Livro: Dumplin – Julie Murphy
Dumplin´
Autora: Julie Murphy
Páginas: 336
Gênero: Young adult, romance
Editora: Valentina
Especialmente para os fãs de John Green e Rainbow Rowell, apresentamos uma destemida heroína e sua inesquecível história sobre empoderamento feminino, bullying, relação mãe e filha, e a busca da autoaceitação. Sob um céu estrelado e ao som de Dolly Parton, questões como o primeiro beijo, a melhor amiga, a perda de alguém que amamos demais e “estou acima do peso e ninguém tem nada com isso” fazem de Dumplin’ um sucesso que mexerá com o seu coração. Para sempre. Gorda assumida, Willowdean Dickson (apelidada de Dumplin’ pela mãe, uma ex-miss) convive bem com o próprio corpo. Na companhia da melhor amiga, Ellen, uma beldade tipicamente americana, as coisas sempre deram certo… até Will arrumar um emprego numa lanchonete de fast-food. Lá, ela conhece Bo, o Garoto da Escola Particular… e ele é tudo de bom. Will não fica surpresa quando se sente atraída por Bo. Mas leva um tremendo susto quando descobre que a atração é recíproca. Ao contrário do que se imaginava – a relação com Bo aumentaria ainda mais a sua autoestima –, Will começa a duvidar de si mesma e temer a reação dos colegas da escola. É então que decide recuperar a autoconfiança fazendo a coisa mais surreal que consegue imaginar: inscreve-se no Concurso Miss Jovem Flor do Texas – junto com três amigas totalmente fora do padrão –, para mostrar ao mundo que merece pisar naquele palco tanto quanto qualquer magricela.
Willowdean poderia ser uma adolescente como qualquer outra e passar despercebida não fosse o fato de ser alta e gorda. Ela faz o possível para ficar invisível, o que é um pouco difícil, sobretudo para os colegas de escola que sabem como dar um apelido a um dos alunos e fazê-lo pegar.
Ela vivia com a mãe e a tia materna, Lucy, até esta falece repentinamente, no auge de seus 30 e poucos anos, por infarto. A morte, claro, logo é associada ao peso de Lucy que sofria de obesidade mórbida. Willowdean, ou Will, como é chamada pelos amigos, ou, caso prefira Dumplin´como é chamada pela mãe, se sente mais filha da tia do que da mãe, primeiro por ua tia sempre agir mais como mãe de Will como a própria mãe, mas também por Lucy ter lhe apresentado as músicas de sua cantora favorita Dolly Parton, uma cantor country um tanto brega e cafona, mas com uma ótima voz (eu mesma ouvi!). A mãe foi a única que conseguiu driblar a briga contra a balança e não só se tornar a mais magra da família, mas também uma das vencedoras do concurso mais famoso da pequena cidade onde Will vive: o de miss flor do Texas.
Não bastasse a mãe ter vencido o concurso ela também se torna a diretora do concurso, comandando as apresentações, as escolhas de candidatas e seus trajes, e talentos, bem como a escolha das juradas que são compostas exclusivamente por antigas vencedoras do mesmo concurso.
Como toda adolescente, Will nutre um amor secreto pelo cozinheiro do restaurante Harpys onde trabalham. Bo é um cara caladão, com um cabelo desgrenhado de uma forma sexy e que é viciado em chupar pirulito vermelho. Nas raras vezes em que ele dirige a palavra a Will ela só se faz ficar vermelha. Ela tem certeza absoluta que Bo, o cozinheiro, mal nota sua existência e que ele seria muita areia para seu pequeno caminhão. Até que um dia, ao abrir o armário onde guarda suas coisas no seu trabalho ela encontra ali um pequeno presente: um pirulito vermelho. É então que ela percebe que sua paixão por Bo não só não é platônica como também pode estar sendo retribuída.
Will ainda tem uma melhor amiga desde a infância: Ellen. Elas se amam como irmãs e Will acha que a amiga é magra e linda o que poderia lhe causar inveja, mas elas são muito amigas para isso. Elas se tornaram amigas inseparáveis depois que Will descobriu que Ellen também curtia Dolly Parton.
Até o dia que Ellen arruma uma nova melhor amiga, metida, de nariz empinado e que começa a fazer a cabeça de Ellen para que se afaste de Will. Além disso, Will descobre uma coisa sobre Bo que pode atrapalhar totalmente seu relacionamento que não chega realmente a ser um relacionamento, ta mais para uma pegação e o mundo de Will começa a ruir.
No meio do desespero, da solidão e da pressão da mãe que acha a filha uma grande decepção por causa do seu tamanho, Will toma uma medida drástica: ela decide participar do Concurso de beleza. Ela não pretende vencer, apenas mostrar que não há necessidade de estar dentro dos padrões de moda e de beleza para se sentir bem consigo mesma.
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O livro é narrado em primeira pessoa pela Will. A narrativa da autora me surpreendeu e é tão fluida que mal me vi chegar à metade do livro.
Senti muita empatia por Will, ela é uma grande garota! Adorei Bo também, já está na lista de Top Piriguetagem de 2018.
Por outro lado, por um triz a mãe de Will não entrou para o muro de chapisco, mas foi quase.
A história, apesar de ser um pouco mais do mesmo em relação às histórias sobre adolescentes deslocados é muito engraçada, com tiradas inteligentes, além de ser bem intrigante. A forma como é contada e a empatia que os personagens provocam me fez renovar a paixão por histórias do gênero.
O ponto negativo, infelizmente, é o desfecho. É mais um daqueles casos, não tão raros, de história que aparentemente o autor (nesse caso autora) cansou de escrever ou o prazo para entrega para a editora estava curto e correu para terminar. A parte do concurso e o desfecho (principalmente em relação à Will e ao Bo) foi muito corrida o que me chateou bastante. As vezes ainda sinto vontade de pegar o livro para ter certeza de que não pulei nenhuma página.
De qualquer forma é um livro que vale a pena, e muito! É diversão garantida e inesquecível, ainda que o final tenha deixado a desejar. Indico!