Na mira dos lançamentos: Bertrand Brasil (julho/2014)
Vamos conferir os lançamentos do mês da editora Bertrand Brasil:
A Cor do Leite, de Nell Leyshon
em 1831, uma menina de 15 anos decide escrever a própria história. mary tem a língua afiada, cabelos da cor do leite, tão brancos quanto sua pele, e leva uma vida dura, trabalhando com suas três irmãs na fazenda da família. seu pai é um homem severo, que se importa apenas com o lucro das plantações. contudo, quando é enviada, contra a sua vontade, ao presbitério para cuidar da esposa do pastor, mary comprovará que a vida podia ainda ser pior. sem o direito de tomar as decisões sobre sua vida, mary tem urgência em narrar a verdade sobre sua história, mas o tempo é escasso e tudo que lhe importa é que o leitor saiba os motivos de suas atitudes. a cor do leite apresenta a narrativa desesperada de uma menina ingênua e desesperançosa, mas extremamente perspicaz e prática. escrito em primeira pessoa e todo em letras minúsculas, o texto possui estrutura típica de quem ainda não tem o pleno controle da linguagem. a jovem narradora intercala a história com suas opiniões, considerados por alguns críticos os trechos mais angustiantes da obra. · “Se a cor do leite começa narrando a rotina simples e calma da vida rural na Inglaterra do século XIX, aos poucos, letra a letra, a história toma força, revelando todo o potencial de uma menina e de sua vida destruída pelas piores falhas humanas.” – The Telegraph · “Um livro sobre o abuso de poder e a supremacia masculina. O projeto ambicioso de Nell Leyshon demonstra um poder imaginativo singular.” – The Independent
Luciano Pavarotti – Um Mestre Para Todos, de Andrea Bocelli
Neste delicado álbum de recordações e de histórias, Andrea Bocelli conta sobre um homem atencioso e irônico, enamorado dos Estados Unidos e das mulheres, apaixonado por pintura, por cavalos e… pela boa mesa. Entremeando-os com retalhos de sua própria biografia, o intérprete de Vivo per lei nos revela os aspectos mais íntimos e desconhecidos do profundo vínculo de amizade que o uniu ao “rei dos tenores”.
A Viagem Iniciática – Ou Os 33 Graus da Sabedoria, de Christian Jacq
Este livro é um depoimento sobre uma iniciação vivida nos dias de hoje no Ocidente e sobre o caminho que conduz a uma sabedoria, a uma plenitude, a uma harmonia que todos buscam em si mesmos e à sua volta. Jacq conta no livro o diálogo com um Mestre de Obras que, devido a seus antepassados, conhece um ritual e seus valores iniciáticos. O encontro entre os dois ocorreu às portas da catedral de Metz, na França. As esculturas romanas trazem ao homem uma mensagem espiritual. As da catedral de Metz ilustram os trinta e três graus da sabedoria que levam ao conhecimento. Da semente ao fruto, da árvore seca à árvore florida, o caminho é longo e, muitas vezes, perigoso. Contudo, passando por provas e desafios, ele conduz ao autoconhecimento e à realização. Diante dos obstáculos à sabedoria, como má vontade, avareza, idolatria, egoísmo, covardia e orgulho, o iniciado deverá, por meio de forças espirituais, adquirir as grandes virtudes pessoais, por exemplo, as inteligências receptiva e ativa e a tolerância. No fim, Christian Jacq mostra que a essência do ser permanece a mesma, o que muda é o olhar do iniciado em relação ao mundo. Talvez nunca se tenha falado com tanta precisão dos trinta e três graus da sabedoria. Se o mestre que concebeu esta mensagem a colocou diante do olhar de todos aqueles que souberem ver, não foi por acaso. Jacq convida o leitor para um encontro mágico com um autêntico Mestre de Obra, confiando a ele a espiritualidade eterna na sua forma medieval.
O Conto do Covarde, de Vanessa Gebbie
O menino Laddy Merridew foi enviado para morar com a avó em uma pequena comunidade do País de Gales. Lá, inicia uma improvável amizade com Ianto Passchendaele Jenkins, o mendigo contador de histórias da cidade que é guardião do legado da Gentil Clara, uma antiga mina da região que explodiu há muitos anos e deixou marcas nas gerações futuras. Por meio das histórias do amigo, Laddy é envolvido pelo passado da cidade e pelos enigmas do presente. Os homens da cidade – assim como as mulheres que os geraram, as que casaram com eles e as que lamentaram suas mortes – estão interligados pelos ecos da tragédia da Gentil Clara e pela misteriosa figura de Ianto Jenkins, cujas histórias de lealdade e traição, perda e amor, formam uma inesquecível e fascinante colcha de retalhos. O conto do covarde é uma história ímpar, com texto emocionante e personagens cativantes, que foi considerada por muitos críticos um dos melhores lançamentos de 2011. · Vanessa Gebbie é vencedora do prêmio Novel in a Year, do Daily Telegraph. · “A delicadeza e a generosidade deste romance são fortalecidas pela precisão e perspicácia das palavras.” – Publishers Weekly · “Gebbie cria uma história comovente a partir do sofrimento da perda.” – Kirkus Reviews
Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada, Prostituída…, de Kai Hermann, Horst Rieck
A obra em questão originou-se do próprio interesse de Christiane F, em romper o silêncio e relatar seu depoimento aos jornalistas Kai Hermann e Horst Rieck sobre a questão dos tóxicos entre os adolescentes. O livro tem início com o texto do processo (Berlim, 1978) em que Christiane, colegial, menor de idade, é acusada de consumir, de maneira contínua, substâncias e misturas químicas proibidas por lei. Foi acusada também de ter-se entregado à prostituição, com o propósito de juntar dinheiro suficiente para comprar drogas. Após tudo isso, sua família se desestruturou; o pai ficou desempregado, a mãe pediu o divórcio, e o inferno instalou-se no seio da família. Christiane era surrada sempre e o lar, por ter-se transformado num ambiente hostil, fez com que ela procurasse as ruas. O livro intercala o depoimento de Christiane com o de sua mãe, de policiais que tiveram contato com a menina, e de psicólogos. De Christiane F. sabe-se que ela esteve longe das drogas por cinco anos, depois de o livro ser publicado, e que vivia com um músico alemão famoso. Atualmente, tem uma filha de três anos.
Sangue, de K.J. Wignall (Trilogia O Vampiro de Mércia #1)
1256. Will estava destinado a ser o Conde de Mércia, mas não viveu o bastante para herdar o título, já que foi acometido por uma estranha doença aos 16 anos de idade. Mesmo assim, apesar de sua morte – e de seu enterro –, ele não está nada morto. Ao longo das páginas, o leitor vai compreender um pouco sobre esta condição de Will. Descobrir que ele está existindo entre a vida e a morte. Ocasionalmente hiberna, sempre esperando que a morte lhe chame e, toda vez que desperta, enterrado no solo, tem uma breve lembrança do primeiro pânico que sentiu em 1349. Sangue apresenta como um de seus principais diferenciais o fato de ser mais macabro e sombrio do que as obras atuais do gênero. Para Wignall, o romantismo é importante, mas nunca deve se sobrepor ao enredo. Assim, ele elaborou cenas angustiantes, como as que o protagonista enfrenta sempre que desperta das hibernações, além de ambientes sinistros e escuros e personagens bem-construídos, perversos e sem escrúpulos.