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Filme: “O Peso do Passado”

O Peso do Passado (Destroyer. EUA, 2019)

Diretor: Karyn Kusama

Elenco: Nicole Kidman, Toby Kebbell, Tatiana Maslany, Sebastian Stan, Scoot McNairy, Bradley Whitford, Toby Huss, Beau Knapp

Produção: Automatik Entertainment

Distribuidor brasileiro: Diamonds Films 

Sinopse: Nicole Kidman é Erin Bell, uma detetive da polícia de Los Angeles que anos atrás se infiltrou, como agente disfarçada, no submundo do crime. Na missão, ela se uniu a membros de uma gangue, numa tarefa que terminou de maneira desastrosa, causando um impacto psicológico e físico em sua vida. Anos depois, ainda assombrada pela culpa e pela perda, ela volta a se envolver com as mesmas pessoas, numa busca obsessiva pelo líder da gangue. Uma luta por redenção?

Em algum momento você já assistiu determinado filme em que o ator/atriz faz uma transformação física tão forte que isso te marca. Ou engorda, ou emagrece ou fica feio. Aliado com atuação vigorosa, geralmente esses atores recebem forte reconhecimento e prêmios. O problema é que isso virou quase uma receita para ganhar honrarias cobiçadas e resta saber se as atuações realmente são boas. Pois bem, é o caso do presente filme: Nicole Kidman foi reinventada, mas e sua performance também foi?

Óbvio que é injusto simplificar o trabalho de um ator dessa maneira, embora Nicole Kidman já tenha tido o privilégio de trabalhar com profissionais do cinema não só de respeito mas que marcaram a história do cinema. Em “O Peso do Passado” a mudança física é criada para justificar o furacão que se tornou a vida da personagem Erin, uma detetive que em missão policial comprometeu sua vida com uma teia de consequências danosas.

O trabalho da atriz é esforçado, comprometido, bonito, mas não brilha. É importante ressaltar que isso não é um desmerecedor, pelo contrário, segurar o tempo de filme como Nicole faz é para poucos. Longe de ser superestimada, o problema nesse filme é que a atriz ainda carrega um peso como se fosse inexperiente, ficando bem claro forçar a barra para segurar o fio de emoção em algumas cenas. O fato é que esses detalhes vão passar despercebidos a muitos devido ao engajamento no roteiro que nunca dá todas as informações da história e na direção que, essa sim, dá um show.

O personagem Erin enfrenta com muita dificuldade a realidade, o relacionamento com a filha e com seu próprio corpo. As cenas com a filha e com seu parceiro de trabalho são ótimas, cheias de tensão e interpretações palpáveis. O trabalho da direção merece destaque por conseguir conduzir grande parte das emoções de quem assiste e consegue guardar um final bem elaborado para uma história que parece bem previsível. É justamente nesses momentos que percebemos que o enredo pode ser o mais repetido possível, mas quando a história é bem contada ela sempre te oferece um frescor de novidade.

Nota: 4,5  de 5

Trailer oficial:

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

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