Resenhas

Resenha: A escuridão escrita, por H. R. de Oliveira

ecuridaoescrita-600x600Nome do Livro: A escuridão escrita
Autor(a): H. R. de Oliveira
Editora: Pandorga
ISBN: 8584420274
Ano: 2015
Páginas: 110
Nota: 3/5
Onde Comprar: no site de editora Pandorga, Livraria Cultura

 

A Escuridão Escrita – Alguém um dia disse: a escuridão é a ausência de luz. Certo: Sim. Errado? Também. O livro deixa claro que o escuro é bem mais que a falta de luz. Flores, cadáveres, morte, esquartejamento, podridão, marinheiros, esposas que morrem, maridos que não voltam. Estes são apenas alguns dos temas que interligam as histórias de “A Escuridão Escrita”. H. R de Oliveira descreve mazelas da alma humana de forma visceral, concisa, sublime melancólica, quase poética, onde o belo e o macabro se fundem numa única coisa.

 

Você é fã de histórias macabras, mas acha que os autores demoram muito para chegar na matança? Então você precisa ler “A escuridão escrita”. Com apenas 110 páginas e incríveis 16 contos, não há um parágrafo a perder entre a apresentação dos personagens e o terrível desfecho que inexoravelmente os aguarda.

As histórias são curtas e bem pensadas, com um arco dramático simples, mas que nem sempre é possível adivinhar o final. Entre um conto e outro é bom dar uma parada para respirar, se recuperar do susto antes de ir para o próximo.

O conto que mais gostei foi “Ensaio sobre a violência”: um detetive relembra um caso intrigante onde encontraram na casa de um suspeito fotos sequenciais de mulheres sendo retalhadas aos poucos. A simples relação estabelecida em poucas páginas entre o criminoso e o narrador mostra a mesma fascinação pelo mórbido que deve ter levado este livro até o leitor.

Falta apenas um pouco de trabalho na estética da construção das frases para a obra transcender seu gênero. Alguns erros de acentuação e frases com ambiguidade fora do contexto também atrapalham, mas são apenas problemas pontuais.  O ponto forte é a riqueza na variedade de enredos. Como leitor, senti como se cada um dos contos fosse um pesadelo.

Diversos contos dão um arrepio de antecipação enquanto esperamos pelo desfecho. Em algumas histórias mesmo a última frase pode esconder reviravoltas inesperadas.

Alguns contos flertam com o sobrenatural, mas são excessões. Mantendo as narrativas factíveis, fica mais aguçada a percepção da cruel natureza humana e as relações conturbadas da mente doentia.

H. R. de Oliveira está no caminho certo para se tornar referência entre os autores nacionais de terror.

Jairo Canova

Jairo Canova é Administrador e gosta de livros mais do que imagina.

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