Resenhas

Resenha: A Bússola de Ouro – Philip Pullman

Nome do livro: A Bússola de Ouro
Nome Original: The Golden Compass
Série: Fronteiras do Universo # 1
Autor(a): Philip Pullman
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788556510426
Ano: 2017
Nota: 5/5

Lyra Belacqua e seu daemon, Pantalaimon, vivem felizes e soltos entre os catedráticos da Faculdade Jordan, em Oxford. Até que rumores invadem a cidade – boatos sobre sequestradores de crianças, os Papões, que estão espalhando o medo pelo país.

Quando seu melhor amigo, Roger, desaparece, Lyra inicia uma perigosa jornada para encontrá-lo. O que ela não desconfia é que muitas outras forças influenciam seu destino e que sua aventura a levará a terras congeladas do norte, onde feiticeiras e ursos de armadura se preparam para uma guerra.

Embora tenha a ajuda do aletiômetro – um poderoso instrumento que responde a qualquer pergunta –, nada a prepara para os mistérios e a crueldade que encontra durante a viagem. E, mesmo que ainda não saiba, Lyra tem uma profecia a cumprir, e as consequências afetarão muitos mundos além do seu.

Li a trilogia Fronteiras do Universo quando estava entrando no ensino médio, e lá se vão mais anos do que eu gostaria de revelar. Descobri o primeiro livro – cujo título era A Bússola Dourada, e não A Bússola de Ouro – em um suplemento de jornal dominical e comprei com base no pouco que o colunista escrevera a respeito. A capa original, que hoje chamaria pouquíssima atenção em uma livraria, trazia algo parecido com uma bússola (pois se trata, de fato, de um outro artefato, chamado aletiômetro) e, ao fundo, a silhueta de um homem sobre uma colina.

Vivíamos a época de lançamento do primeiro Harry Potter e, não vou negar, a competição era um tanto desleal (e nem vamos começar a falar das adaptações para cinema, pois prefiro esquecer a tragédia que foi ver Iorek Byrnison transformado em urso de propaganda de Natal de refrigerante.) Penso que não seria exagero dizer que muitos do que leram esta trilogia consideram-na uma de suas preferidas entre as infanto-juvenis, isso se não for A preferida. O universo de Philip Pullman é absolutamente fantástico.

Fortemente inspirados pelo clássico Paraíso Perdido, de John Milton, os livros abordam o tema da religião, mas o fazem em tom de desafio. Talvez, nesse aspecto, a obra não agrade a todos os leitores, uma vez que o autor Philip Pullman é conhecido por sua postura crítica em relação ao cristianismo. Além disso, em seu universo, cada ser humano vive acompanhado de um animal metamorfo – conhecido como dæmon, daemon ou dimon, dependendo da edição –, cuja forma física é a manifestação da alma e da personalidade de seu “dono”. O dæmon da protagonista Lyra, Pantalaimon, frequentemente assume a forma de um arminho branco, ao passo que o misterioso Lorde Asriel é sempre visto com Stelmaria, um imponente leopardo-das-neves.

A trama deste primeiro livro é baseada no desaparecimento de crianças – entre elas Roger, um amigo de Lyra – para fins misteriosos, o que faz com que a jovem deixe para trás a segurança da faculdade Jordan, na Universidade de Oxford, para se lançar em uma aventura que a levará até o polo norte nas costas de um urso de armadura. Durante o caminho, a menina descobre que o tal aletiômetro é, na verdade, muito mais do que um simples instrumento de navegação; e, à medida que se familiariza com a misteriosa substância conhecida como “Pó”, percebe que o que está à sua volta não é bem o que parecia ser…

Fronteiras do Universo foi a trilogia que formou meu caráter e mudou minha forma de enxergar o mundo. Lembro quando, na época da escola, havia o boato de que Philip Pullman escrevia umas poucas páginas por dia, daí a demora, praticamente inaceitável, para o lançamento do terceiro livro; tudo o que eu e meus colegas queríamos era acorrentar o cidadão na frente de um teclado…

Quem nunca leu pode ter à disposição a trilogia inteira e, melhor ainda, desfrutar da sensação de encantamento que vem quando conhecemos algo incrível pela primeira vez.

Ronan Sato

Especialista em assuntos aleatórios. Apesar de descendente de japoneses, não sabe afirmar com certeza se prefere comida indiana ou sushi

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