Crítica “Por Trás dos Seus Olhos”
Por Trás dos Seus Olhos (All I See Is You, 2017)
Diretor: Marc Forster
Roteiristas: Marc Forster, Sean Conway
Elenco: Blake Lively, Jason Clarke, Danny Huston, Ahna O’Reilly, Miguel Fernández, Wes Chatham, Xavi Sánchez, Sirinya Bishop Yvonne Strahovski
Direção de Fotorgrafia: Matthias Koenigswieser
Direção de Arte: Tristan Mur Navarro, Siranat Ratchusanti
Montagem: Hughes WinborneCasada com um marido atencioso (Jason Clarke), Gina (Blake Lively) é uma mulher cega que acaba recuperando a sua visão. Iniciando uma nova fase em sua vida, ela começa a perceber e descobrir situações perturbadoras na vida a dois, mudando completamente o seu relacionamento com o marido, que se torna uma teia de mistérios.
A proposta do diretor Marc Forster no filme Por Trás dos Seus Olhos é boa. Ele nos sugere um drama psicológico contado através da uma história de amor, obsessivo, entre Gina (Blake Lively) e seu marido James (Jason Clarke). Mas a trama se perde em subtramas que vão do suspense ao thriller erótico passando pelo melodrama. Mesmo com problemas de roteiro, Por Trás dos Seus Olhos é uma experiência de visual única, na qual somos levados a um espetáculo de luzes e cores, que se fundem em formas abstratas fragmentadas e fantásticas. Outro elemento de destaque do filme é o design de som detalhado minuciosamente. Com a projeção de sons comuns que podem “passar batido” no cotidiano, assim como as imagens é uma tentativa de representar a perspectiva da Gina (Lively) e sua experiência do mundo, como cega.
Gina e seu marido James têm um casamento quase perfeito. Após ter perdido a visão ainda criança, em um acidente de carro quase fatal, Gina depende exclusivamente de James para sentir e “ver” o mundo ao seu redor. Isso nos leva a crê que estamos diante de um casal extremamente apaixonado e feliz. Ela imagina o mundo com ajuda das descrições de James. Enquanto os dois desfrutam de um casamento feliz em Bangkok, sua vida e relacionamento sofrem uma reviravolta quando Gina recebe um transplante de córnea e recupera sua visão. Recuperada, Gina experimenta o mundo com um novo senso de maravilha e independência que seu marido considera ameaçador. Quando Gina, de repente, começa a perder a visão novamente, ela percebe a realidade perturbadora de seu casamento e de sua vida.
Não sabemos muito sobre o passado do casal. Toda informação que temos sobre ela, é oferecida por meio dos flashbacks, relacionados ao acidente de carro. James estabelece uma relação de amor e poder com sua esposa. Seu poder desmorona quando ela recupera a visão. Ele não sabe exatamente como mante-la ao seu lado e, a realidade que a mulher enfrenta, após a mudança, é bem diferente daquela que imaginava. A história é interessante e os atores estão comprometidos com seus papéis. O filme explora bem os elementos de contraste entre a realidade e imaginação, mas o roteiro vago é o principal prejudicador desse bom suspense psicológico.
Nota: 3/5
Assista aqui ao trailer:
Primeiramente que incrível esse diretor ter dado visibilidade e respeito a cegueira e deficiência física, não consigo imaginar como a personagem se sentiu após ter a visão de volta mas creio que ela realmente queria recuperar o tempo perdido. Achei o marido um pouco abusivo mas vou assistir e espero estar errada
Vejo que está crítica pontuou mais as questões do relacionamento entre o casal, do poder do marido sobre a esposa com a deficiência. Um ponto que não me ative tanto com relação a outra crítica aqui mesmo do blog. Uma pena que o roteiro tenha parecido ser um pouco vago, dá a impressão que o filme poderia ser bem mais do que o que é apresentado nas telas.