. Mesmo assim, é necessário fazer essa escala por lá para não se perder em A Luneta Âmbar, conclusão épica da saga e um dos meus livros favoritos de todos os tempos.

A crítica religiosa de Pullman continua bastante presente em A Faca Sutil e, por isso, entendo perfeitamente que talvez nem todos se sintam confortáveis com a leitura de Fronteiras do Universo. Afinal, nada é sagrado e tudo é questionado. Até mesmo a Autoridade.

Ronan Sato

Especialista em assuntos aleatórios. Apesar de descendente de japoneses, não sabe afirmar com certeza se prefere comida indiana ou sushi

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