Resenha: A confissão da leoa, por Mia Couto
Nome do Livro: A Confissão da leoa
Autor(a): Mia Couto
ISBN:9788535921632
Páginas: 251
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2012
Avaliação: 5/5
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Em ‘A confissão da leoa’, uma aldeia moçambicana é alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que os fatos, as lendas e os mitos se misturam. Uma habitante da aldeia, Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente. O livro é narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia.
É a primeira vez que tenho contato com a literatura escrita por Mia Couto, autor moçambicano que figura no cenário da literatura atual! Esta leitura foi motivada por uma daquelas situações na qual o livro nos escolhe e não o contrário.
A história narrada em A Confissão da leoa relata a aldeia de Kulumani em Moçabique, palco de ataques cada vez mais freqüentes de leões aos habitantes do local. Com o aumento dos ataques das feras, o governo convoca um caçador, o Arcanjo Baleeiro, renomado e vindo de uma família de conceituados caçadores, o tal é encaminhado para dar cabo dos leões.
Na pequena aldeia a família de Silência, a última vítima dos leões, sofre com a sua perda, porém, com a chegada do caçador, um fato novo é acrescido à história, Baleeiro já esteve na vila, e os pais de Mariamar, a única filha viva do casal, temem que ele tenha vindo buscá-la.
” Pode-se enterrar uma filha, sim. Ela já o fizera antes. Mas não se regressa nunca dessa despedida. Ninguém pede mais a atenção de uma mão que um filho morto.” (p. 15)
A Confissão da leoa é narrada em primeira pessoa do ponto de vista dos dois personagens principais do livro, Arcanjo Baleeiro e Mariamar, o que nos permite observar os pensamentos de cada um, bem como a sua vivência anterior e a bagagem que trazem para o momento atual. A narrativa proposta por Mia Couto nos permite saber um pouco mais sobre a família do caçador, sobre suas paixões, seus medos e seus anseios, na mesma medida que podemos perceber as impressões de Mariamar e principalmente o fato de ela acreditar ter um pacto com uma leoa.
Na expedição que leva o caçador até Kulumani, vai um escritor, Gustavo Regalo que é a personificação do próprio autor Mia Couto, que no ano de 2008 visitou uma região da áfrica que sofria com ataques de leões o que o motivou a escrever este livro que traz o contraponto quase perfeito entre mito e do fato.
Muitos temas são trazidos à tona durante a história, política, fé, religião abuso sexual e o papel da mulher naquela sociedade em específico chamam a nossa atenção para fatos que não estão acontecendo em um tempo e espaço tão distantes do nosso, alguns trechos narrados são incrivelmente cruéis, mas não são a regra, na maior parte do tempo a narrativa nos traz muitas descobertas e de certa forma esperança.
“Pela primeira vez me confrontava com um leão. E ali, caligrafia no papel,a fera se ajoelhava a meus pés. – Cuidado, minha neta. Escrever é perigosa vaidade. Dá medo aos outros….” (p. 88)
A experiência de ter contato com Mia Couto através desta obra foi incrivelmente enriquecedora, a narrativa dele flui e ele consegue de uma forma brilhante dar o equilíbrio entre o que é fato e o que é místico. A diagramação da Companhia das Letras como sempre espetacular! A capa é linda e reflete o cenário perfeito do que o livro traz.
Boa leitura e por favor, leiam Mia Couto!!!
Nossa 5/5 então o livro é bom mesmo! Os assuntos abordados são bem complicados e muito discutido hoje em dia! Este livro me chamou muita atenção, fiquei muito curiosa para lê-lo!
Também tenho muita vontade em ler o livro. Quase o comprei numa visita à Cultura. Já imaginava que era bom. Além de achar a história interessante, quero ler algo do Mia Couto e vou começar por esse!
Achei a resenha ótima o livro parece ser bem intenso e triste, mais mesmo assim adorei e acho que merece ser lido!
Adorei os quotes!
xoxo
Temática diferente. Deve ser uma situação terrível viver em um ambiente cercado de vítimas desses ataques.
O título do livro deixou-me bastante curiosa e depois que li a resenha fiquei mais ainda. Vou querer ler esse livro.
Mia Couto é um escritor que conheço a uns 7 anos, ainda estava no colégio quando li um romance dele “Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra”, um livro lindo, ele em si tem uma forma especial de escrever do meu ponto de vista, gosto muito porque em seus livros ele sempre retrata bem o cenário onde a história ocorre, culturalmente falando.
Estou muito curiosa sobre esse romance, achei o enredo muito interessante, e só de lê-lo já daria para saber que era o Mia Couto escrevendo. Fiquei feliz pela nota 5, ele é um dos grandes escritores da língua portuguesa.
muito linda a capa e aresenha tbm esta muito bem feita , estou adorandu o blog