Rainhas do Crime (The Kitchen, 2019)
Rainhas do Crime (The Kitchen, 2019)
Direção: Andrea Berloff
Roteiro: Andrea Berloff
Elenco: Melissa McCarthy, Tiffany Haddish, Elisabeth Moss, Domhnall Gleeson, Common, Margo Martindale, James Badge Dale.
Distribuição: Warner Bros. Pictures
“Rainhas do Crime”, é uma adaptação da HQ “A cozinha – Rainhas do Crime”. Publicada em 2015 pela DC Vertigo, com roteiro de Ollie Masters e arte de Ming Doyle. Estrelado por Melissa McCarthy, Tiffany Haddish e Elisabeth Moss, é o filme de estreia na direção da já premiada roteirista Andrea Berloff. Com uma tensão competente e atuações fortes, “Rainhas do Crime” é gângster movie com muito a dizer.
Nova York, Hell’s Kitchen, Década de 70. Kathy (Melissa McCarthy), Ruby O’Carroll (Tiffany Haddish) e Claire Walsh (Elisabeth Moss), são donas de casa que confiam e cuidam de seus maridos gangsters. Pertencentes a máfia Irlandesa, Jimmy (Brian d’Arcy James), Kevin O’Carroll (James Badge Dale) e Rob Walsh (Jeremy Bobb), comandam Hell’s Kitchen, eles tomam conta do bairro e coletam pagamentos por isso. Negócios de família. Vigiados pelo FBI, no comando do Agente Gary Silvers (Common), são presos em ação. Após julgamento, são condenados a três anos de prisão. Para tristeza de suas esposas, os negócios agora estão mas mãos de Little Jack. Inescrupuloso e desorganizado, não consegue dar conta do trabalho. As esposas, sem opção, terão que lutar para prover o sustento da família. Unindo forças, elas entram no negócio com tudo, oferecendo proteção aos comerciantes locais.
Se descobrindo realmente boas no novo ramo, Kath, Ruby e Claire rapidamente expandem as operações e tomam o comando do Hell’s Kitchen. Atraindo assim a atenção e o conflito, não só com Little Jack, como com seus próprios maridos e a máfia italiana no Brooklin. Com o auxílio do assassino profissional Gabriel O’Malley (Domhnall Gleeson), elas defenderão seus negócios, passando por cima do que ou quem for preciso para se manterem no topo do jogo.
Andrea Berloff cria um grande universo, atuando na direção e no roteiro do longa, entrega um Gangster movie com nuances, violência, poder e sensualidade feminina. Além de entreter, o filme, explora a ascensão das minorias, o uso do sistema para quebrar o sistema e o crescimento pessoal através do poder. Comedido e sem exageros, explora bem a frieza e os desafios femininos na perspectiva masculina. Aos poucos, sem perder o ritmo, a trama avança na maturidade e força de suas personagem. As esposas, passam de coadjuvantes para protagonistas de suas vidas e isso é demonstrado em suas atitudes, aparências e vozes.
O trio feminino incrível, está muito bem e “metem medo” nos momentos de tensão. Representando diferentes personalidades, vivências e ambições, McCarthy, Haddish e Moss nos passam força e confiança, tanto nos momentos frágeis quanto nos momentos de extremo poder. Em especial McCarthy e Haddish, mais conhecidas como comediantes, empregam vários tons à suas personagem, em suas confusões e certezas. Ótimas em cena, criam um embate, não só com os algozes mas também entre si. Difícil dizer quem se saiu melhor.
Com uma trilha sonora empolgante, que vai de It’s a Man’s Man’s World a The Chain, o longa emociona e anima. Usando o recurso de cortes (por vezes bruscos), para demonstrar passagem de tempo, tornando o filme acelerado principalmente no terceiro ato, acaba prejudicando a fluidez visual. A narrativa, dita o ritmo até o plot, deixando um boa sequência para conclusão.
Conta, também com um ótimo elenco de apoio, em especial Margo Martindale e Domhnall Gleeson em sequências ótimas.
Rainhas do Crime, chega com competência e ambição brigando por lugar na mesa dos mafiosos. Um filme feminino, sem medo de ser violento, onde se ganha mais com inteligência do que com força .
