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Filme: “Eu sou mais eu”

Eu sou mais eu (Brasil, 2019)

Direção: Pedro Amorim

Elenco: Kéfera Buchmann, Giovanna Lancellotti, João Côrtes, Arthur Kohl, Flavia Garrafa, Felipe Titto, Marcella Rica, Estrela Straus, André Lamoglia

Roteiro: Angelica Lopes, L.G Bayão

Produtor musical:Rodrigo Lima

Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini, Gustavo Munhoz, Abrão Scherer, Marcos Scherer.

Produtores Executivos: Lara Guaranys, Mauro Pizzo

Produtor Associado: Kéfera Bunchmann

Engenheiro de som: Ricardo Reis
Supervisor de design de som: Miriam Biderman
 
Distribuição internacional / Exportação: IMAGEM FILMES
Produção: Damasco Filmes, Universal Pictures International
Distribuidor brasileiro (Lançamento): IMAGEM FILMES
 

Apresentação: Camila Mendes (Kéfera Buchmann) é uma pop star solitária e arrogante, cansada da rotina de uma grande estrela, que viaja no tempo e retorna ao passado para compreender melhor sua essência. Lá ela reencontra Cabelo (João Côrtes), um colega de colégio que também é músico, só que nem um pouco popular.

‘Digital influencer’ virou sinônimo de ascensão financeira e social mais facilitada. Pelo menos é a imagem ainda muito vendida, principalmente (e infelizmente) a pré-adolescentes, quando não crianças. O fato é que existiu um grupo que foram os primeiros a explorar esse segmento e que prosperaram mais do que imaginamos. Pode-se dizer que Kéfera Bundchamann faz parte dessa turma que ‘iniciou’ o engajamento na internet ganhando dinheiro com isso. Por esse modo diferente de chegar no mundo artístico onde outros nem conseguiram chegar perto, é que talvez se encontre o motivo de muitos diminuírem o trabalho desses novos artistas. E nós mesmos, reproduzimos muitos dessas falas. Pois bem, o que encontrei em “Eu sou mais eu” foi uma atriz com talento, presença e carisma.

Nesse mundo do cinema brasileiro das grandes bilheterias de filmes bobos, muitas das vezes estrelados por atores sensacionais, Kéfera pode de fato se impor. Tendo apenas como base esse filme, seu desempenho pressupõe futuro próspero. A garota se comunica com naturalidade com a câmera, interpreta com o corpo, com o rosto. E tem voz. Sim, infelizmente muitos atores esquecem de usar a voz como ferramenta interpretativa.

Longe de superestimar o filme, “Eu sou mais eu” é diferente. Tecnicamente bem executado, a história não é só simples, mas praticamente uma cópia declarada de sucessos americanos como “De repente 30”. Não se perde tempo negando a inspiração, utiliza-se as referencias de cultura brasileira e o filme acontece.

A história conta da oportunidade de uma jovem artista famosa refazer os erros que cometeu no passado e que repercutem na vida adulta. De uma hora para outra ela desperta na sua conturbada adolescência e com a segurança de uma adulta pode ajeitar as coisas. Óbvio que isso só da certo em nossas ideias pois certamente se pudéssemos voltar no passado é provável que muitos erros seriam repetidos.

Como a história do filme em si é algo batido, foi honesto a direção se empenhar em entregar sutilezas exploradas de forma digna. O efeito do bullying na vida de um jovem é demonstrado sem panfletagem. A possibilidade de se colocar no lugar do outro é colocada em prática e a jovem Camila vivida por Kéfera pode não só dar a volta por cima, mas inverter do papel de vitima para justiceira. Temas ligeiramente complexos passam pelo filme com uma sutileza própria para apenas deixar a informação e nós que pensemos a respeito depois, já que estamos ali pra divertir.

É gratificante ver um filme onde existe a preocupação com ferramentas como o som, coisas  já dominadas por filmes dos EUA, e que em geral são deixadas de lado por aqui.

O conjunto do filme só tende a agradar e o retorno a um passado recente onde referencias musicais são exploradas só tendem a agradar o público que pode recordar seu passado e perceber que olhar para ele é importante, mas o agora é que pode ser construído no mesmo imediatismo que necessitamos.

Nota: 4,3  de  5

Trailer Oficial:

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

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