Resenha: A Caçada, por Andrew Fukuda
Nome do livro: A Caçada
Nome Original: The Hunt
Trilogia: The Hunt #01
Tradução: Regiane Winarski
Autor(a): Andrew Fukuda
ISBN: 9788580574340
Páginas: 288
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Avaliação: 5/5
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Gene é diferente dos outros. Ele não tem a força e agilidade de seus colegas da escola, é imune à luz do sol e não sente uma sede insaciável por sangue. Gene é um ‘heper’, um dos últimos humanos do planeta, e vive disfarçado no meio das pessoas normais. Ele usa presas falsas, raspa todos os pelos do corpo, faz o possível para esconder seu cheiro e jamais abandona sua máscara. Sabe que não deve chamar a atenção em um mundo em que um pequeno deslize pode ser fatal. Mesmo vivendo sozinho há anos, Gene ainda escuta as palavras de advertência de seu pai – Não faça amigos; não pegue no sono durante a aula; não pigarreie; não gabarite as provas, embora sejam um insulto à sua inteligência. Não durma na casa de colegas; não cantarole nem assobie. E ainda; Nunca esqueça quem você é. Ele leva sua vida de acordo com essas regras, determinado a sobreviver. Mas a frágil segurança de Gene é ameaçada por uma terrível surpresa; a Caçada Eper.
Livros que te prendem mesmo são poucos! E quando te prendem, fica difícil expressar uma opinião mais coesa e consistente para que possa ser profundamente entendido por quem ler. A Caçada, do original The Hunt de Andrew Fukuda foi um desses livros. Uma distopia lançada pela editora Intrínseca transmitindo um mundo totalmente diferente do que estamos acostumados em ler. Não é um livro comum de vampiros, humanos e enredo clichê. O autor criou um universo novo onde os vampiros reinam e os humanos estão “quase” ou totalmente extintos. Logo que vi o lançamento, corri para o goodreads e descobri que iremos ainda ter mais dois livros.
Não nego que gosto de livros sobrenaturais, como muitos já resenhados. Mas quando uma premissa sobrepõe tudo já conhecido, algo diferente que estamos acostumados, pode apostar que é sucesso na certa! O universo ficcional criado por Fukuda sobrepõe grande parte dos autores, trazendo o lado oposto da obra, os vampiros comandando tudo, e a sede insaciável de sangue humano ou no enredo sangue “eper”. Sim! Aqui, os humanos estão extintos, ou quase extintos e nossos amiguinhos vampiros, têm sede enorme de tomar esse sangue e aniquilar o que ainda lhe resta.
Em torno disso que conhecemos Gene, protagonista e responsável em narrar toda a trama. Ele é um eper e acredita ser o último humano no meio dos vampiros sedentos por sangue. Seu pai sempre lhe ensinou como se camuflar: não sorria, não soe, não deixe seus pelos crescerem, não vire tanto os olhos, esconda o seu cheiro e deixe suas presas sempre brancas. Ele pode entrar na água, porque o suor excessivo esconde e é camuflado e deve correr dos cavalos. É o que ele tenta fazer dentro da escola e fora, sobrevivendo sozinho desde que perdeu sua mãe e suas irmãs e sete anos atrás o seu pai que foi transformado. Nosso protagonista tem dezessete anos, e sua narração é tão consistente que não conseguimos deixar a leitura de lado. Para ajudar, não é muito citado nomes dos personagens e grandes explicações desse mundo diatópico, o que pode ter sido uma falha ou “não” a ser explicada pelo autor nos próximos livros.
Ainda seu pai sempre o lembrou que ele deve lembrar que é um humano e não um vampiro. Até que, dentro do colégio é anunciado pelo Soberano, chefe do governo, uma nova Caçada Eper (uma espécie de disputa feita pelo governo para ganhar mais visibilidade e aumento de sua popularidade de tempos em tempos, colocando vampiros dentro de um local para caçar os útimos humanos e aniquilar em poucos minutos com eles). Já que os vampiros possui sede pelo sangue de um eper. O problema é que está acabando os epers e o governo promete ser uma caçada diferente. Gene é sorteado por incrível que pareça e deverá ir para o Instituto Eper treinar e se preparar ao lado dos outros sorteados.
O grande problema é que não tem como ele retornar em sua casa para pegar os suprimentos para disfarce e ele sabe que o cheiro vai aparecer e sua identidade pode logo ser descoberta. E se tudo ocorrer, ele entrará mesmo numa fria. Até que em inda e vindas e jogo começa a mudar, novos segredos são revelados e ele não está sozinho. Será que seu pai pode não ter sido transformado e estar vivo? Você leitor precisará acompanhar e descobrir. E como ficará toda a caçada, ela vai realmente acontecer?
Respostas que são reveladas ao longo da escrita pelo autor. Andrew Fukuda instigou tanto a cabeça de seu leitor, que muitos pontos ficam sem respostas o que de certa forma pode ser um grande segredo para ser desvendado nos livros posteriores. Como mesmo o passado mais detalhado de Gene, mais sobre os vampiros e como tudo chegou daquele jeito. Mesmo alguns pontos iniciarem na sua explicação, não é muito aprofundado para sacio de nossa vontade.O autor ousa todo o momento em apresentar o lado mais sombrio e contrário dos vampiros, ou o que realmente são, sem dó e nem piedade com suas vítimas. O medo de Gene e outros personagens são muito bem caracterizados pelo autor. Um ambiente todo hostil e diferente remete há um bom filme se caso for para os cinemas.
A editora Intrínseca alterou a capa original do livro lançada no exterior, mas não atrapalhou em nada. Pelo que vi no goodreads a alteração pode ter sido por conta do segundo volume que parece com a capa brasileira. A diagramação, tradução ficou magnífica e de muito fácil entendimento. As letras ficaram no estilo da editora, deixando uma leitura mais fluida em folhas amarelas. O segundo volume The Prey, ainda não foi anunciado pela editora. O que espero que chegue ainda este ano.
Muitas perguntas! Um final desesperador! Um livro envolvente e verdadeiro! Um livro para ser devorado em horas! Um livro sombrio, tenso, corrido e dosado em medidas certas! Leiam e depois me conte se é tudo o que apresentei!
Parece interessante! Ainda mais sendo da Intrínseca, tenho me apaixonado pelos livros que eles produzem!
Bjs