Leitores entrevistam a autora Sara Shepard
Olá, leitor! A editora Rocco em seu site apresentou uma entrevista com a autora Sara Shepard (na foto abaixo, ela fez uma participação especial na primeira temporada da série).
Ela fala como é escrever a série best-seller Pretty Little Liars, que ganha este mês seu 11º livro: Estonteantes. “As meninas se parecem comigo em diferentes momentos da minha própria adolescência,” diz Sara. E ainda fala um pouco sobre a ligação em The Lying Game, e a relação de seus livros com segredos e mentiras: “se você pensar bem, escritores de ficção contam mentiras para sobreviver”. A entrevista abaixo é uma reprodução do já postado no site da Rocco.
Qual foi a sua inspiração para criar as Liars? (Bernardo Telles)
Eu quis criar personagens com os quais as pessoas pudessem se identificar e que passassem por situações que a maioria dos adolescentes vive na vida real. Spencer tem problemas de família. Emily questiona sua sexualidade. Hanna tem problemas com alimentação e um desejo muito grande de ser popular e perfeita. E Aria se sente deslocada e está apaixonada pela pessoa errada. As meninas se parecem comigo em diferentes momentos da minha própria adolescência. Eu me parecia muito com a Hanna no sétimo ano, mais com a Emily no oitavo e no nono anos, e como Aria no ensino médio. E durante toda a escola eu era como Spencer no sentido de que eu era muito séria com relação aos estudos e a me sair bem.
De onde você tira inspiração para tantos livros, sem repetir cenas ou diálogos? Você pretende continuar lançando livros desse mesmo segmento? (Aninha Lopes)
Eu acho que a série vai acabar no livro 16. É realmente muito difícil escrever tantos livros sem repetir histórias! Eu penso muito entre um livro e outro, e também tenho uma excelente equipe de editores que me ajudam fazendo brainstorm. Além disso, eu conheço os personagens tão bem a essa altura que eu sei exatamente que tipo de encrenca cada uma delas pode encarar. A questão recente da Spencer de querer entrar para um clube privado na Universidade de Princeton, por exemplo, é uma história bem característica da Spencer –poderia não funcionar para Emily ou Aria. Conhecer as garotas realmente bem definitivamente ajuda a ter novas ideias para elas.
Qual foi o seu objetivo quando criou Os segredos mais secretos das Pretty Little Liars? O livro é uma espécie de extra na série? (Maria Eduarda Cerchiari)
Eu escrevi Os segredos mais secretos das Pretty Little Liars para dar um tempo do mistério, para os leitores conhecerem melhor as personagens. E também se passa durante o Natal, meu feriado favorito.
Algum nome de personagem existe na vida real? (Cristiano Cunha)
Na verdade não. Especialmente Ali não existe. Eu conheci uma Spencer na escola, e como eu disse, as outras meninas se parecem comigo em diferentes fases da minha vida. Quando eu escrevi sobre Toby – que eu queria que não tivesse morrido em Impecáveis – eu me inspirei em alguém que eu estava namorando na época. Mas eu acho que os personagens são exclusivamente eles mesmos, especialmente após 14 livros.
Como nasceu a série The Lying Game? (Luke Grey)
Eu queria escrever outra história de mistério e eu adorava a ideia de duas gêmeas – especialmente uma gêmea morta seguindo sua gêmea viva por aí e tentando resolver seu assassinato. Foi difícil acertar de primeira – eu precisava que Sutton se lembrasse muito pouco de sua vida, com partes importantes voltando à memória aos poucos. Foram livros muito legais de escrever. Eu terminei a série agora, mas eu queria poder escrever mais se fosse possível.
De todos os personagens dos seus livros, de Pretty Little Lias e de The Lying Game, qual se parece mais com você? (Matheus Ferreira)
Bem, eu amo Emma em O jogo da mentira. A voz de Sutton é legal de escrever, também. Em Pretty Little Liars, eu amos todas as meninas, e gosto de Klaudia, a estudante intercambista, Mike, o irmão de Aria e o namorado de Hanna, e Naomi e Riley, rivais de Hanna. Minha personagem favorita, no entanto, é Alison. Ela é tão interessante! Eu amei escrever Ali’s Pretty Little Lies. É todo sobre Ali, e muito “suculento”. Espero que chegue ao Brasil também, se ainda não chegou. (Boa notícia: o livro está em tradução pela Rocco!)
Como você reagiu quando ficou sabendo que The Lying Game e Pretty Little Liars iriam se transformar em um programa de TV? (Lucas Freires)
Eu fiquei muito surpresa com ambas as séries! Pretty Little Liars foi definitivamente uma surpresa porque eu não esperava. Eu tinha escrito sete livros da série e estava feliz com o retorno que eles vinham tendo dos fãs. Mas eu não tinha ideia de que a TV estivesse interessada. Com O jogo da Mentira eu já tinha uma ideia, então não foi um choque tão grande, mas ainda assim foi maravilhoso. É impressionante ver o mundo ganhar vida na TV. Eu sou uma grande fã das duas séries.
Se fosse para você virar colega de quarto (durante um ano inteirinho!) de uma de suas personagens – tanto de Pretty Little Liars quanto de The Lying Game – quem seria e por quê? (Monique Portela)
Uau! Talvez Emma – ela me parece muito doce e carinhosa. Hanna seria uma colega de quarto divertida também – ela topa qualquer coisa. Aria e eu poderíamos nos divertir, fazer coisas artísticas juntas. Spencer poderia me ajudar com os trabalhos de casa, ha! E Emily seria um ombro amigo. Então acho que qualquer uma das minhas personagens. Exceto Aria, com certeza.
Todos os seus livros têm relação com mentiras, por que esta obsessão? É por alguma experiência própria? (Caah Prudente)
Eu acho que todo mundo pode se relacionar com a mentira. Todos nós já contamos alguma mentira em algum momento de nossas vidas, ou nos esforçamos muito para esconder alguma coisa. Segredos são um ponto importante no enredo, também – os leitores ficam ansiosos para virar a página para ver qual é o segredo ou quando o personagem será descoberto. Além disso, as meninas mentem com frequência não porque elas são más pessoas, mas porque elas estão tentando se proteger ou porque têm medo. É interessante abordar isso num livro. Quanto à minha experiência pessoal, certamente eu contei uma ou duas mentiras na minha vida! Quando eu era mais jovem, costumava mentir sobre a minha idade o tempo todo, dizendo que eu era mais velha. E se você pensar bem, escritores de ficção contam mentiras para sobreviver!