Livreiros protestam contra o Estante Virtual
Olá, leitores
Uma notícia que abalou o final de semana foi o protesto movido por sebos contra os aumentos abusivos de tarifas do Estante Virtual, entre outras reivindicações. Algumas notícias aqui e aqui.
Há ainda um abaix0-assinado que já conta com quase 7 mil assinaturas pedindo a reversão das decisões unilaterais de aumento de tarifas.
150 vendedores retiraram seus acervos do portal durante um dia para protestar. Alguns outros vendedores já retiraram definitivamente o acervo do site, migrando para concorrentes.
Agora a minha experiência pessoal: tenho um minúsculo acervo no Estante Virtual, onde vendo livros que compro, leio e não tenho interesse em manter (e alguns que compro pela internet e no fim o texto não se prova tão bom quanto a sinopse). Quando recebo mensagens do EV informando aumento nas tarifas já penso: de novo?
Para quem tem o portal como uma importante fonte de renda, onde investiu tempo e dinheiro é frustrante que o servidor tenha uma margem de lucro maior sobre o produto do que o vendedor. Desde a implantação do Paypal os vendedores tem pago comissão ao EV sobre o valor do frete (exato, o cliente pagava o frete, que é um custo bruto para o vendedor enviar o produto e o site ficava com uma comissão desse valor!) e até agora não se falou em reembolso desse valor retido indevidamente.
No meu pequeno acervo, como funciona a mecânica do paypal: o cliente fecha o pedido, faz o pagamento e o paypal já retém sua comissão e a do EV, repassando ao vendedor o líquido.
Exemplo de um pedido que recebi nesse dia 20/07:
| TOTAL | R$ 23,45 |
| TARIFA PAYPAL | – R$ 0,95 |
| COMISSÃO EV | – R$ 2,80 |
| VALOR LÍQUIDO | R$ 19,70 |
O TOTAL é o valor que o cliente pagou pelo livro+frete. O Líquido, de R$19,70 fica como crédito em minha conta do Paypal. Ele pode ser transferido para uma conta corrente… do Banco do Brasil, apenas. Quem não tem conta do BB para sacar do que recebeu nos livros fica com o crédito que pode ser usado… para compra livros no EV. Em meu caso isso não é grande problema, como leitor assíduo acabo mesmo usando os créditos do paypal para comprar novos livros, mas eu tenho um emprego fixo e a venda de livros é só para arranjar mais espaço em casa. Entretanto, mesmo que quisesse dispor do dinheiro em espécie, não teria escolha.
O EV foi o primeiro grande portal a reunir sebos de todo Brasil, teve enorme sucesso em convencer um nicho (de pessoas frequentemente difíceis de lidar) a investir em uma ferramenta nova. Acredito que esteja na hora do mercado de livros usados no Brasil evoluir, segmentando o mercado e possibilitando que outros portais com a mesma característica apareçam e que prevaleça aquele que oferecer mais vantagens a vendedores e compradores.
Nos comentários da matéria do site Carta Capital e também no abaixo-assinado é possível ver as opiniões tanto dos vendedores quanto as respostas oficiais do EV.
