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Filme: “Millennium – A Garota na Teia de Aranha”

Millenium – A Garota na Teia de Aranha (The Girl in the Spider’s Web, 2018)

Duração: 1h57
Distribuidora: Fox Filmes do Brasil
Direção: Fede Alvarez
Roteiro:  Fede Alvarez, Jay Basu
Elenco: Claire Foy, Sylvia Hoeks, Lakeith Stanfield, Stephen Merchand, Cameron Britton, Vicky Krieps, Sverrir Gunadson
Direção de Arte: Pedro Luque
Montagem: Tatiana S. Riegel

Lisbeth Salander, a figura cult e protagonista da aclamada série de livros Millennium, criada por Stieg Larsson, retorna às telas em A Garota Na Teia de Aranha, primeira adaptação do recente best-seller escrito por David Lagercrantz. A atriz vencedora do Globo de Ouro, Claire Foy, interpreta a justiceira solitária sob a direção de Fede Alvarez.

A personagem Lisbeth Salander possui uma legião de fãs que esperavam o retorno da adaptação americana iniciada por  David Fincher. Não é tarefa fácil, se pensarmos que as atrizes que a precederam entregaram trabalhos fortes e distintos.

Ela ganhou nossos corações desde o primeiro livro/filme da franquia “Millennium”, “A garota na teia de aranha” sendo o quarto livro adaptado para as telonas, dessa vez não tendo uma versão sueca.

Essa nova adaptação traz a vencedora do Globo de ouro, Claire Foy, vivendo Salander, uma hacker que é contratada para entrar no sistema de um americano e pegar um projeto perigoso que foi vendido a ele.O que ela não sabe é que agentes da máfia Russa estão atrás desse projeto. A atriz consegue entregar uma atuação distinta das duas, o que já é um mérito elevado. Temos uma adaptação preocupada com o engajamento desse personagem que poderia (e até aparece que tenta) pertencer ao mundo dos agentes secretos, embora a origem da história se afaste disso.

O teor de revolta e vingança que a personagem traz nos faz torcer por ela, mesmo que o que ela faz não é “correto”. Nesse filme não é diferente, ela continua se vingando de homens ricos que não respeitam as mulheres, tirando todo o dinheiro de suas contas para lhe darem uma lição. Nele podemos conhecer um pouco da história de Salander: no início do filme é mostrada a infância dela onde o pai aparentemente abusava dela e de sua irmã, Lisabeth, não aguento mais os maus tratos resolve fugir e acaba deixando sua irmã para trás.

A história da personagem foi pouco explorada no filme, o que me deixou com vontade de saber mais sobre o que acontecia com ela e sua irmã. Com isso o filme fica parecendo só mais uma “aventura” da personagem que, muitas vezes, deixa sem sentindo do porquê dela continuar naquela busca sendo que ela poderia deixar pra lá e seguir sua vida. O envolvimento do escritor Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) me deu a impressão de que ele foi empurrado na história para não ficar de fora, não tem muita relevância na história. Mas talvez isso seja um problema de filmes e até mesmo livros sequenciamos, falta criatividade.

Acho que poderiam ter focado mais nessa parte para entendermos e conhecermos melhor quem era Lisabeth Salander. Outra coisa pouco explorada no filme, que me parece ser uma escolha das adaptações americanas, é uma violência mais explícita que é mais mostrada nas adaptações sueca. Apesar dos pesares, o filme é bastante envolvente e surpreende, prende o telespectador e o deixa tenso do início ao fim.

É provável que a grande satisfação para quem conhece os outros filmes foi a capacidade de manter o mesmo nível bom de tensão que encontramos nas outras versões com a entrega não só de uma heroína densa, mas  a possibilidade de fechar o ciclo em que a mesma se encontra, abrindo não só a possibilidade para o novo, mas permitindo que franquia permaneça viva, embora isso dependa de fatores mais complexos em termos de dólares.

O importante é que podemos encontrar uma boa dose de ação encabeçada por uma heroína que dá conta do recado, e que foi cercada de outros atores tão relevantes quanto ela. Vale a pena conferir esse trabalho que ao que tudo indica teve inclusive a benção de David Fincher.

Confira o Trailer Oficial:

https://www.entrandonumafria.com.br/wp-content/uploads/2018/07/bruna-e1531329706505.jpg

Bruna Dutra, estudante de psicologia apaixonada por artes, especialmente Cinema. Considerada estranha desde criança por sua fixação por filmes de terror e serial killers,nunca deixou essa definição afetar suas apreciações. Músicas dos anos 80 é o seu segundo nome e uma boa refeição (especialmente churrasco e x bacon) é o seu ponto fraco.

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